Warlocks 2: God Slayers
Trazido até nós pela Frozen Distric e pela No Gravity Games, Warlock 2: God Slayers é um RPG de ação e plataformas que nos coloca na pele de aspirante a feiticeiro.
A nossa personagem surge enjaulada logo no início da aventura. Contudo, um rápido auxílio prestado por um misterioso indíviduo, em representação da Order of the Warlocks, permite-nos escapar aos nossas captores, que aparentam ser um grupo de mercenários. Daí em diante, cabe ao jogador a tarefa de realizar pequenos trabalhos para a Order de forma a ser aceite nos ranks da mesma.
Contudo, a entrada é tudo menos fácil e coloca-nos em rota de colisão com os principais antagonistas do jogo: os deuses. O primeiro dos seres divinos que temos que enfrentar é Faun, mas outros se seguirão. Isto é...se formos bem sucedidos em ultrapassar este primeiro obstáculo, é claro.
Em Warlocks 2 não temos um protagonista fixo, mas antes cinco tipos de personagens distintas de entre as quais podemos seleccionar uma. São elas: a witch Willow, o spirit lord Shax, a xamã Kheera, o pyrodancer Jake e o drunken goat Cormag. Cada um deles dispõe de um ataque primário distinto, embora de entre os cinco apenas um, Cormag, usa ataques físicos como forma de ataque. Todos os restantes utilizam algum tipo de projéctil. Willow, por exemplo, serve-se de duas rosas que usa para arremessar contra os oponentes. Embora similar, o seu ataque não é tão preciso como a bola de energia de Shax ou o ataque flamejante do jovem Jake e da sua fénix. Por sua vez, o ataque de ambos é muito mais lento do que a lança da xamã Kheera (que a par de Shax é uma das melhores personagens do jogo).
Como o RPG de acção que é, Warlock 2 permite ao jogador fazer level up da sua personagem quer através do uso dos pontos de experiência adquiridos nos níveis, quer através dos muitos itens que podemos equipar com o decorrer da aventura. Armas, armaduras, amuletos, são apenas algumas das coisas que irão elevar mais determinados atributos da nossa personagem.
Contudo, o mais relevante, em termos de gameplay e de experiência do jogo propriamente dita, vai residir na árvore das habilidades. É nesta que iremos usar, como já referi atrás, os pontos de experiência, desbloqueando novas habilidades e tomando decisões que permitirão, para efeitos práticos, uma customização da personagem. Mesmo que dois jogadores usem a mesma personagem no modo co-op, estas serão totalmente diferentes uma da outra apenas pelo facto de cada um dos jogadores terem optado por desenvolver habilidades diferentes. Isto vem conceder replay value a um jogo que provavelmente não o teria devido à repetição do mesmo tipo de estilo de combate e ao seu design de jogo labiríntico e muito focado no back tracking. De todas as personagens a melhor, a meu ver é Shax, com os seus feitiços de necromancia. Esta habilidade vem abrir novas possibilidades, apresentando um gameplay muito similar, em essência, ao necromante do lendário Diablo 2.
Cada personagem tem uma caixa de inventário na qual pode guardar os diferentes itens que encontre nos níveis ao derrotar inimigos, partir vasos, procurar no interior de troncos mortos, em cadávares de recém-falecidos ou desbravando relva selvagem. Os itens de ataque e defesa que o jogador pretenda usar, podem ser equipados directamente na personagem, ao passo que os de cura são colocados em quatro slots de acesso fácil. Desta forma, o jogador não perde tempo a aceder ao menu principal sempre que necessitar de encher a sua barra de energia vital ou a sua barra de energia mágica.
Convém referir que para além dos diferentes ataques que podem usar (e que têm um período de cool down antes de serem usados novamente), os jogadores beneficiam da existência dos familiares.
Estes são pequenas criaturas que serviram de apoio para o jogador, ajudando-o nos níveis.
Por falar em níveis, estes são desenvolvidos como verdadeiros labirintos, repletos de plataformas e com uma variedade de inimigos. Temos robots, mercenários, feras selvagens, criaturas venenosas, adoradores fanáticos dos deuses, entre muitos outros. A adicionar aos ditos inimigos genéricos, temos um middle boss e, aquele que é o grande desafio do jogo, o boss final. Este segue padrões de ataque que deveremos descodificar de forma a conseguirmos ser bem sucedidos.
Num jogo que não é de todo longo ou muito difícil (excepto os bosses), Warlock 2 beneficia de uma apresentação excepcional. Os níveis são coloridos e bastante variados, parecendo tirar bastantes influências da trilogia original do Star Wars. Isto pode ser visto na nossa hub no jogo. A cantina é reminisciente do primeiro Star Wars, com uma banda bastante parecida a tocar em palco (podemos inclusive escolher as músicas que a banda irá tocar). Ponto de passagem antes de cada nível, a cantina permite ao jogador restabelecer o seu stock de armas e itens juntos dos comerciantes que por lá andam.
A música não é tão memorável, soando bastante genérica e repetitiva. Esta e a repetição do gameplay inicial, assim como todo o back tracking que será feito e a por vezes incontrolável mira que usámos para guiar os nossos ataques aos inimigos, evitam que Warlock receba o status de jogo clássico.
É um jogo bom, com dois modos de jogo (Single e Co-Op Local/Online), dificuldade seleccionável (morte permanente, menos dano causado, mais dano sofrido, bosses mais difíceis e inimigos mais numerosos e agressivos) e grande replay value por causa das caricatas personagens que nos introduz.
Um jogo a ter em conta, apesar das múltiplas ofertas do mercado.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela No Gravity Games.