Taiko no Tatsujin: Rhythmic Adventure Pack


Quem nunca viu uma máquina de Dance Dance Revolution nos centros comerciais que se acuse! Um fenómeno das décadas de 90 e 2000 que testava a destreza dos seus jogadores através de um jogo de ritmo recheado de música pop da época. É certo que atualmente sejam quase “impossíveis” de encontrar, mas o género de jogos de ritmo foi algo que nunca desapareceu, mesmo em séries que inicialmente pareciam estranhas, mas que abraçaram o mercado ocidental.


Taiko no Tatsujin é uma dessas séries, contando já com dezenas de títulos ao longo de 20 anos (e centenas atrás de centenas de músicas a acompanhar), sendo que vários jogos nunca saíram no mercado ocidental, com foi o caso da bizarra junção de jogo de ritmo e RPG com uma história, no mínimo, curiosa. Essa mistura surge agora na Nintendo Switch em Rhythmic Adventure Pack com dois desses títulos lançados originalmente na Nintendo 3DS bem recheados de músicas. Tal como em Drum ‘n’ Fun! tocamos os tambores taiko ao ritmo de músicas através de movimentos nos comandos Joy-Con ou, se preferirem, usando os botões. Uma série que popularizou os icónicos tambores, batizando os personagens principais de Don e Katsu (sim, têm nomes!). 

Claro que o melhor método de controlo será o do tambor físico em si, algo que não possuo, mas que esta análise me convenceu completamente a adquirir um num futuro próximo. Dei por mim a trocar várias vezes entre o controlo por movimento dos comandos ou botões, alternando entre a diversão de mover os comandos ao ritmo, mesmo que falhasse na precisão de algumas notas, aos controlos mais tradicionais e precisos que joguei mais em modo portátil. O tambor acaba por ter a precisão de tocar no centro do tambor como na lateral, que são na prática as duas batidas existentes, um ponto fundamental quando quero jogar em modo Oni, o grau de dificuldade mais elevado. 


Sendo um pack de 2 jogos num só ele conta com imensas músicas, que vão de títulos originais a músicas pop japonesas, passando por músicas clássicas, a febre dos Vocaloid e ainda músicas de séries anime que muitos vão facilmente reconhecer. Surgem também músicas e medleys retirados de outros jogos como Ace Attorney, Yo-kai Watch ou até Muscle March! Há uma boa e vasta diversidade de géneros a explorar entre jogos, juntamente com os desafios que muitas das músicas nos colocam em frente, onde acabei por repetir as minhas favoritas, ou as mais icónicas, até ficar satisfeito com a minha pontuação em níveis de dificuldade superiores. 

Talvez o ponto mais peculiar de ambos os títulos são os modos RPG, ou mais concretamente aventura, com duas bizarras histórias que escalam de uma maneira impressionante. No primeiro título viajamos no tempo e conhecemos figuras icónicas e constantemente usadas em videojogos como Nobunaga. Já o segundo título nos leva a viajar pelo mundo à procura de tesouros que têm como objetivo proteger o mundo. A componente RPG surge com lidamos com combates aleatórios que surgem enquanto exploramos, enfrentando diversos inimigos enquanto tocamos ao ritmo das músicas. É literalmente um (bom) pretexto para explorar as narrativas, adquirir companheiros que nos ajudam nos combates e desbloquear imensos itens para equipar Don. 


Há encontros aleatórios, níveis e estatísticas como é normal dentro do género, vários bosses a derrotar e boas recompensas durante a(s) aventura(s). Há vários tipos de personagens e monstros para construir a nossa equipa a gosto, todos com habilidades e papeis fundamentais no grupo que nos permitem uma boa customização, facilitando imenso nos combates mais avançados. Em ponto algum o modo RPG é difícil, mas todas as ajudas são preciosas. O estílo artístico do jogo é fundamental para embelezar imenso a aventura, mesmo quando estamos focados no ritmo da música e nas batidas certas, o resto do ecrã está povoado por uma boa quantidade de inimigos bastante curiosos.


O fundamental acaba por ser algo tão simples como disfrutar das músicas, “bater” no tambor ao ritmo e obter a melhor pontuação possível, como é de esperar de um jogo de ritmo. Os modos extra são peculiares e poder vestir o nosso Don com os imensos itens que desbloqueamos é curioso e são extras que vamos desbloqueando sem grande pressão, são apenas recompensas de uma boa prestação. Para quem não conhece a série, ou ouviu falar, mas nunca viu a oportunidade ideal para a explorar Rhythmic Adventure Pack é uma boa aposta. Quem sabe se não vos vai prender como me aconteceu a mim, e passado pouco tempos vêm-se a procurar e encomendar o comando tambor feito a pensar na série.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Bandai Namco Entertainment.

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