Children of Morta


Dos estúdios Dead Mage Inc., conhecidos por títulos como Shadow Blade, Garshasp, entre outros sempre na base da ação e aventura, chega-nos agora Children of Morta, com o dedo da 11bit Studio como publisher.

A história deste jogo é centrada na família Bergson, um clã de guardiões que tem vindo a lutar contra a corrupção durante inúmeras gerações. A cada poucas centenas de anos, a Corrupção desce do Monte Morta e causa estragos na terra. A única solução é despertar as três divindades presas em seus respetivos reinos, na esperança de que possam voltar à submissão. Normalmente em jogos RPG de ação com elementos de "rogue-like", é aí que a complexidade da história termina, no entanto neste caso a história é muito mais do que apenas um veículo para a ação.


A aventura começa com John Bergson (o pai) e Linda Bergson (a filha mais velha), ambos com maneiras de combater diferentes. O pai tem como principal habilidade o uso do seu escudo para proteção enquanto empenha uma pesada espada que o ajuda a desbravar as masmorras. Já Linda é uma arqueira, super rápida para poder desviar-se dos ataques inimigos e um arco capaz de infligir grandes quantidades de dano aos inimigos. Os filhos mais novos, Kevin e Luxy, também querem ajudar a sua família, mas a sua mãe ainda não o permite. Estes também têm a sua maneira de combater, enquanto que Kevin decide combater com os punhais que o seu tio Ben lhe ofereceu, Lucy tem o poder do fogo que lhe foi ensinado pela sua avó. Ao todo é possível jogar-se com 6 personagens diferentes.

A jogabilidade é o que se pode esperar de um ARPG (action RPG). Fluído, rápido e super divertido. Como já referido cada membro da família apresenta um estilo de ataque diferente, o que proporciona uma linha de aprendizagem bastante agradável na progressão da história. Ao contrário de outros títulos deste género não existem materiais e armas para apanhar. Existe ouro, ou Morv como é chamado, e pedras preciosas para apanhar e vários power-ups que podem ser adquiridos. No entanto, exceto o ouro, estes são redefinidos em cada vez que o jogador inicia a sua “run”. É neste aspeto que a componente rogue-like entra em ação: ao contrário do "rogue-like" puro, quando o jogador morre durante a sua jornada, retém todo o XP e ouro que colecionou e volta ao ponto de partida, neste caso à casa Bergson. O Morv poderá ser usado para evoluir habilidades na árvore de habilidades ou no livro da Rea. Este último é um livro que ajuda o aventureiro na sua luta, seja com habilidades passivas, como a durabilidade das suas habilidades, aumentar a durabilidade dos “obelisks”, etc.


Os jogadores podem apanhar três tipos diferentes de power-ups que possibilitam aumentar de certa forma o seu poder. “Divine Graces”, “Divine Relics” e “Charms” tornam-se assim uma parte essencial nas “runs”. Estes são apanhados de forma aleatória e podem muito bem determinar o desfecho em termos de sucesso ou de fracasso. Existem também “Runes” que podem modificar o tipo de ataque tanto do ataque normal bem como a habilidade especial da personagem e “Obelisks” que oferecem “buffs” temporários.

As “Divine Relics” de certa forma são as mais notórias. Fornecem uma poder de forma ativa e podem variar entre uma poção de cura ou escudo protetor ou um tipo de ataque mágico. Em termos estéticos também pode modificar o detalhe gráfico do ataque. Mais tarde é possível ter controlo de duas “Divine Relics”, derivado ao livro da Rea. As “Divine Graces” são um pouco diferentes. São apresentadas em forma de “buff” passivos. Os mesmos podem dar dano em forma de veneno, em forma de ataque de fogo ou recuperar vida enquanto ataca o inimigo.

Os “Charms” talvez sejam as habilidades mais interessantes em termos de mecânica. Funcionam como “Divine Graces”, na medida que proporcionam um efeito passivo, de efeito temporário e nalguns casos até mesmo de uso único.

As “Runes” são aplicadas a uma das três habilidades que cada personagem apresenta. A sua durabilidade assenta no uso do ataque, ou seja, não expira durante “x” tempo, mas sim, no número de vezes que é usada.

Por último os “Obelisks”, têm o mesmo efeito que os “Obelisks” presentes na saga “Diablo” ou “Torchlight”. É necessário ativar para receber o “buff” temporário. Toda a informação sobre o “Obelisk” estará presente se o jogador se aproximar do mesmo, no entanto, se pretender ler a totalidade da habilidade do mesmo é conveniente limpar a área circundante que estará repleta de inimigos.

É dentro desta panóplia de escolhas de habilidades que assenta uma mecânica super divertida. É quase impossível ter-se “runs” iguais às anteriores.


Relativamente à árvore de habilidade, cada membro da família terá a sua própria árvore de habilidade e uma árvore de habilidades comum a todos. Para evoluir a árvorde de habilidades designada a cada membro, o jogador terá de jogar com o membro pretendido e evoluir a personagem, pois é só com os pontos de subir de nível que poderá também subir os “stats” das habilidades. Por outro lado, a árvore de habilidades comum à família somente necessita de usar o Morv recolhido nas aventuras às masmorras. Um dos pontos mais interessantes envolve as habilidades passivas especiais que são desbloqueadas de forma gratuita a cada 4 níveis de personagem. Isto é aplicável a cada membro e poderá por exemplo salvar o jogador no último minuto, adicionar a regeneração de vida ou aumentar os poderes. De certa forma é uma maneira de incentivar o jogador a jogar com as diferentes personagens.

Esta versatilidade de trocar de personagem vem com um custo. Também eles ficam um "debuff" chamado “Corruption Fatigue”, que decresce temporáriamente a barra de vida da personagem em questão até que esta descanse. É praticamente impossível jogar apenas com uma personagem durante todo o jogo. Felizmente a seis personagens que eventualmente irão estar disponíveis para jogar, encaixam-se em um dos três tipos de combate – combate à distância, lutador com mais armadura e “rogue” com ataque rápidos. Permitindo ao jogador ficar na sua área de conforto.

Entre as “runs”, geralmente há uma cutscene, que descreve um pouco mais sobre a família Bergson, sobre os seus papéis como guardiões, apresentação de uma nova personagem jogável, ou até mesmo o desbloqueio de certas habilidades que o jogador poderá acionar. 

Neste título é ainda possível jogar de forma cooperativa localmente, compartilhando assim o mesmo monitor, onde cada jogador controla o seu próprio membro da família. Poderá tornar as coisas um pouco mais fáceis, uma vez que é possível ajudar o companheiro caído, ou por outras palavras, quando um jogador fica sem barra de vida.

As interações entre a família são de certa forma emocionantes. Mesmo que o jogador se aventure sozinho, ocasionalmente irá aparecer um membro da família para o ajudar de certa forma.


O seu mundo repleto de pixeis está misturado com uma sonoridade repleta de sentimento super envolvente. É simples o suficiente para começar a jogar, mas pode ser super desafiante deixar de o jogar. Nunca se apresenta como um jogo injusto, existe sempre uma forma de contornar a situação. Um videojogo a ter em atenção por todos os aspetos.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para o PC, gentilmente cedido pela 11bit Studio.

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