In Other Waters


Uma aventura exploratória, num mundo alienígena, com traços das aventuras por texto dos primeiros videojogos. Um conceito diferente, que explora também as relações humanas e o que faz de nós humanos. Mergulhemos, então.

O jogo põe-nos no papel de um xenobiólogo (um biólogo dedicado ao estudo de formas de vida alienígena) num planeta desconhecido para onde foi chamado por uma colega de profissão. Essa mesma colega está desaparecida e cabe-nos a nós encontrá-la enquanto exploramos um mundo completamente desconhecido, cheio de surpresas a todos os passos. Mal começamos o jogo, recebemos também um companheiro, uma inteligência artificial (IA daqui para a frente) no fato de mergulho que para todos os efeitos é o verdadeiro personagem que controlamos.

O jogo é apresentado numa vista de um mapa topográfico (aqueles cheios de linhas representando alturas que vimos nas aulas de geografia) e as nossas interacções com ele são todas através da IA e das funções do fato. Vamos adquirindo funções extra à medida que progredimos que vão facilitando e permitindo explorações maiores deste mundo oceânico. Temos também uma base, onde vamos vendo os registos das várias espécies encontradas, e cujas funções também aumentam com a progressão na história. À medida que completamos os ficheiros relativos a cada forma de vida, temos também direito a "desenhos" técnicos fascinantes e de um pormenor fenomenal.


Para todos os efeitos jogamos através do interface do fato, ouvindo os comentários do cientista dentro dele e as descrições do ambiente feitas pelo mesmo. Ocasionalmente ele interage directamente com IA e temos a opção de lhe responder negativamente ou positivamente, o que muda os diálogos consequentes. É quase uma aventura de texto, onde todas as descrições ficam à nossa imaginação. No entanto, a escrita é excelente e as descrições são feitas de maneira a que a nossa visão seja o mais clara possível. Posso dizer que como biólogo, tanto as notas como os comentários feitos são extremamente científicos e muito semelhantes aos que já ouvi em trabalho de campo mais... ortodoxo.

O jogo não possui combate de qualquer forma, no entanto para progredir a compreensão dos conceitos explicados e das interacções dentro deste ecossistema e das amostras que vamos recolhendo. Há alguma manutenção de recursos, nomeadamente da energia do fato e do oxigénio, que certos ambientes também provocam esgotamento mais rápido. Podem, no entanto, usar algumas amostras para recarregar os recursos. A banda sonora muda adequadamente com o cenário em que nos encontramos e com as formas de vida existentes no ambiente circundante.

Tem infelizmente alguns problemas de performance principalmente em zonas visualmente mais preenchidas o que torna a experiência menos suave do que desejável. Para além disso muitos dos conceitos são bastante específicos, o que pode levar a um incentivo de aprendizagem, mas ao mesmo tempo alguma frustração. Os comandos estão sempre no interface facilitando imenso a navegação, não são particularmente intuitivos mas depois de habituados são super fáceis de usar.


Uma excelente aventura que mistura puzzles e descrições textuais de uma maneira diferente, no entanto desafiante para quem não é particularmente conhecedor da área. A história, as descrições e as interacções estão extremamente bem feitas e dão vontade de conhecer tudo. Bónus para o excelente para trabalho de arte no laboratório dos nossos cientistas parece retirado de um autêntico livro de campo de um biólogo.

Nota: Análise efetuada com base em código final para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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