Haven


Haven é um título indie que aborda uma história de amor num planeta aparentemente deserto, enquanto mistura elementos de vários géneros. Apresenta mecânicas de RPG, com aspetos de metroidvania, passando por combates turn based em tempo real e uma pitada de visual novel.


O estúdio “The Game Bakers” já nos habituou a títulos que primam pela estranheza de aspeto e que apresentam boas mecânicas, como foi o caso de Furi. Pois bem, Haven não foge a essa regra, mas aborda um tema que é muito raro de se ver em videojogos, o amor. E é esse ângulo da história que diferencia Haven de todos os outros.  

A história é passada entre dois protagonistas, Yu e Kay, fartos de uma vida cheia de rotinas, fugiram de uma sociedade que não aprova o seu relacionamento. Tentam assim contruir uma vida num planeta estranho, com o nome Source, repleto de pequenos arquipélagos e aparentemente desabitado.


Infelizmente um tremor de terra apanha-os desprevenidos e a sua nave espacial caí pelo desfiladeiro abaixo. Sem outra opção o objetivo principal deste casal é o de recuperar a forma anterior da sua nave já que ficou incapacitada de conseguir voar novamente. Este tremor de terra também abriu uma espécie de pontes entre arquipélagos que permite assim a exploração de 42 pontos distintos no mapa.

Entre a exploração do mapa e todo o romance, a vida anterior de ambos entra na equação, já que a mãe de Yu a encontra através de um sinal emitido por um emissor que pensavam que estava desativado. No entanto, Haven é principalmente sobre a sobrevivência na nova vida de ambos, que consiste principalmente em fazer a colheita de plantas alienígenas para as suas refeições, explorar todos os recantos destes arquipélagos, enquanto deslizam pelo ar com as suas botas especiais e tentam recuperar áreas contaminadas com uma espécie de cristais que atormenta também a fauna presente. É interessante que este aspeto trouxe-me várias memórias do “Horizon Zero Dawn” e as suas “corrupted areas”.  

Ao contrário da maioria dos títulos deste género, Haven oferece uma experiência RPG simplificada, livre de qualquer registo de missões e árvores de habilidade. Todo o seu progresso é feito à medida que a história é desembrulhada e a relação entre personagens é contruída. Ainda que muitas destas progressões sejam feitas… na cama.  


É um padrão interessante para títulos com este perfil, mas que pode levantar algum desinteresse por conter muitas linhas de texto com pouco interesse. Não obstante que todas as linhas de texto têm voice acting, mas muitas vezes acabei por pressionar o botão de fast forward porque queria mesmo passar para a ação. Este botão de fast forward também pode ser pressionado durante os combates, ainda que sem muita estratégia envolvida, é um aspeto interessante para os mais impacientes.

Ainda que muito leves, Haven também tem algumas mecânicas de sobrevivência. À medida que se explora todos os arquipélagos de Source, são apresentados alguns ingredientes que de certa forma se podem misturar entre si, para produzirem refeições que podem ajudar a recuperar algumas estatísticas das personagens, como por exemplo, tornar o casal mais eficiente no combate.  

Falando em combate, toda a mecânica de combate em Haven é um pouco estranha e implementada para ser jogado com um parceiro. Ainda assim jogar sozinho também não será difícil, já que os controlos são bastante simples. Como referi anteriormente o combate é uma mistura entre combate por turnos e ritmo, já que cada personagem pode aplicar um golpe sozinha, ou efetuar um ataque mais forte usando a ajuda do seu parceiro. É necessário acompanhar as ações dos adversários e reagir de acordo com os seus ataques.


Toda esta aventura foi jogada com um comando e durante o combate cada joystick é atribuído a uma das personagens. O joystick da esquerda é atribuído à personagem apresentada no lado esquerdo do ecrã, enquanto o direito é designado à personagem na direita. O jogador tem ao seu dispor duas habilidades de ataque, uma de impacto que disfere um ataque corpo a corpo, e uma habilidade de tiro à distância. Neste aspeto o adversário terá uma resistência a um dos ataques, de maneira que é necessária entender qual o ataque mais indicado para cada tipo de inimigo. Apenas existe uma habilidade de defesa que neste caso é um escudo. Por último é apresentada a habilidade de “Pacify” que permite retirar o animal debaixo da forma de “rage”.

As lutas não têm uma grande profundidade. Ainda assim com a progressão da história, alguns inimigos requerem alguma estratégia para serem superados.


Embora Haven seja algo monótono e repetitivo, a sua banda sonora repleta de batidas e melodias cativantes, consegue realmente puxar pelo jogador. O retrato de um relacionamento adulto é algo a ser admirado. Agora resta ao jogador perceber se tem interesse numa história de amor um tanto comovente.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela The Game Bakers.

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