Bonfire Peaks


Desenvolvido por Corey Martin, em colaboração com os estúdios da Draknek and Friends, Bonfire Peaks é uma das mais recentes propostas dentro do género de jogos puzzle disponíveis para a Switch. Uma aventura contemplativa e de cariz mais adulto que nos coloca na pele de um John Doe, cujo principal objetivo é o de deixar para trás as memórias da sua vida até esse momento. 

E como é que fará isso? Literalmente queimando caixas repletas de itens seus nas muitas fogueiras existentes na misteriosa ilha para a qual rumou no início do jogo. A ilha em si é tão misteriosa como o protagonista, encontrando-se repleta de estranhas ruínas (que à primeira vista parecem com pertencentes a uma das civilizações da Mesoamérica), florestas luxuriantes e picos gelados, entre muitas outras localizações igualmente bucólicas e desprovidas de vida animal (exceção feita ao nosso John Doe isto é). É neste cenário de calma melancolia, para a qual em muito contribui uma banda sonora igualmente pausada no seu ritmo e na sua cadência, que devemos guiar o nosso protagonista de fogueira em fogueira, de forma a podermos aceder a puzzles cuja conclusão por sua vez nos darão acesso a caixas que nos permitiram aceder a novas áreas da ilha e com isso progredir na história. 



As fogueiras, que se acendem automaticamente assim que nos sentarmos junto delas, dão-nos acesso, como referido acima, aquilo que é a nata do jogo (no que ao gameplay diz respeito). Os puzzles apresentados são de natureza física, obrigando o nosso personagem a servir-se dos blocos amovíveis existentes de forma a criar um caminho para uma grande fogueira que arde ininterruptamente no topo do cenário. O jogador deve transportar uma caixa, com alguns dos seus pertences, para a fogueira, de forma a concluir o dito puzzle com êxito. A liberdade com que o pode fazer é particularmente impressionante, uma vez que pode pegar em objetos, recuar, avançar e essencialmente servir-se do nível e de algum dos seus "hazards" para progredir (como exemplo temos os níveis iniciais com as canas de bambo ou alguns mais tardios com o fluxo das águas). Existem muitas maneiras de conseguir concluir o puzzle e a sua dificuldade irá variar do muito fácil e direto, para o difícil e demorado. 

No entanto, convém referir que o jogo não exige a resolução de todos os puzzles, até porque são cerca de 200. Apenas precisamos de resolver o suficiente de forma a conseguirmos continuar a nossa caminhada num overworld que irá ficar cada vez mais repleto de pistas quanto à vida do nosso John Doe à medida que vamos avançando. Para além disso, contámos com duas "safe doors" para escaparmos de puzzles mais complicados. Podemos sempre regressar ao overworld com o mero pulsar de um botão ou desfazer uma acção incorreta com um rewind à la Fire Emblem. 



O grafismo de Bonfire Peaks apela ao lado retro, muito em voga, ao mesmo tempo que a sua natureza cúbica nos remete para jogos mais modernos como o Minecraft. 

Contudo e apesar dos seus puzzles bem conseguidos e desafiantes, Bonfire Peaks pode ser uma experiência frustrante, uma vez que nos atira para a boca do leão bem no início (em termos de progressão da dificuldade, que aqui é inexistente), demasiado melancólica e diria mesmo desinteressante (do ponto de vista narrativo) para jogadores mais jovens. 


Este é um título que exige um determinado estado de alma para ser jogado, o que lhe irá limitar um pouco o público alvo. 

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Switch, gentilmente cedida Draknek & Friends.

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