Stellar Blade PC

Eis que chega a vez de Stellar Blade chegar ao PC. Pouco mais de um ano após ter sido lançado para a PlayStation 5 é agora a vez dos master racers poderem jogar com a EVE. Stellar Blade é uma espécie de amálgama de vários géneros de jogos de ação onde se podem verificar influências tais como Bayonetta ou Nier Automata e onde o "hack and slash" se mistura com o "souls-like". Foi lançado mesmo no olho de uma pequena grande tempestade de opiniões diversas, muito por culpa do aspeto físico da personagem principal e dos (parcos) trapinhos que veste. Conseguiu resistir a tudo isso, vender mais de um milhão de cópias e ser um sucesso comercial. Este sucesso parece estar a repetir-se no PC pois já é o jogo single player "PlayStation" com mais jogadores a jogar em simultâneo na Steam, mais de 183.000 jogadores em determinada altura nas primeiras 24h após o lançamento.

Em termos de novidades para PC, Stellar Blade vem com as funcionalidades do costume e que têm vindo a fazer parte de todos os lançamentos de jogos Sony nesta plataforma; ecrãs ultrapanorâmicos, incluindo proporções de 21:9 e 32:9, suporte com tecnologias de melhoria de desempenho (incluindo gráficos com tecnologia IA NVIDIA DLSS 4, melhoria da qualidade de imagem NVIDIA DLAA, redução de latência com o sistema NVIDIA Reflex e tecnologias de upscaling AMD FSR 3), suporte para comando DualSense® da PlayStation, compatibilidade com rato e teclado, framerates desbloqueadas e melhorias nas texturas (especialmente em 4K).

EVE também está pronta para desfilar na passadeira da master race com 25 roupas diferentes, três pares de óculos, seis pares de brincos, novos emotes e um modo de fotografia melhorado para acompanhar isto tudo! Porque isto também é um jogo de luta existe um novo boss, o temível guerreiro Mann, o líder dos Sentinelas. Uma das novidades é também a inclusão de lip sync para a língua chinesa (só estava até agora disponível em japonês).

É sempre bom lembrar de que a versão PlayStation também tem direito a estes upgrades todos através de uma atualização.

Este jogo já foi analisado aqui no Meus Jogos pelo nosso Nuno Mendes em 2024 aquando do seu lançamento na consola da Sony e abaixo deixo algumas das suas considerações que achei relevantes em relação a este jogo. O artigo completo podem encontrá-lo aqui.

Se jogaram Sekiro vão sentir-se em casa, o jogo de bloqueios constantes acompanha-nos do início ao fim, onde é recomendado dominar isto. Stellar Blade dá o seu toque ao género acrescentado todo um leque de combinações de ataques e movimentos, que os conseguimos fazer através de um golpe normal e forte. Não é algo extenso, dei por mim a usar apenas duas combinações o jogo todo, onde uma era quando estava frente a frente com um adversário, enquanto que a outra combinação era para lidar contra grupos de vários inimigos. Não senti precisar fazer mais que isto, o que juntamente com os Beta Skills, ataques especiais que ia aprendendo e melhorando aos poucos eram mais que o suficiente para lidar com grande parte dos combates. A chave está mesmo no parry, mecânica bem simples de aplicar até porque a previsibilidade dos inimigos era elevada. Mas muito mesmo, entre padrões de ataques previsíveis com poucas variações, mesmo quando por vezes o timing dos movimentos era estranho até me habituar, em poucas horas senti que já estava capaz de enfrentar tudo e todos!

Parece querer copiar jogos e coisas diferentes sem se tornar excelente em qualquer uma delas, tentando jogar pelo seguro sem nenhum risco. Depois há algumas coisas como a história que consegue ser demasiado previsível, com momentos narrativos que parecem colados a cuspo e espera que fiquemos chocados com um imprevisível mais que óbvio. Mesmo EVE, a cara de Stellar Blade é uma personagem que nos primeiros momentos do jogo assume o papel de jovem protagonista inexperiente, mas literalmente minutos depois (um dia, em tempo de jogo) é uma figura séria, estoica, bem mais madura que infelizmente não evolui muito mais que isso, no decorrer da história. Fora o seu corpo sexy em que o jogo sabe muito bem fazer questão de o mostrar por vários momentos, EVE é uma personagem desinteressante, o que me faz pensar e comparar com Bayonetta, como essa personagem evolui no primeiro jogo, ela que nunca perdia uma oportunidade, mesmo em momentos sérios, de fazer uma pose atrevida ou fazer algo “chocante”.

