Chronos: Before the Ashes

Prequela do recente Remnant From the Ashes, Chronos é um roguelike em que a morte nos dá idade e todas as condições que com ela vêm, boas e más.

Assente no mesmo universo, o jogo inicia com uma cutscene muito semelhante, o mundo foi destruído por uma vaga de monstros comandada por um maligno dragão. Como o melhor dos melhores, o mais inteligente e mais forte, somos escolhidos para ir através do portal que abre anualmente para tentar encontrar e derrotar o dragão (até aqui nada de novo). Começamos a nossa aventura logo com 18 anos cheios de vitalidade e esperança e cada vez que perdemos envelhecemos um ano, sendo o envelhecimento atípico acompanhado de um sistema de subida de nível clássico.

Para além do aspeto gradualmente envelhecido, há também mudanças na jogabilidade: aos 20 (e de 10 em 10 anos após) temos a escolha de 1 de 3 bónus permanentes. Mais ainda, e uma representação da idade crescente muito bem construída, enquanto ao inicio aumentar a capacidade física é fácil, à medida que a idade vai avançando a incapacidade traduz-se numa dificuldade progressivamente maior de as melhorar. Esta diminuição no extremo impede-nos de colocar mais pontos (que obtemos ao subir de nível) na força/agilidade, mas facilita o aumento do conhecimento mágico. Introduz uma dinâmica diferente em que o planeamento da alocação dos nossos pontos tem que ser pensado tendo em conta o literal futuro.

O combate vê-nos a empunhar uma espada ou machado inicialmente, e outras armas vão ficando disponíveis com o avançar no jogo. Temos um ataque leve e um pesado e um escudo que nos protege e pode, na altura certa, desequilibrar o inimigo para um contra ataque mais poderoso. Eventualmente é-nos dado um fragmento do dragão que nos concede um poder mágico que melhora os ataques. Para além disso podemos ainda desviar-nos dos ataques, sendo que uma evasão em cima do momento concede também um ataque mais forte. Ainda que recompensa uma boa execução é muitas vezes impedida pelo facto de o jogo, tanto a câmara como o próprio movimento sofrerem de uma má execução.

Para chegar ao dragão teremos, eventualmente, que enfrentar os seus guardiões e ainda resolver puzzles usando as pistas que o ambiente (e os textos e até imagens) nos providenciam. Há muita magia à mistura, e alturas em que tanto ficamos pequenos, como gigantes para combater algo que segundos antes nos espezinhou. Vamos desbloqueando outras pedras que servem como pontos de retorno e partes do coração do dragão que nos curam, sendo restaurados os usos apenas quando falecemos. Em cima disto podemos ainda melhorar o nosso equipamento usando materiais deixados pelos inimigos.

Os cenários são bastante característicos e o mesmo se pode dizer dos monstros, apesar de algo repetitivos. A demanda pela morte do dragão leva-nos a ambientes variados e a música acompanhante é agradável, se bem que não particularmente notória. Por outro lado a execução e performance são notoriamente fracas, o jogo por vezes bloqueia ações sem razão aparente e a performance sofre em combate. A própria qualidade da imagem na Nintendo Switch, tanto em portátil como na TV, é francamente fraca, sendo às vezes difícil até ler certas entradas textuais que são importantes para o progresso.

O resumo deste jogo é mesmo esse, um bom conceito mas com uma execução fraca, que por causa disso nos tira a vontade de descobrir como seria ser um herói após 80 anos de combate contra as forças do mal.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Dead Good Media.

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