Bear With Me - The Complete Collection


Há muito para gostar neste Bear With Me. Os trocadilhos, o género point and click, estilo noir e o facto de esta edição estar bem composta de conteúdo. Se isto não vos atrair, então há muito para não gostar também. No fundo, é como tudo na vida.

Por não ter crescido a jogar computador e jogos point and click, não criei laços com o género ou paciência para clicar em todos os píxeis no ecrã – no entanto, tenho oceanos de paciência para o grind em RPG… E eu gosto do género noir e de todos os clichés que lhe pertencem. Bear With Me risca esses elementos de uma lista para que não falte nada e não inventa a roda – nem precisa. Ainda assim, não fui com a cara do jogo.


O jogo é tão lento! Tanto num sentido literal, porque as personagens são lentas, como a nível de enredo. Demora imenso a pegar e as primeiras horas custam a passar. Não quero usar a palavra secante, mas aplica-se. Talvez a culpa também seja minha por não estar habituado ao género, à tentativa e erro para avançar nos diálogos, experimentar todos os itens para conseguir algo, mas as primeiras horas são fulcrais para nos agarrar. Lá para o meio do primeiro episódio, as coisas começam a aquecer com a introdução de um certo mafioso.

Goste-se ou não, teremos de interagir com tudo no cenário e isto inclui as mais diversas personagens. Há bastante para ler neste jogo e apesar de grande parte do texto ser de qualidade, há muito filler – e quando digo qualidade, falo da sua relevância para o enredo e como é passado ao jogador. As personagens importantes para a história têm actuações profissionais, sotaques, tiques, piadinhas e picardias que nos puxam para aquele mundo áspero, mas as restantes personagens parecem que estão a ler directamente do guião para despachar. Este desfasamento é um pouco estranho e é uma quebra de imersão desnecessária. Ou davam o mesmo tratamento a todos ou reduziam o número de personagens e/ou diálogo.

Ainda assim, só posso recomendar que falem e toquem em tudo. Há sempre qualquer coisa para dizer e ainda me ri com algumas coisas ou referências a séries.


Os visuais do jogo são engraçados e aqui é um pouco hit or miss que vai ao encontro dos gostos pessoais. Há partes do jogo que me lembram jogos mobile, mas as secções em banda desenhada estão bem conseguidas, lembrando um Max Payne com ursos de peluche – ei, outra boa referência! Como mencionado acima, as vozes vão do oito ao oitenta com boas prestações e com prestações sem sabor. A banda sonora não é má, remete à época e ao género noir com temas de jazz para criar ambiente.

Não tive quaisquer problemas a jogar Bear With Me. A Exordium Games preparou-nos um bom port e, no caso da Nintendo Switch, dão-nos a opção de jogar com o ecrã táctil! Se vão lançar um point and click ou um jogo de estratégia na consola, dêem-nos a opção. No entanto, ironicamente, preferi jogar este Bear com os analógicos para ter mais precisão.


Resumindo e concluindo, apesar de não ser um jogo para mim, reconheço que temos aqui algo com qualidade. Um bom jogo com uma boa história e boa jogabilidade; horas de entretenimento garantidas! Mais, este pacote inclui um episódio adicional que servirá de prólogo ao jogo já lançado. E se me perguntarem se isto tudo custará os olhos da cara, direi que não: o jogo custa a módica quantia de 15 euros. É de aproveitar!

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Dead Good.

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