Sonic Origins
De forma a celebrar este aniversário chega Sonic Origins, uma nova compilação dos principais jogos da Mega Drive e Mega CD, com cara lavada e algumas novidades! Seja para correr Green Hill Zone fora pela milésima vez, ou poder finalmente desfrutar de Sonic 3 & Knuckles em wide-screen e nas plataformas atuais, esta é ao mesmo tempo uma viagem pela nostalgia entre muitos, e um bom convite para os restantes conhecerem as origens desta tão icónica e memorável série. É verdade que o que não faltaram ao longo destes anos todos foram coleções com jogos do Sonic, ainda assim Sonic Origins chega como a versão definitiva de Sonic the Hedgehog, Sonic CD, Sonic 2 e Sonic & Knuckles, com extras que celebram estas 3 décadas do ouriço azul.
Mas algo que sempre acompanhou diversas coleções da SEGA, mesmo as mais recentes, é a emulação chegar quase sempre com problemas. Ora questões como latência nos controlos, problemas visuais e a nível sonoro, casos extremos como Sonic Classic Collection na Nintendo DS que são simplesmente “injogáveis”. Felizmente são pontos que não assombram Sonic Origins, fiéis às experiências originais, com alguns bugs que regressam desses jogos e outros totalmente novos, mas que nunca me arruinaram a experiência de jogo ou me levaram a re-iniciar o mesmo.
Este jogo quase que se separa em dois modos principais: Classic, onde podemos revisitar os jogos num ecrã “quadrado” de 4 por 3, tel e qual o original mas com algumas melhorias gráficas; e o modo Anniversary com ecrã a 16 por 9 com novidades como Sonic poder usar o Drop Dash, introduzido em Sonic Mania. Talvez a maior diferença entre modos é o uso de vidas no modo Classic, que são trocadas por moedas em Anniversary, estas que depois podem ser usadas no modo Museum para comprar ilustrações, músicas ou animações. Há ainda outra utilidade para elas, que é poder repetir os níveis especiais caso não tenhamos conseguido apanhar a Chaos Esmerald, uma função bem vinda para evitar a frustração de terminar cada jogo sem apanhar todas as esmeraldas, embora não faltem oportunidades para as ter durantes cada jogo.
Dito isto, a primeira coisa que fiz mal comecei Sonic Origins foi ir de imediato ao Story Mode. Aqui jogamos com Sonic desde o primeiro jogo até ao combate final em Sonic 3 & Knucles, seguindo jogo por ordem cronológica. De forma a ligar os jogos temos pequenas mas incríveis sequências de animação, recheados de nostalgia e com a participação do compositor Tee Lopes, acabando por ligar todos os jogos numa espécie de jogo único. Atenção que estas animações estão também presentes em cada um dos jogos, mas ganham todo um propósito no modo de história. É uma explosão de nostalgia arrancar com Sonic, receber a companhia de Tails a partir de Sonic 2 e voar até ao espaço no derradeiro combate final. Sinto que é a derradeira forma de jogar esta coleção, embora não seja possível jogar este modo com vidas, já que usa o modo Anniversary e as suas respectivas moedas.
A própria utilidade das moedas para comprar conteúdo no museu acaba por ser desnecessária, onde teria preferido desbloquear tudo à medidad que ia avançando nos jogos ou concluíndo as missões. O mais grave é ter parte deste conteúdo audio-visual desbloqueado detrás de conteúdos adicionais pagos, onde além de galerias Premium ganhamos personagens animadas no leitor de música… Defeitos à parte o museu está recheado de conteúdo, músicas memoráveis e bastantes vídeos para desfrutar, com algumas surpresas!
São vários pontos que acabam por retirar muito do mérito e potencial que podia ser Sonic Origins, que sai com várias inconsistências e decisões estranhas que me fazem sentir que ainda não foi desta que temos uma coleção no ponto. Acima de tudo é quase tudo pontos que poderão vir a ser melhorados em updates futuros, onde talvez o que mais anseio é poder jogar em wide-screen mas com vidas, além da uniformização da seleção de personagens. Ainda assim, foram alguns tropeções pelo caminho de uma viagem memorável, que me fez voltar atrás no tempo e que não consigo deixar de recomendar, principalmente aos fãs da mascote azul da SEGA.
Problemas à parte é uma coleção incrível, cheia de níveis únicos e desafiantes, então jogando no modo de história onde têm horas a fio de jogo, que podem parar e voltar a jogar sem ter de recomeçar tudo. Notar que cada jogo foi retocado para tirar partido do wide-screen, algo que notamos logo no primeiro boss do primeiro jogo com uma re-disposição das plataformas e a animação do próprio Dr. Eggman Robotnik, nota-se que acima de tudo houve um certo cuidado nesta coleção. Serve ainda para nos lembrar que os jogos clássicos de Sonic ainda são hoje bastante bons e atuais, mesmo que não seja propriamente fã de Sonic CD. Um lançamento que reforça a vontade que tenho de ver uma sequela de Sonic Mania, mas que seja lançada com bastante afeto e cuidado.
Tendo-o jogado na Nintendo Switch, poder pegar na consola a qualquer momento, ou em qualquer lado, e jogar “mais um nível” de Sonic 3 & Knuckles é uma experiência cheia de nostalgia, lembrando-me que numa série tão conhecida por lançamentos… estranhos… ainda é capaz de me trazer momentos de diversão únicos, mesmo no irritante do boss final de Sonic 2 onde não há um único anel para me ajudar.
Tendo-o jogado na Nintendo Switch, poder pegar na consola a qualquer momento, ou em qualquer lado, e jogar “mais um nível” de Sonic 3 & Knuckles é uma experiência cheia de nostalgia, lembrando-me que numa série tão conhecida por lançamentos… estranhos… ainda é capaz de me trazer momentos de diversão únicos, mesmo no irritante do boss final de Sonic 2 onde não há um único anel para me ajudar.
Nota: Análise efetuada com base no jogo para a Nintendo Switch, adquirido pelo autor do artigo