JETT: The Far Shore + Given Time

Originalmente lançado em 2022, JETT: The Far Shore recebeu agora uma expansão que, no fundo, dá continuidade ao seu final. Preparem-se para um jogo cheio de potencial que infelizmente, acaba por não atingir o expoente máximo devido a pequenos percalços existentes.


JETT está agora completo com "Given Time", uma expansão gratuita a acompanhar o jogo base. No menu principal, não é exigido que se jogue primeiro “The Far Shore”, o jogo base, mas como é evidente, recomenda-se terminá-lo antes de jogar “Given Time”, pois é literalmente a continuação de onde termina o primeiro capítulo.

Ao adquirir JETT: The Far Shore realizando o update gratuito para obter a expansão “Given Time”, surge no menu principal ambas as campanhas, ou seja, do lado esquerdo temos “The Far Shore”, que é por onde devem começar, com o capítulo número 1, já que o “Given Time” está bloqueado mas, se premirem no espaço (jogando no PC), podem desbloquear e ter acesso direto à segunda parte, que segue a campanha a partir do quinto capítulo. Daí aconselharmos começarem do início ao fim pois senão, a campanha não fará muito sentido.

O jogo apresenta um visual artístico e num ambiente que mais parece vindo do Interstellar, isto porque exploramos um planeta quase totalmente coberto por um oceano e pequenas ilhas das quais, o objetivo principal é seguir um rasto dum sinal misterioso chamado “Hymnwave”. Enquanto andamos em busca deste sinal, o jogador terá de explorar e analisar a vida selvagem e fauna que este oferece. Há cenários bonitos mas sendo um planeta com pouca terra, o jogador irá viajar pelo mar durante grande parte do jogo. Se alguns dos cenários são bons, a música é brilhante e esta irá acompanhar o jogador desde o menu à sua longa jornada, arrisco-me a dizer que é o aspeto que me deixou arrepiado, encaixa que nem uma luva para cada um dos momentos que atravessamos.


Estas viagens serão feitas numa nave espacial, controlado por Mei, a personagem principal do jogo, que alista-se no Jett Scout para participar nestas buscas. Ela e a sua crew vão viajar neste vasto mundo inóspito e vão encontrar alguns monstros hostis e descobrir locais inexplorados. Não só os seres vivos como a própria natureza estará por vezes, a ameaçar a vida dos exploradores, é quase como uma espécie de Avatar mas num mundo em que a tecnologia por parte das tribos é avançada. O jogo conta ainda com a sua própria língua por isso o foco deve estar nas legendas para entender a sua narrativa.

A jogabilidade é mais focada no controlo da nave, mas vão haver momentos em que saltamos fora e exploramos pequenos lugares nas ilhas onde acabamos até por realizar as nossas rezas a Tsosi, deus que veneramos e as personagens passam a referir, deixando também a nossa pegada bem marcada no solo acabado de cartografar. Também teremos momentos com diálogos entre a crew nos momentos em que aterramos a nave e descansamos das viagens de exploração, isto não quebra o ritmo muito pelo contrário, acaba por ser interessante e realista, fazendo com que o jogador interaja com as personagens e descanse.

A primeira campanha conta com umas 12 horas para terminar os capítulos, o conteúdo extra apesar de gratuito, também tem uma longevidade de 12 horas o que é de se louvar. É claro que tudo depende do jogador e o quanto deseja explorar, no entanto podem seguir os objetivos marcados no mapa para progredir sem que se sintam perdidos. Mas não é apenas um sonar que o jogador terá a seu dispor, há um tutorial assim que entramos na nave para a pilotar, visto que vamos passar mais tempo com ela do que a caminhar no solo, o jogador terá de saber como descolar a nave e usar todas as suas funcionalidades. Há também acrobacias para aprender que vão dar jeito para certos momentos e até afastar os inimigos com os propulsores, por isso é preciso ter em conta todas estas funções que permitem o jogador a explorar este planeta. Há também um grappler para agarrar objetos que podem ser movidos ou até atirados contra rochas para abrir percursos outrora bloqueados.


Este jogo tem o seu lado positivo, visual, musical, artístico e único, mas nem tudo é fascinante e a jogabilidade é uma delas. Se por vezes e especialmente no início, estava entusiasmado com o controlo da nave, um pouco mais tarde a jogabilidade e as câmaras de controlo faziam-me confusão, de sublinhar quando estamos a ser atacados por um monstro e pequenos momentos que por alguma razão, sem que estivesse a fazer rigorosamente nada, a nave espacial movia-se sozinha, mesmo estando fixo no lugar, no qual tive de sair e voltar ao jogo.

É frustrante e não é algo que me tenha agradado, foi uma desilusão que deitou por água abaixo todo o entusiasmo que tinha pelo jogo, embora na maior parte das vezes a jogabilidade esteja ok, esse aspeto foi realmente negativo. O outro lado que pode ser negativo para uns mas fantástico para outros é o facto de se focar bastante na narrativa, é digamos, uma jornada, tal como se fosse o clássico “Journey” lançado no passado, mas com direção no futuro e com diálogos embora sejam na própria língua nativa e toda a sua exploração seja através da nave espacial, querendo com isto dizer que não há propriamente grande ação e ter momentos em que o jogador tem de esperar 18 min em tempo real para progredir pode ser fatal para quem quer avançar e está restringido a isso.



JETT: The Far Shore + Given Time é um jogo com conteúdo mas focado na narrativa e com problemas de jogabilidade, portanto não podemos recomendar a todos os jogadores, mas quem gostar de jogos do género, vai acabar por ter uma boa experiência mesmo com os pequenos problemas que ele apresenta.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para Steam, gentilmente cedido pela Superbrothers

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