PATAPON 1+2 REPLAY


Algo que na altura adorei e até mesmo sinto algumas saudades, foi do período experimental em videojogos que vivemos com o aparecer da Nintendo DS e, também, da PlayStation Portable (PSP). Na portátil da Nintendo foi algo comum, até porque ter um hardware com dois ecrãs separados puxou pela imaginação de muitos, mas, o formato convencional da PSP não deixou de ser a origem de alguns jogos únicos, como foi o caso da série PATAPON!

O que me chamou na altura ao jogo foi o estilo artístico, diferente, com personagens monocromáticas e vetoriais, isto numa era em que os jogos de Flash já estavam bem encaminhados para o seu desaparecimento. Não contava era que ficasse tão viciado em PATAPON, o primeiro jogo da série sugou-me a alma durante meses onde ia jogar "só mais um bocado", avançando aos poucos e ficando com o som "PON PON PATA PON" gravado no cérebro. Posto isto, agora quando o remaster dos primeiros dois títulos foi anunciado fiquei rapidamente ansioso por poder voltar a viciar-me no jogo e, é isto que nos traz aqui.


A série regressa agora com PATAPON 1+2 REPLAY, um simples jogo de ritmo e estratégia onde premimos as combinações de sons certas para avançar, atacar, defender ou usar outras skills necessárias para progredir. Missão em missão vamos percorrendo um horizontal mundo fora, encontrando novos desafios, inimigos e monstros que nos querem destruir, entre barreiras que nos bloqueiam a progressão até ter a habilidade certa. À medida que avançamos, novos aliados juntam-se ao exército que comandamos através das combinações rítmicas, apanhando valiosos itens pelo caminho que vão de simples recursos a novas peças de equipamento, melhorando as nossas criaturas.

O nosso papel, representando pelo tocador de tambor Mighty no jogo, é esse: somos um guia (espiritual) dos Patapon e todas as variantes diferentes de guerreiros, vocacionados numa posição durante o combate. Dos Hatapon que servem para liderar aos Yumipon que de longe atacam com os seus arcos, tudo para seguirmos em direção à terra sagrada dos Patapon, enfrentam os terríveis Zigoton e celebram (e muito!) ao final de cada dia, depois de uma demanda com sucesso. O jogo é isto, vezes sem conta e o motivo pelo meu "só mais um" de breves momentos multiplicar-se rapidamente e, sem dar por ela, investir horas seguidas no jogo.


Também o que me puxou muito em PATAPON foi a boa mistura de jogo de ritmo e estratégia, embora não tivesse que pensar muito nela, pois é mais um jogo de reação, procurar a formação perfeita dos Patapon e que personagens recrutar torna-se o motivo para eu fazer algum grind, repetindo missões passadas para adquirir os recursos para melhorar o meu exército. Não que seja necessário, até porque o primeiro PATAPON é um jogo relativamente curto que numa semana bem passada está concluído, algo que este novo remaster melhora tudo ao ter, também, o segundo jogo incluído.

Não há assim tantas diferenças gritantes no segundo jogo, onde depois dos eventos do primeiro avançamos agora oceano fora em direção a Earthend a bordo do nosso barco que... é destruído por uma estranha criatura. O ritmo e a estratégia regressam juntamente com os nossos comandos, enfrentando agora a estranha tribo dos Karmen que me lembram de insetos, com as suas bizarras máscaras, tal como outros inimigos que surgem depois. Há novas unidades para a nossa tribo como os Robopon e o incrível Hero, mais armas, habilidades e outras coisas a descobrir, neste que se tornou um jogo um pouco mais longo quando comparando com o primeiro. Embora não tenha ficado tão viciado neste, talvez por já não ser uma novidade, continua a ser um grande jogo que me agarrou por completo na altura.


Este pacote com os remasters dos primeiros dois jogos viciou-me, novamente. Tem sido um jogo excelente para pegar aos poucos e avançar, que chega agora pelas mãos da Bandai Namco, o que traz algumas coisas curiosas. Originalmente lançado pelas mãos do extinto estúdio da Sony Japan Studio (juntamente com a Pyramid), há pequenos detalhes que se mantém como os icónicos símbolos do comando da PlayStation que simbolizam o botão a premir, uma ajuda adicional que acompanha o som. Acontece que o jogo foi também lançado da Nintendo Switch e os visuais estão inalterados, quase como se fosse um artefacto histórico que nos recorda às origens da série... coisas que talvez muitos não reparem ou é até mesmo irrelevante, mas, não deixei de achar curioso.

Falando do remaster em si, os visuais estão aprimorados, mas não há assim tanto a apontar, atendendo que o estilo artístico do jogo envelheceu extremamente bem e ainda se mantém bastante vibrante ou até mesmo moderno. É um pacote bem conseguido..., no entanto não deixo de estranhar a completa ausência do terceiro (e último) título da série neste bundle, que faria todo o sentido. Sim, a natureza cooperativa desse jogo levaria a algum esforço adicional, só que era um esforço mais que merecido para esta ser uma coleção definitiva da série, algo que não consegue ser por ter os jogos todos. 

Ainda assim não deixa de ser um jogo a explorar, por ser tão único, viciante e juro que vão ficar com os gritos de guerra gravados no crânio. Não é um jogo complexo, muito pelo contrário, até mesmo as diferentes combinações de sons responsáveis pelos movimentos e habilidades podem ter presentes no ecrã, de forma a não terem de memorizar tudo, até porque em momentos de confusão dá jeito ver qual a combinação de sons (botões) a premir para mudar da ofensiva para uma posição de defesa. E, acreditem, há algumas alturas em que há mesmo o caos quando duas tribos se defrontam, que não querem ver os vossos Patapon a serem dizimados.


PATAPON 1+2 REPLAY foi uma viagem nostálgica, aos dias que passei agarrado a olhar para o ecrã da PSP, em que só parava de jogar quando a bateria avisava que já não aguentava mais. Também surge no momento certo, agora que o sucessor espiritual da série Ratatan está prestes a ter o seu lançamento em grande!


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PlayStation 5, gentilmente cedido pela playnxt.

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