Timespinner
Desenvolvido por Lunar Ray Games (estúdio com apenas uma pessoa) e publicação da Chucklefish, Timespinner foi desenvolvido durante 9 anos e apresenta-se como um Metroidvania inspirado nos clássicos jogos de ação e plataformas dos anos 90.
A história de Timespinner segue Lunais, uma viajante no tempo que treinou toda a sua vida para o momento de ser “coroada” com o distintivo de ser uma mensageira do tempo. Este é um sonho comum a alguns membros da tribo, no entanto poucos são aqueles conseguem esta honra. Porém, no dia da sua coroação, a cidade natal é atacada por um império do mal. A fim de salvar a sua cidade Lunais tem de viajar atrás no tempo para impedir que o império se torne num super poder.
Apesar de a história se tornar um pouco mais complexa e envolvente ao longo do tempo, nunca deixa de ser linear. Para completar um pouco a história é possível recuperar memórias e notas, apesar de não ser necessário recuperar tudo, será interessante para acompanhar a história mas a ideia principal é mantida. Por outro lado, todo o seu ambiente e grafismos pixel art, assentam que nem uma luva.
Lunais é uma personagem rápida e bastante responsiva aos comandos, cujo método preferido de ataque é o uso de orbes. Pode equipar dois orbes em cada set up. Existem vários tipos de orbs cada um com a sua própria forma e propriedades e este é um aspecto super interessante pelo facto de substituir uma arma de ataque corpo a corpo por um orb com essa habilidade. Como exemplo temos o orb de metal que se transforma em martelo gigante ou o orb de fogo que possibilita ao jogador disparar duas bolas de fogo de cada vez. Dentro dos orbs é apresentado a habilidade passiva e uma espécie de ataque especial que consome a barra de Aura, que é apresentada a azul por baixo da barra verde de vida.
É possível ter três tipos de build predefinida com a possibilidade de as mudar em tempo real, mesmo em combate.
O ponto mais positivo em Timespinner é sem dúvida a forma ágil e subtil que Lunais apresenta na sua mobilidade. Muitos títulos do estilo Metroidvania sofreram um pouco com as suas mecânicas de plataformas, aspeto esse que foi muito bem retratado neste título, pelas habilidades de salto e escalada. Até mesmo em saltos perfeitos em termos de pixéis, saem naturalmente comparados com títulos anteriores. Ao longo da história é possível ir fazendo melhorias, embora lentamente, mas que introduzem novas habilidades de mobilidade de Lunais, permitindo explorar de plataformas que de outra forma eram inacessíveis.
O que poderia ter sido o aspeto mais interessante do Timespinner, em última análise, enquadra-se na categoria de um dispositivo narrativo que infelizmente é super subutilizado. A premissa da manipulação do tempo ser exclusivo apenas dos guardiões do tempo, tem muitas implicações no mundo, no entanto o que Lunais pode fazer com esses poderes é francamente limitado. Os poderes de manipulação do tempo em Temespinner assentam principalmente em formas básicas.
Lunais irá desenvolver a possibilidade te viajar entre fracções de tempo diferentes como a sua principal habilidade de Guardiã do Tempo, unindo dois períodos de tempo diferentes de Lachiem. Basicamente é como se tivéssemos duas variantes da mesma localização, uma variante de “Castelo A” e o “Castelo B”. Apesar do uso da habilidade de viajar no tempo assentar em apenas duas datas distintas, o nível de desenho de níveis/rooms está bastante agradável com uma variedade de inimigos também bastante peculiar e com a atenção da banda sonora mudar consoante o tempo em que se jogar.
Embora o jogo apresente uma jogabilidade interessante, a sua história bem como algumas missões secundárias e a mecânica de parar o tempo, não puxam o suficiente para repetir a experiência com dificuldades mais elevadas. Ainda assim, esta aventura será muito digna do tempo dispensado para ela.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Chucklefish.