The Pathless

A vida seria melhor se tivesse um caminho claramente definido? Esta é uma de várias questões que surgem em The Pathless, uma aventura em mundo aberto numa ilha recheada de mistérios, puzzles e deuses vinda da Giant Squid, criadores do popular indie ABZÛ.

Este é um jogo com muito mistério e pouco diálogo, em torno de uma ilha amaldiçoada à espera de um guerreiro que a possa salvar, que rapidamente nos coloca na pele de Hunter, a protagonista. O primeiro impacto do jogo surge logo com a descoberta da sua simples, mas excelente jogabilidade, mal se coloca a personagem a correr e disparar flechas contra alvos que lhe dão ainda mais velocidade. Sem se dar por ela, começou a aventura!

A primeira área a explorar funciona como um pequeno tutorial, no qual uma gigantesca águia ferida requer a ajuda de Hunter, naquilo que será a experiência central do jogo. Em cada região, há gigantescos pilares sagrados, cobertos por magia vermelha, dos quais foram removidos medalhões dourados, espalhados pelo mundo nos mais variados tipos de puzzles. Depois de os recuperar de forma a recuperar os pilares, estes emitem uma luz divina que irá salvar essa região. Assim se salva a águia, que se tornará uma companheira nesta aventura, ainda mesmo a começar.

Além de um ponto importante da história, a águia é fundamental para a experiência de jogo, permitindo a heroína voar e, assim, chegar a locais que de outra forma seriam bastante inacessíveis. Em alternativa, a águia pode também carregar objectos pesados, o que ajudará a resolver alguns dos puzzles mais enigmáticos que aprisionam os medalhões. Puzzles inteligentes, mas acessíveis, para os quais todas as pistas e ferramentas necessárias estão sempre em seu redor. Mas este não é apenas um jogo de puzzles e exploração.

Em cada região, há uma criatura amaldiçoada, que vai circulando rodeada por uma gigantesca bola de energia vermelha, da qual o melhor é ir-se mantendo à distância. Caso contrário, Hunter terá de se mover cuidadosamente no seu interior, sem que a criatura se aperceba dos seus movimentos. Depois de iluminar os pilares, porém, o caso muda de figura, levando a impressionantes lutas contra essas mesmas criaturas. Boss fights num jogo onde o combate é, praticamente, inexistente? No fundo, são também puzzles de acção, intensos, no qual a única arma à disposição é o arco desta guerreira destemida. Ainda assim, nem mesmo nestes combates existe uma penalização - não há "game over", apenas um afastamento da personagem para que possa tentar outra vez.

Com influências claras de jogos como Legend of Zelda, principalmente o mais recente Breath of the Wild, este é um jogo dedicado aos puzzles e exploração de um mundo perdido, em ruínas. Não sendo exactamente um "open world" mas sim uma sequência de vastas áreas de exploração, The Pathless conta com um belíssimo estilo artístico, no qual o vermelho se destaca como símbolo do mal, mas também como um ponto de referência para a localização dos puzzles em cada região, num jogo onde não existe um mapa à disposição. Uma estética envolvente, acompanhada de uma excelente banda sonora, adequada a cada ambiente.

Infelizmente, esta é uma experiência relativamente curta quando se tem em conta o custo de aquisição que, conforme as plataformas, varia neste momento entre os 25 e 50 euros. Contando com alguma exploração e experimentação, o jogo irá rondar entre umas 6 a 8 horas para completar.

Com um belíssimo estilo artístico e banda sonora a acompanhar, este é um jogo que convida a explorar uma ilha amaldiçoada e recheada de mistérios, numa experiência acessível a todos os jogadores.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 5, gentilmente cedido pela Ecoplay.

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