Blair Witch


Blair Witch está disponível no Xbox Game Pass e assim sendo, o Meus Jogos teve a oportunidade de o jogar no dia de lançamento, como tantos outros possuidores deste serviço.

Inspirado no clássico filme dos anos 90, assim como as suas sequelas, eis que agora nos chega Blair Witch em formato de videojogo. Um jogo que se foca no terror psicológico no meio de uma floresta, levando o protagonista Ellis ao limite da sua sanidade. Será que nos conseguiu deixar a tremer de medo?

Ellis é um ex-polícia, que vai em direção a uma floresta onde se perdeu uma criança de nome Peter. A polícia local está ao corrente do acontecimento, com dois grupos de busca. Assim que se chega ao local, Ellis, acompanhado do seu fiel amigo canino de nome Bullet, faz uma investigação aos registos do menino e equipa-se devidamente com um walkie talkie antes de entrar na floresta maldita.

Assim que os dois pés estão dentro da floresta, é como se não existisse escapatória, pois esta é literalmente um labirinto. Vale a ajuda de Bullet em muitos momentos do jogo e mesmo assim, o cão não é um sabichão. Para além de ter um walkie talkie, Ellis está equipado com uma mochila que contém ração para o Bullet, documentos como a carteira e registos do paradeiro de Peter. Visto que o jogo se passa nos anos 90, Ellis tem um telemóvel ao estilo dos Nokias antigos com ecrã verde tal como a geração dos 80 chegou a presenciar. Este telemóvel servirá especialmente para comunicar com a sua ex-mulher que se preocupa com a sua condição mental. A saúde de Ellis não é razoável e por alguma razão (que nos é explicada adiante), ele quer à força ajudar na investigação em busca desta criança.


Ellis vai recebendo chamadas que pode ou não atender, tudo isto terá consequências e, por isso mesmo, levar a finais alternativos conforme as escolhas feitas pelo jogo fora. O walkie talkie servirá para entrar em contacto com o Xerife da zona local, que se encontra em busca da criança com outro grupo. Assim sendo, Ellis terá de explorar juntamente com o seu fiel pastor alemão o paradeiro do miúdo. O Bullet desempenha um papel fundamental e conta com uma data de ações. O comando mais comum será o de procura, para investigar as zonas mais suspeitas. Sempre que Bullet encontra um objeto relevante, é possível pegar e dar ao cão para cheirar e ficar com o odor do objeto e assim seguir o caminho na direção correta. Mas Bullet nem sempre estará disposto e nem sempre encontrará algo, o jogador não pode depender dele a vida inteira pois por vezes estarão os jogadores como Bullet às voltas sem encontrar qualquer resposta ou saída. É preciso afagar o pequeno Bullet com mimos e biscoitos, embora estes últimos sejam escassos. Estes dois comandos serão os mais usados e importantes.

Quanto ao terror, tenho a certeza que foi mesmo um dos poucos jogos na minha vida que me conseguiu dar scare jumps, acho que a última vez foi com o primeiro Outlast na data do seu lançamento creio que em 2013. Blair Witch mete medo, assim que vai progredindo no jogo, fica-se saber o que é bom para a tosse. Equipado de uma lanterna e uma câmara de filmar, o recurso para derrotar certos monstros é a lanterna, já outros, a luz fará com que eles ataquem, sendo que para os evitar será necessário ligar a máquina de filmar com o modo noturno e verificar em que zona se encontram e desviar o olhar. Algo que os jogadores vão sentir na flor da pele de certeza.


Com isto quero dizer que é realmente assustador. Eu próprio joguei uma carrada enorme de jogos do género e sempre disse que nos dias de hoje, não haveria nenhum capaz de fazer algo que me pudesse arrepiar, pelos vistos estava enganado. Blair Witch marca uma posição, sabe onde, quando e como criar medo e aterrorizar o jogador. A equipa está de parabéns por ter-me feito stressar desta forma e admitir que tive medo e vivi situações realmente assustadoras. Nesse sentido, o jogo é aconselhável a ser jogado de auscultadores para uma expriência ainda mais forte.

Passemos ao que poderia estar bastante melhor, começando pelo seu grafismo, embora seja importante sublinhar que é um jogo indie. Será também necessário um patch para corrigir vários bugs, como entrar numa porta obrigar o jogador a andar de cócoras só para atravessar uma simples porta.

Pior foi o aspeto que quase me fez desistir do jogo logo após meia hora de exploração, a sua dificuldade de compreensão. Assim que o jogo realmente começa, num acampamento, somos atirados aos “leões”: o jogador vai dar em maluco às voltas desse acampamento, andar por todos os caminhos possíveis e imaginários e ainda assim, ao encontrar uma suposta saída, acabar por voltar ao acampamento. Se não se fizer uma boa leitura de como proceder, significa que perderá uma hora a andar em círculos, sendo necessário estudar bem as cassetes que se encontram nos acampamentos e outros sítios bem visíveis. O jogador terá de assistir e através dela pausar ou rever a cassete, para que aquilo que está em seu redor mude. Algo difícil de explicar mas, assim que o jogador entender, vai ficar a adorar o conceito e ser mais esperto, mas a mecânica pode afastar muita gente de um jogo que podia ser uma obra-prima.


Blair Witch é uma surpresa enorme e se não fosse por aquele primeiro acampamento em que pode deixar muito jogador desesperado ao ponto de desistir, isto podia ser um dos melhores jogos deste género. No entanto, depois de verdadeiros momentos de medo e valentes sustos, o género de survival horror ganhou sem dúvida mais um nome na prateleira: Blair Witch.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Xbox One, disponível no Xbox Game Pass.

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