Rustler


Muitos são os fãs de GTA pelo mundo fora, só o último jogo é um dos mais vendidos da história, e por isso mesmo o estranho seria se não houvessem outros inspirados nesta série. Vindo do estúdio indie Jutsu Games, chega-nos precisamente isso: um jogo que vai buscar a inspiração ao GTA, mas na Era Medieval. Um jogo que, no mínimo, é caso para dizer que está “porreiro pá”!


Embora o jogo seja em 3D, Rustler usa a tempo inteiro uma perspectiva isométrica tal como acontecia nos originais e em GTA: Chinatown Wars para a DS/PSP, algo que saltará logo à vista e à memória de todos. Mas antes de falar a fundo no jogo, é preciso referir que o vídeo inicial sempre que entrarem no jogo é simplesmente hilariante, usando atores reais a cometer os mais variados crimes com muito humor à mistura. Aqui vai:




Passemos então à nossa análise de Rustler, que já o nome indica o trocadilho de Hustler, pois o jogo está “embriagado” de humor e nunca é levado a sério, cada diálogo, missão ou personagem tem humor escrito na “testa”. É um jogo que se apresenta de inicio um pouco sórdido para os mais sensíveis, diria que carregam um pouco demasiado com arrotos e gases constantes seja da personagem principal como dos NPC’s.

O mapa apresenta um mundo medieval mas com características modernas como passadeiras, parques de estacionamento para cavalos, os trovadores fazerem beat box e tantos outros aspetos adaptados aos dias de hoje, apenas que se passa numa época medieval, não deixa de ser cómico ver um polícia num cavalo a perseguir-nos com o pirilampo a iluminar e a mandar parar o jogador. Tudo isso acaba por dar uma vivacidade ao jogo que possivelmente não teria caso este fosse realmente focado na era medieval sem grandes aparatos.



Quanto ao objetivo do jogo, muito resumidamente, é entrar num torneio de luta para conquistar a mão da princesa mas claro, as coisas acabam por não ser tão simples assim, já que o jogador terá de explorar zonas do mapa, realizar missões bem ao estilo de GTA como assassinar alguém e trazer o corpo a um coveiro, roubar um cavalo de valor e entregar à pessoa X mas antes disso é preciso passar por uma loja de sprays para pintar o cavalo para não dar “estrondo” e baixar o alarme dos polícias, tal como acontece em GTA, apenas o transporte é diferente.

Com as missões secundarias, o jogador terá ouro e armas, como também a capacidade de realizar upgrades, seja no aumento de saúde como defesa e muitos outros atributos como a força dos punhos ou até evoluir as habilidades do cavalo como correr com mais velocidade ou dar coices poderosos e até uma coluna para evoluir as habilidades sociais como a interação com os NPC's.


Um dos piores aspetos do jogo é sem dúvida a jogabilidade, seja com o nosso protagonista a pé, seja a andar no cavalo, é difícil virar a personagem, algo que merecia ter sido limado para uma experiência mais divertida. Dei por mim varias vezes preso em sítios que, na minha ótica, não fazia sentido e por vezes acabei por perder devido a isso mesmo, os controlos deviam ter sido melhorados.

Diria que o melhor do jogo é na verdade o humor negro, pode-se dizer que tem um humor bem ao estilo de Monthy Python, já que o jogo está inserido na mesma Era. Outro dos aspetos a realçar são os NPC's a cuspirem sobre os cadáveres, a atirar baldes de fezes pela janela e claro a andarem à batatada, mesmo ao estilo clássico, nesse aspeto, a época não podia estar melhor representada por isso no que diz respeito à sua fidelidade, este jogo é um exemplo, claro sem esquecer, que vão poder ver graffitis na parede, isto porque como dito anteriormente, é uma mistura do novo século.

Falando do mapa em si, é grande para um indie mas mal se consegue ver os objetivos e onde está a nossa personagem, o mesmo acontece com as caixas dos diálogos. Podiam ter alargado o texto, pois a fonte das letras é realmente levezinha e implica o jogador olhar bem o que diz já que não há qualquer voice acting no jogo, daí a obrigação de ler os objetivos e qualquer outro texto que surja no ecrã.


No que diz respeito à banda sonora, esta é mais focada no hip hop, visto que é muito parecido ao GTA San Andreas, sempre que se finaliza uma missão, é possível ouvir aquele beat de missão cumprida. Mas toda a banda sonora tem a sua variedade e isso é bom porque um jogo em mundo aberto deve ter a sua variedade para não cansar, claro que não estamos a falar de músicas famosas, afinal de contas, nem há direitos para tal nem isto tem um orçamento capaz para isso, no entanto as músicas originalmente criadas para Rustler estão boas.


Na Nintendo Switch, a performance é boa tanto na dock como em modo portátil, sofrendo mais na questão do texto minúsculo que, claramente, não foi pensado em consolas. Ainda assim, e longe de ser um GTA "a sério", será uma boa experiência para se apanhar em promoção.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Dead Good Media.

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