Ninja Five-O
Lançado em 2003 pela Hudson Soft, Ninja foi um verdadeiro sleeper hit, devendo muito desse seu sucesso ao seu divertido e desafiante gameplay. O jogo coloca-nos nas mãos o ninja cop (curiosamente o título original do jogo na Europa) conhecido como Joe Osugi. Este tem a tarefa de deter um grupo de terroristas que ostentam máscaras místicas, ao mesmo tempo que tenta salvar os múltiplos reféns que estes têm na sua posse.
Osugi conta com um vasto arraial de habilidades como forma de enfrentar os desafios que se irão colocar diante dele. Como ataque primário, o nosso ninja conta com a sua fiel katana, isto para embates corpo a corpo com os inimigos. A dita katana, combinada com o botão de salto, serve também para fazer um screwattack, o qual se revelará muito útil, uma vez que minimiza a vulnerabilidade da nossa personagem enquanto esta salta. Como forma de ataque à distância, Osugi tem um conjunto infinito de shurikens, sendo que estes podem ser melhorados, via upgrades conseguidos durante a aventura. Esses upgrades são representados pela cor do nosso kimono. Este começa por ser azul, mas vai mudando mediante os tais upgrades. Passando a violeta, Osugi ganha a capacidade de lançar simultaneamente três bolas de fogo. Uma na horizontal e duas na vertical. O kimono verde por sua vez permite-nos ter um ataque horizontal mais rápido e poderoso. Contudo, e embora sejam bastante úteis (sobretudos contra os bosses), são finitos, na medida em que os perdemos assim que sejamos atingidos.
Para ultrapassar os níveis repletos de armadilhas e inimigos, temos um dos objectos mais importantes do jogo, a corrente. Com esta somos capazes de deambular agilmente de plataforma em plataforma, ascendendo a zonas às quais não seríamos capazes de o fazer com o nosso salto regular. A corrente é também uma forma de descer cuidadosamente, evitando picos ou permitindo-nos ficar fora do alcance de adversários.
Os níveis em questão, nomeadamente a sua construção propriamente dita, vai aumentando de dificuldade e complexidade. Eles dividem-se em zonas menores que podem ser acedidas por diferentes portas existentes no local. Para além de nos levarem para áreas mais avançadas dos níveis propriamente ditos, elas escondem algumas áreas bónus, reféns e, no caso das vermelhas, conduzem-nos ao fim do nível em questão. De salientar, todavia, que para aceder a muitas dessas portas, temos primeiro que obter uma chave com a cor correspondente, caso contrário não as iremos conseguir abrir. Os locais nos quais os níveis se passam são bastante contemporâneos. Temos o banco, a zona portuária, o aeroporto e mais tarde a caverna e a base inimiga.
O jogo conta, inicialmente, com três zonas, de dificuldade distinta, que podem ser seleccionadas logo no início (como acontece na série Megaman, por exemplo). Cada uma dessas zonas, por sua vez, tem quatro níveis, com o último a ser sempre uma luta contra um boss massivo e que retira inspiração da mitologia e folclore nipónicos. Estes bosses, que constituem a parte mais impressionante graficamente falando, são a parte mais fácil do jogo, uma vez que os seus padrões de ataque são de rápida memorização e não primam pela complexidade. A dificuldade toda reside, portanto, nos níveis anteriores a essas batalhas. Uma dificuldade que, no entanto nunca chega a ser menos do que um desafio justo.
Ninja Five-O tem gráficos típicos para um jogo que teve a sua origem na Game Boy Advance (não que isso seja mau), sendo que os seus sprites são bastante bem trabalhados e agradáveis à vista. A melodia é bastante boa e foi melhorada neste remastared.
A recente versão para a Switch conta com algumas comodidades do gameplay actual, desde a habilidade de fazer rewind, até ao famoso save state, o que torna o jogo mais acessível, para além de permitir-nos aceder a muita artwork, incluindo o manual, do jogo. Igualmente temos ainda o modo Time Trial, no qual tentámos, como o próprio nome indica, bater o tempo. De salientar que nesta versão temos disponíveis o rom europeu e o norte-americano, cujas diferenças são apenas estéticas. Ainda assim, um bom pormenor a ter em conta.