Monitor Porsche Design AOC AGON PRO PD32M


A Porsche Design volta a investir num monitor especialmente dedicado ao mundo do entretenimento, desta vez apostando num topo de gama UHD. Será este o monitor de sonho para todos os jogadores?

Antes de mais, uma nota pessoal. Depois de vários vídeos e videojogos para testar este monitor, ironicamente, o momento em que senti o "clique" para começar deu-se com apenas uma imagem. Após abrir as imagens de alta resolução do Webb Space Telescope GSFC/NASA, e ficar deslumbrado a apreciar todos os seus detalhes, zoom in, zoom out, zoom in outra vez, apercebi-me do privilégio que é poder estar a ver tudo isto num impressionante monitor de 4K com 31.5". Mas vamos por partes.

Tal como o nome indica, este monitor resulta de uma parceria entre a Porsche Design, marca de luxo vinda da Porsche com uma estética muito própria, e a AOC, especialista em monitores para os mais diversos tipos de utilização. Não surpreende, então, que o que primeiro salta à vista seja o seu imponente design, que consegue ser simultaneamente minimalista e avant-garde. O principal componente em termos visuais não está, sequer, a nível do ecrã, mas sim do suporte de alumínio que o sustenta, cujo design é diretamente inspirado no carismático volante dos carros da Porsche, como se tivesse sido removido do centro. Um suporte pesado e robusto, que conta ainda com um pequeno projetor que ilumina a base com um logótipo à escolha do utilizador: o da Porsche Design, ou o da AGON. Também integrada no stand, vem a possibilidade de ajustar a altura do ecrã, bem como rodá-lo para o colocar na vertical, sendo que nesse caso já não haverá margem para ajustar a altura em que se encontra.

Visto de frente, o monitor em si é bastante minimalista, com uma pequena barra inferior com a marca Porsche Design no centro. Nos restantes lados, leva um estreito rebordo de 2 milímetros que, aliados aos 6 mm de margem do ecrã, fazem desta uma moldura bastante fina. Já na parte traseira, o equipamento brilha (literalmente) com iluminação de ambiente multicolor, que pode ser personalizada ao gosto do utilizador nas suas definições. Na prática, transmite uma luz suave mesmo em modo "strong", acabando por ser mais significativo para quem repara na decoração em seu redor, do que para quem o está habitualmente a utilizar. Um modo interessante destes efeitos é variar a intensidade da luz conforme o áudio, de forma a destacar as batidas das músicas ou os efeitos dos videojogos, por exemplo, mas seria melhor se conseguisse uma luz mais intensa.

A nível de tecnologia, o PD32M é um monitor tão impressionante como o seu design. Com um ecrã de 31.5" e resolução UHD (2840x2160), conta com uma taxa de refrescamento até aos 144Hz e certificado com DisplayHDR 1400 graças à tecnologia Mini-LED backlighting. O resultado são imagens vivas e intensas, sem qualquer sacrifício em termos de tempo de resposta. Isto é principalmente notório ao experimentar ligado às consolas da mais recente geração, como a PlayStation 5, com uma imagem gloriosa para tirar partido de todas as suas funcionalidades. No próprio menu do monitor, é possível configurar diferentes perfis de utilização para, conforme o que se esteja a fazer, ser fácil alternar entre as definições pretendidas. Para dar um exemplo, enquanto estou a trabalhar prefiro ter um ecrã menos brilhante e cores relativamente normais, já a jogar prefiro maiores contrastes e cores um pouco mais intensas. Dois modos pelos quais posso alternar facilmente graças ao keypad wireless de atalhos para o menu do monitor, que já vem incluído.

No que diz respeito aos videojogos, vale mesmo a pena perder-se algum tempo nas configurações para tirar melhor partido da imagem. A minha primeira experiência foi com a Xbox ligada ao monitor e, para primeiras impressões, a imagem parecia um pouco deslavada para o que estava habituado. Felizmente, foi muito fácil aplicar todos os ajustes pretendidos com as definições integradas no monitor.

Graças ao seu painel "antiglare", o monitor tem um reflexo quase nulo, mesmo quando apresenta as imagens mais escuras. Outra caraterística interessante, que habitualmente não associamos a um monitor, é a qualidade das suas colunas, com dois speakers de 8W certificados pela DTS Sound. Na prática, não supera um bom headset (especialmente se quiserem jogar PS5 com o seu 3D Audio surround), mas consegue dar um bom som enquanto se vê, por exemplo, uma série no Netflix.

Em termos de ligações, o PD32M permite ter até 3 equipamentos ligados conforme as suas compatibilidades, contando com duas entradas HDMI 2.1 e outra USB-C. Se as entradas HDMI de última geração permitem tirar o máximo partido da PlayStation 5, já a ligação USB-C é ideal para quem, como eu, trabalha em modo híbrido, com uns dias no escritório, outros em casa. Na prática, tenho uma entrada HDMI para o meu portátil pessoal, outra para a consola, e a USB-C para o portátil do trabalho. Assim, quando estou em teletrabalho, basta-me tirar o portátil da mochila e ligar ao monitor onde, além de passar a ter um excelente ecrã para trabalhar, também serve de carregador. Acabando o trabalho, basta carregar num botão para mudar para a entrada pretendida e ligar a consola, ou o portátil pessoal, sem ter de estar a ligar ou desligar cabos no monitor. Outra vantagem que importa referir é a possibilidade de ligar rato e teclado às entradas USB, partilhando-os automaticamente com o equipamento que esteja a ser utilizado. A grande contrapartida de todas estas ligações é a quantidade de cabos a sair ao longo do equipamento, que acaba por ir contra a elegância do seu design.

Este é, como se pode facilmente entender, um equipamento de luxo em todos os aspetos, com muito poucas coisas em que pudesse ser melhorado nos dias de hoje. Desde a própria caixa onde é transportado, passando pela facilidade de montagem e começo de utilização, até ao deslumbre da imagem enquanto se está a jogar, este é um monitor que promete uma grande longevidade, especialmente numa altura onde a PlayStation 5 e a Xbox Series X|S ainda são consideradas, por muitos, como a "next gen" das consolas. Em contrapartida, tem uma base sólida e volumosa que, apesar de esteticamente apelativa, acaba por ocupar bastante espaço. Isto pode ser contornado ao afixá-lo a um suporte VESA, naturalmente, mas isso acaba por neutralizar o aspeto mais diferenciador de todo o design: a base inspirada no volante de um Porsche.

O maior problema, porém, está no seu preço. Atualmente disponível para pré-encomenda no site oficial da Porsche Design por 1999,00€, este está longe de ser um monitor acessível ao comum dos jogadores. A quem puder fazer tal investimento, o Porsche Design AOC AGON PRO PD32M, com as suas cores e contrastes deslumbrantes, é sem dúvida um excelente equipamento para quem quiser tirar o máximo partido do seu "gaming" PC ou da sua consola PlayStation 5 ou Xbox Series X, sendo ao mesmo tempo uma óptima ferramenta de trabalho ou, simplesmente, ficar a admirar as estrelas... num ecrã 5 estrelas.

Nota: Análise efetuada com base no equipamento gentilmente cedido pela AOC.

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