Se há algo em que Stellar Blade tem valor, fugindo a todas as influências que parece ter ido buscar, é ser um jogo muito, mas muito divertido. Mesmo que o tenha achado fácil deixou-me empolgado, com missões opcionais que fiz questão de tentar concluir o máximo possível, dando-me a conhecer um pouco mais sobre o mundo do jogo e todas as personagens que lá habitam, levando-me ainda a fazer limpar o mapa de uma ponta à outra, à procura de tesouros escondidos. Infelizmente conta com muitos momentos mortos, muito devido a um par de cenários mais abertos onde caminhamos o tempo todo e nada acontece, problema que desaparece a partir do momento que descobrimos mais Supply Camps e cabines telefónicas que nos permitem transportar em segundos entre sítios.

Concluindo, Stellar Blade é uma nova e grande aposta por parte de um estudo sem grande experiência aparente, um projeto suportado pela Sony que ainda vai dar que falar, mesmo que seja pelo aspeto físico de EVE do que propriamente pelo muito divertido jogo que temos aqui. Visualmente bem trabalhado, mas que nada faz de extraordinário ou se destaque face a outros títulos na PlayStation 5, mas todo o jogo é fluído, sem grandes pontos de performance a apontar (ou terem-me marcado). Fica em aberto se será uma nova série ou não, mas cá espero por uma sequela, aprimorada e conseguir destacar-se por mérito próprio, mais que as várias influências que parece ter absorvido!

Em termos de performance, Stellar Blade cumpre todos os requisitos. Um jogo nada pesado (ou pelo menos, não tanto como esperaria) e que gosta de conviver com frame rates altos de forma a poder mostrar a sua maior mais-valia, o combate frenético.

Ao nível de performance o meu PC (AMD 3600 + RTX 3070 + 16GB RAM DDR4 + SSD) com uma resolução de 1440p esteve plenamente capaz de aguentar com o jogo com as definições visuais todas ligadas no máximo. Desligando as bruxarias do DLSS e Frame Generation a média de frames andou sempre à volta dos 70/80 frames com pequenos soluços pelo meio. Reparei que tinha posto as texturas a 4K e o jogo estava a pedir mais VRAM daquela que a gráfica podia dar. Reduzindo a texturas para o escalão inferior deixei de ter "stuttering" ocasional e nunca mais apareceu. Ligando o DLSS em qualidade os frames aumentaram para uma média de 110 fps e passando aos "fake frames" do Frame Generation (nem sei porque meti entre aspas, são mesmo fake) a bitola subiu para os 200 frames por segundo. Não houve necessidade de manter o FG ligado, pois o jogo nem sequer vem com Ray Tracing que por norma é uma tecnologia que consume muito recurso da máquina mas também faz tudo muito mais bonito (às vezes...).

Stellar Blade vem com Denuvo, aquele sistema anti-cheat que faz mais mal que bem ao rendimento do PC (como quase todos), no entanto fiquei surpreendido com a leveza do jogo pois é raríssimo um jogo com Denuvo não ter problemas de performance. Fui verificar e os desenvolvedores afirmaram que tentaram "domar o animal" até ao ponto onde a diferença de performance não fosse tão notória. Obrigado ShiftUP!

A versão PC de Stellar Blade é definitivamente a melhor versão deste jogo. Os melhores gráficos, melhores texturas e frame rates muito acima da versão PS5 enaltecem ainda mais o combate frenético do jogo, tornando-o ainda mais fluído. Acrescentamos a isto tudo a ausência de bugs e derivados e temos aqui um dos ports mais bem conseguidos até agora no ecossistema Sony. Apesar da inclusão do sistema de anti-cheat Denuvo ser uma realidade e de ele próprio ser factualmente conhecido como um bloqueador de performance, a ideia que dá é que o jogo não é assim tão exigente como aparenta, dando assim espaço de manobra a qualquer PC de média gama para processar informação sem problemas de maior e conseguir andar na casa dos 3 dígitos em termos de fps's.

O resto... já se sabe da experiência na PS5 e aqui nada muda obviamente. Num mundo onde tudo é belo e muito sexualizado é uma pena que seja só e apenas isso. O que sobra em beleza nas personagens, peca por defeito em termos de carisma num jogo onde EVE pouco mais mostra do que as suas curvas e onde os diálogos são insípidos e as personalidades desinteressantes. Por outro lado, o combate está no ponto para os amantes de hack and slash e de souls-like e é sem margem para dúvidas o seu aspeto mais forte. Intenso e frenético, como a malta gosta.