Tropico 6


Análise por André Santos // Parceria Future Behind

É desde 2001 que podemos ser "El President" e comandar uma ilha no pacífico como bem entendemos, somos verdadeiramente donos e senhores do lugar. Tropico chegou primeiro para MacOS e para Microsoft Windows e só depois, em 2009 e no seu terceiro título, abriu caminho até às consolas da Microsoft.

Tropico 5 foi o primeiro dos jogos na série, agora desenvolvidos pela Kalypso Media, a chegar às consolas da Sony. Já estávamos em 2014 quando o título que nos permite ser o amado líder, ou aquele que tem a sorte de ver acidentes a acontecer a todos os que protestam a sua liderança, chegou à PlayStation 4. Agora, em setembro de 2019, vimos Tropico 6 com versões para PlayStation 4 e Xbox One depois de ter chegado a Linux, Mac OS e Windows PC no passado mês de março.


Bem-vindos à ilha do Meus Jogos, aqui quem manda é "El President". Na verdade, começámos o jogo em Tropico, que pela primeira vez é um arquipélago e não apenas uma ilha nas caraíbas. Mas nem tudo é novo em Tropico 6, tal como no jogo anterior continuamos a comandar o futuro da nossa nação durante 4 épocas distintas: Época Colonial, Guerras Mundiais, Guerra Fria e Era Moderna.

Com o novo conjunto de ilhas, que referi anteriormente, vamos ter a possibilidade de construir pontes, à medida que nos aproximamos da Era Moderna, para assim conseguirmos ligar as ilhas que controlamos. Mas não se assustem, para se habituarem o jogo começa apenas com uma ilha e as várias lições dentro do tutorial são bastante benéficas para quem não conhece Tropico, ou para quem conhece mas está habituado a rato e teclado ao invés de comando.

Uma das coisas  que mais me surpreendeu em Tropico 6 foi a possibilidade (e variedade) de personalizar o nosso líder (que quer ser) supremo e a sua residência oficial... Sim porque se os nossos súbditos estão a viver em casas pouco aconselháveis, "El President" vive num palácio que faz inveja às melhores casas do Upper East Side Nova-Iorquino. O nosso líder para além de poder ser homem ou mulher, pode ainda ter vários tipos de roupa, cabelo ou mesmo feições à nossa escolha.


Chega de personalizações, vamos falar daquela que é a verdadeira alma de Tropico 6: Política. Sim, leram bem, o título criado pela Kalypso Media é um simulador político. Podemos construir e gerir os nossos recursos, temos até que ter cuidado com os custos que temos em comparação com os lucros  através de trocas comerciais, mas aquilo a que temos que prestar maior atenção é ao estado político do nosso pequeno arquipélago... Ninguém gosta de revoluções, muito menos "El President".

Tropico 6 é um título bastante complexo, que vos vai dar muitas horas de jogo sem que se apercebam que o tempo passou, tal é a quantidade de coisas que podem fazer e que têm que controlar para que a vida nas ilhas corra às mil maravilhas. Podemos alterar coisas como o direito ao voto, a nossa política ecológica, o tipo de sistema de saúde, a independência dos meios de comunicação (ao chegar ao período da Guerra Fria) e até mesmo o direito ao casamento, ou onde é que nos inserimos dentro do prisma que é a economia global (os dois últimos são desbloqueados ao chegar à Era Moderna).

É através de todo este controlo, bem como o controlo da carga laboral ou mesmo a quantidade, e qualidade, de serviços públicos como parques, bibliotecas, hospitais ou escolas que controlamos a nossa população. No meu caso não o fiz por ser uma pessoa simpática, mas sim porque gostei do conforto que o palácio presidencial me trazia.

Caso a população comece a ficar descontente podemos correr o risco de perder eleições, caso as mesmas sejam livres. Mas se as eleições não forem livres depressa aparece oposição que leva a população com menos poder económico a revoltar-se contra o nosso governo... esta história da ditadura não é nada fácil, quem vos disse o contrário enganou-vos. Penso que o melhor caminho a seguir seja o de líder simpático que faz o máximo que pode pela sua população, mas cuidado, não façam demasiado ou acabam em problemas financeiros.


Antes de me despedir de vocês, para voltar para o palácio, deixo uma dica: Assim que possível construam um "Pirate Cove" que é, sem dúvida alguma, uma das construções mais importantes deste Tropico 6. Assim que acabar a construção (que podem acelerar caso queiram pagar uma taxa extra) façam o favor de definir o primeiro "assalto" para trazer "Registan of Samarkand" para a vossa ilha, com isto vão ter todas as crianças com o equivalente a educação secundária, sendo que uma grande percentagem da vossa população pode começar logo a trabalhar sem ter que passar por anos de escola.

Mas calma, continuem a criar escolas, pois o assalto demora o seu tempo (e tem o seu custo) e a vida na ilha não pode parar. Os piratas, mesmo depois do primeiro assalto, vão continuar a trazer recursos para Tropico, tendo sempre em conta aquilo que vocês, como "El President" querem.

Tropico 6 é um jogo capaz de vos deixar muitas horas agarrados ao comando, sem problemas visíveis a correr numa PlayStation 4 Pro é o jogo ideal para amantes de estratégia com veia de líder supremo. Embora seja um título complexo e com uma curva de aprendizagem acentuada, todo o processo inicial de tutorial ajuda imenso. Por isso não se assustem quando falo na complexidade, pois as mentes por detrás desta série pensaram em tudo e ajudam a que se sintam em casa mesmo nas primeiras horas de jogo.


Fecho a análise a Tropico 6 com um preciosismo. Embora os controlos na versão PlayStation 4 estejam muito bem estruturados e relativamente fáceis de controlar, mesmo para jogadores menos experientes, há algo que falta. Com algum tempo de jogo decorrido até me consegui habituar a controlar toda a ilha com ajuda do meu DualShock 4, mas a verdade é que mesmo depois de muitas horas de comando militar (ba dum tss) continuo a ter saudades do meu Rato e Teclado.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Kalypso Media

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