Ancestors: The Humankind Odyssey


Ancestors: The Humankind Odyssey apresentado pelo estúdio independente Panache Digital Games e publicado pela mão da Private Division, é um título de sobrevivência de mundo aberto em terceira pessoa com uma experiência totalmente única e sofisticada. No entanto, os jogadores mais impacientes podem sentir-se frustrados pela dificuldade implacável ou da falta de objetivos autodirecionados.

Sem argumento ou história por detrás, Ancestors pode ser apresentado como uma combinação de sobrevivência com a evolução da espécie humana. Embora esta ideia possa parecer algo linear, o jogo requer uma abordagem bastante particular e envolvente dos seus intervenientes com várias trabalhos com os diferentes indivíduos da sua comunidade. Por outras palavras, em vez de controlar apenas uma personagem em específico, Ancestors proporciona a jogabilidade com vários elementos do grupo, guiando um conjunto de “humanos” primitivos vulneráveis por uma selva, sem qualquer tipo de orientação sobre como progredir rapidamente para o próximo estágio de evolução. 


Ainda antes de começar a sua aventura o jogador é prontamente informado pelo jogo que não receberá ajuda. Sem sombra de dúvida um dos jogos mais “complicados” neste aspecto. A bem da verdade, os antepassados da humanidade também não tinham qualquer tipo de ajuda e foi nesta perspetiva que os criadores desenvolveram este mundo. A questão é se essa abordagem é equilibrada com recompensas de maneira justa para os jogadores.

Os primeiros passos desta demanda são feitos por uma cria de Macaco a fugir de um predador. De notar que é possível selecionar a opção de “ajuda” muito embora seja pouca ou nenhuma, apenas alguns pop-ups sobre os controlos a serem utilizados e explicações sobre os principais conceitos, como mecanismos de inteligência e de descoberta do jogo. A exploração é a chave do desenvolvimento cognitivo da comunidade e aqui sente-se um dos elementos base do jogo, a capacidade de escalar qualquer superfície, ou quase todas.

O jogador irá certamente ver muitos dos seus membros do clã a desaparecer. Isto porque como na selva, tudo necessita de alimento, por isso poderá por vezes ser-se emboscado por cobras e ficar envenenado, ou atacado por porcos/javalis de grande porte e partir um osso. É importante também ficar atento ao que se ingere e com o tempo de descanso, para não fatigar a personagem em questão. Ancestors leva a questão de sobrevivência muito a sério e, embora seja possível recuperar de certos ferimentos, como recuperar com relativa facilidade de ossos partidos, tudo o resto tem um ar super realista.


O objetivo principal é de facto sobreviver, mas para progredir o jogador necessita de ganhar novas habilidades e evoluir o cérebro, para a criação posterior dos saltos entre gerações. Estas novas habilidades podem ser transmitidas para o resto do clã e derivados descendentes.

À medida que se aprende a utilizar ferramentas e armas de ataque e defesa é possível comer uma variedade maior de alimentos, fazendo com que haja uma mudança de metabolismo. O problema é que, se todo o clã for eliminado, todo este conhecimento e trabalho feito anteriormente será completamente perdido. Faz sentido, mas é um aspeto que se pode tornar extremamente frustrante.

Embora seja um ótimo jogo, com paisagens de cortar a respiração, apontamentos em termos de cutscenes também elas muito bem retratados (algo repetitivas), Ancestors: The Humankind Odyssey fica pelo caminho para a perfeição.


Mesmo passadas algumas horas neste título é muito dificil ter-se noção da imensidão do mundo que oferece. É de facto um jogo grande em termos de mapa por explorar, mas que infelizmente não prima pela acessibilidade. Uma experiência selvagem, sem uma lista de objetivos no ecrã, que vai perguntando ao jogador do que é que ele é capaz. Já disponível para PC via Epic Games Store, chegará à PlayStation 4 e Xbox One em dezembro.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para o PC, gentilmente cedido pela Private Division.

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