Sam & Max Save the World Remastered


Se há género que definiu todo um conjunto de videojogos nos velhos tempos de MS-DOS ou Windows 95/98 foi o point and click. Aventuras gráficas que nos levavam de histórias repletas de mistério como Broken Sword a outras onde o humor se destacava, como Monkey Island. Sam & Max encontrava-se mais dentro do humor e em 1993 surge Sam & Max: Hit the Road, apresentando um duo de detetives onde um cão polícia acompanhado pelo seu parceiro coelho psicótico (que prefere ser chamado de lagomorph). 



Na sua estreia o duo passou por vários casos diferentes, uns mais bizarros que outros onde nada parece fazer sentido, onde mistérios são a ordem do dia. Uma década e alguns anos depois surge Sam & Max Save the World através de episódios, jogo criado pela Telltale Games que foi lançado para Windows, Wii e Xbox 360. Agora chega-nos a versão Remastered para Switch e Steam pela mão de Skunkape Games que conta com algumas melhorias principalmente a nível visual. 

Atualmente o nome Telltale Games está fortemente associado a várias aventuras gráficas como as de The Wolf Among Us, The Walking Dead ou Batman. Com Sam and Max entre outros pequenos projetos da altura, eles apresentavam ao mundo todo o seu potencial e mesmo que Save the World acabava por não chegar ao nível do primeiro jogo pela mão da LucasArts, foi uma grande aventura, acessível e com enigmas bastante inteligentes, que se enquadravam perfeitamente no espírito bizarro e aleatório proporcionado. Dividido em 6 episódios, contamos com mistérios que vão de casos de hipnotismo a apresentadoras de talk show que raptam a sua audiência. 

É curioso ver que mesmo passado todos estes anos, ainda há espaço mais que o suficiente para aventuras gráficas, mesmo sob a forma de remasters que por si tornam-se uma boa oportunidade de muitos passarem a conhecer este clássico. Sendo o humor um dos pontos chave do jogo, muitas das referências no decorrer da aventura acabam por se perder, mas sem “estragar” a aventura em si. A nível visual nota-se que o jogo envelheceu bastante, mas ainda assim com as pequenas melhorias principalmente a nível de luminosidade dão algum detalhe extra ao jogo. Tal é notório nos cenários, que mesmo sendo em 3D parecem-se com os cenários bidimensionais das clássicas aventuras gráficas. 


Sem entrar em muito detalhe sobre os casos para evitar spoilers, no geral todos eles são bastante detalhados sem se esticarem demasiado ou levar-nos ao engano em demasia. Há uma boa dose de bom voice acting no decorrer do jogo que alimentam bem a exploração e todas as pistas têm uma história a contar, nem que seja para criar uma ou outra piada entre os personagens, principalmente por Max que tende a não estar calado. Embora os casos funcionem em grande parte independentemente, há um forte fio condutor que une todos os episódios criando um mistério geral, com uma boa conclusão. 

Tal como o nome indica, o género point and click é pensado para o uso de rato e mesmo Save the World na Wii tirava partido do pointer do comando. Na Switch joga-se perfeitamente bem com o comando, controlado os personagens com o analógico esquerdo e explorando o cenário com o direito, como se fosse um rato. A qualquer momento podemos ver todos os objetos com interação presentes. Em modo portátil é ainda possível jogar usando o ecrã tátil, mas senti que muitas vezes escolhia os objetos errados e o movimento era um pouco estranho, também. 


Os amantes destes jogos de aventuras têm aqui uma boa oportunidade de matarem saudades do género. É um pouco o renascer das cinzas da série após a situação da Telltale Games, sendo só pena que Hit the Road não seja lançado também, o seu aspeto retro funcionaria bastante bem nos dias que correm.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Skunkape.

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