Curious Expedition
Sendo um jogo tão original, o jogador é de imediato obrigado a jogar um tutorial completo de como tudo funciona. Jogo em 2D, este ensina o jogador a sobreviver no deserto ou nas florestas carregadas de tribos e animais selvagens a escapar à fadiga ou de qualquer ameaça que por ali reside. O jogador começa por embarcar numa viagem até a um dos continentes disponíveis no mapa mundo. Assim que inicia, o jogo é narrado através do diário da personagem escolhida. O jogo não tem vozes e todo ele é narrado através desse diário e diálogos com os nativos. Quando este se encontra no mapa mundo, terá de explorar o que não está cartografado em busca de informações juntamente a essas tribos que vão surgindo ao longo da exploração.
Nas tribos que vão ser encontradas ao longo da jornada, é possível descansar por um dia e efetuar trocas de alimentos e outros objetos e até recrutar indígenas. Os indígenas têm as suas próprias características e vão servir para ajudar nas batalhas contra animais selvagens e todo o tipo de conhecimento que estes têm da zona. Ao descobrir templos, é possível investigar altares com peças valiosas cobertas em ouro, por vezes é preciso ter a certeza se estas peças estão ou não amaldiçoadas através de rumores/mitos. O jogador terá a opção de aceitar a investigação ou deixar a peça no local onde se encontra para evitar catástrofes.
No meu playtrhough, a ganância falou mais alto e resolvi arriscar e retirar o objeto banhado em ouro como se de um Indiana Jones se tratasse. Azar, ao sair do templo, toda a floresta em volta começou a arder e os vulcões pertos entraram em erupção, tudo porque a peça estava amaldiçoada. Após tentar fugir da zona, tinha um percurso longo à minha frente e a barra de stamina ia esgotando aos poucos, algo a ter em conta pois é extremamente importante ter comida para restabelecer a barra e recuperar da fadiga das viagens a pé. Estas viagens levam dias, claro que no jogo é realizado de forma normal e rápida, no entanto sempre que se chega a um local novo, surge o diário relatando a chegada e do quão cansativo foi a viagem e basicamente resumindo os acontecimentos da viagem, um registo de como foram os últimos dias, o que está bastante interessante.
Tanto nas lutas como na própria exploração com os colegas da tripulação, existe um jogo de dados para tomar as decisões, no início pode ser um tanto confuso no entanto acaba por ser interessante e é quase uma espécie de pedra papel tesoura.
O grafismo de 8-bits é bastante colorido e a banda sonora acompanha o ritmo da jornada no entanto não se compreende como há quebras de frame rate quando o mapa é revelado no ecrã. Ao explorar o objetivo principal, o jogador retorna a casa e é visto como um herói e todos aplaudem o seu triunfo dando à escolha um perk sempre que este termina uma das expedições, perks estes que vão de proteção que serve para a defesa do jogador, lealdade para que a tripulação confie mais nas decisões do jogador como antropologia para ganhar um maior nível de estudo relacionados com as culturas das tribos.
As peças recolhidas durante a expedição podem no final, ser vendidas, oferecidas ao Museu Nacional ou manter na coleção do jogador. Se estas forem oferecidas, a fama aumenta, embora o jogador fique mais pobre, tudo isto deve ser decidido pelo jogador.
Curious Expedition é um jogo que exige aprendizagem e tempo investido, o que pode afastar alguns jogadores, mas para aqueles que gostam de explorar e até querem experienciar algo de diferente e original, este é um jogo a ter em conta.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Thunderful Games.