Klonoa Phantasy Reverie Series


Estávamos em plenos anos 90 quando, na indústria dos videojogos, todas as companhias precisavam de uma mascote, uma figura que todos reconhecessem de imediato e associassem tanto à empresa a que pertenciam, como à consola onde estaria presente. Foi assim que, em 1997, a Namco deu vida a Klonoa na PlayStation, com um protagonista no mundo dos sonhos. Agora, 25 anos depois, tanto o clássico como a sequela estão de regresso, num duplo remake para as várias plataformas.

Apesar da sua qualidade, Klonoa: Door to Phantomile nunca atingiu o sucesso que era esperado, acabando por se restringir a um número algo reduzido de jogadores, mas que o guardaram no seu coração. Já na PlayStation 2, Klonoa 2: Lunatea's Veil acabou por ter um público ainda mais reduzido, tal como aconteceu depois com os lançamentos para a GameBoy Advance. Pessoalmente, apesar da personagem ir ocasionalmente aparecendo nas lojas e nos meios de comunicação, o meu primeiro contacto com Klonoa só se deu mais tarde, com o remake do original lançado para a Wii em 2008. Um jogo adorável, sem dúvida, mas que mais uma vez não cumpriu o pretendido crescimento de popularidade. Irá agora, em 2022, este personagem sonhador conseguir chegar a mais jogadores?

Klonoa Phantasy Reverie Series é, na prática, um remake totalmente novo do original Door to Phantomile, juntamente com um remake da sequela Lunatea's Veil, que nunca tinha sido relançada. Um "dois em um" com visuais e jogabilidade modernizados, mas fiéis aos seus originais: coloridos e fáceis de se aprender a jogar. Apesar dos cenários serem todos construídos em 3D, a jogabilidade de Klonoa reside no chamado 2.5D, onde a personagem só se pode movimentar entre a esquerda e a direita, ou para cima e para baixo, sendo tudo o resto feito com a movimentação da câmara a acompanhar os cenários. Há ainda uma componente adicional de profundidade, em que os inimigos e outros objetos se podem encontrar num plano diferente, para os quais Klonoa terá de arremessar um inimigo na direção correspondente. E sim, a "violência" deste jogo limita-se mesmo a agarrar e disparar inimigos, com um poder mágico que lhe é atribuído pelo seu anel.

É uma jogabilidade simples, com apenas dois botões, mas que vai sendo aproveitada de diversas maneiras conforme vão sendo apresentadas mecânicas nos vários mundos. As lutas contra os bosses, por exemplo, são particularmente criativas, parecendo quase um jogo 3D nesses momentos. Em cada mundo existem dois níveis distintos, baseados na mesma temática, e todos eles recheados de colecionáveis que vão ficando cada vez mais escondidos à medida que se vai avançando no jogo, oferecendo um bom "replay value" a quem gosta de colecionar tudo o que há para encontrar. Uma componente importante para a própria longevidade deste título, já que tanto o primeiro como o segundo Klonoa são jogos relativamente pequenos, ficando por volta das 10h no total para quem só quiser completar as histórias.

Com adoráveis sequências de animação e histórias simples e fáceis de acompanhar, é um jogo que facilmente irá agarrar a atenção dos mais pequenos. Os gráficos são agradáveis com tudo bem polido e colorido, apesar das texturas e efeitos visuais serem relativamente simples, o que facilita a percepção de tudo o que se passa no ecrã. Além disso, o jogo conta com diferentes níveis de dificuldade, o que ajudará até os menos experientes com os jogos de plataformas. Para os restantes jogadores, talvez o problema de Klonoa seja a falta de algo realmente único e marcante, sendo simplesmente um bom jogo de plataformas.

Klonoa é uma personagem adorável que facilmente nos leva à magia de outros tempos, com animações que nos transmitem a sua simpatia, agora em dois remakes que o trazem até aos dias de hoje neste Klonoa Phantasy Reverie Series, já disponível em todas as plataformas.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 5, gentilmente cedido pela Play Nxt.


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