Nintendo Entertainment System - Nintendo Switch Online
Chamemos-lhe "serviço NES". Ficou hoje disponível para a Nintendo Switch e conta com um catálogo de 20 jogos clássicos da Nintendo Entertainment System, com a promessa de que novos títulos lhe serão adicionados ao longo do tempo.
Apresentado como um dos benefícios da subscrição Nintendo Switch Online, o serviço NES vem numa aplicação de download exclusivo para os subscritores. Quanto à subscrição, obrigatória para quem quiser jogar online na Nintendo Switch (excetuando alguns títulos "free to play" como o Fortnite), esta é um ponto de controvérsia entre os fãs da consola, pois muitos não consideram a sua oferta atrativa apesar do preço reduzido.
O catálogo inicial do serviço NES |
Jogando em modo offline, é praticamente igual a uma consola NES mini, com um ou dois comandos, agora sem fios. São oferecidos pontos de restauro em todos os jogos, para que se possa gravar qualquer jogo e voltar facilmente ao mesmo ponto (ideal para fazer "batota" em jogos como o Ghosts 'N Goblins) e, em termos de visualização, é possível optar entre uma emulação em HD ou na resolução original 4:3 com upscale, assim como uma versão HD com efeito "CRT" para imitar os televisores antigos. Ao jogar a dois, porém, o segundo jogador não tem direito a utilizar a sua conta Nintendo - seria interessante para guardar os recordes em jogos como o Dr. Mario, mas neste momento tal está fora de questão.
Supostamente, o ponto de venda deste serviço NES (enquanto vantagem e exclusivo do Nintendo Switch Online) é o facto de poder jogar a dois os títulos multijogador através da internet. À semelhança de outras coletâneas no mercado como o SEGA Mega Drive Classics, a presença online trata o outro jogador como se ele estivesse na mesma sala a pegar no segundo comando mas aqui, por limitação do serviço, o voice chat terá de ser feito através da aplicação para smartphones do Nintendo Switch Online.
Uma limitação difícil de compreender é que, neste momento, apenas é possível jogar com amigos registados na conta Nintendo do jogador, não havendo uma opção de jogar com desconhecidos. É possível ver que amigos estão a jogar e que amigos estão à espera de alguém que se junte a eles, mas não existe qualquer forma de, por exemplo, enviar um convite para jogar a um amigo que esteja online na consola mas a fazer outra coisa qualquer, nem mesmo com o sistema de notificações da aplicação para smartphones. Assim, só mesmo combinando previamente uma sessão de jogo é que se pode assegurar uma companhia para jogar a dois estes clássicos da NES.
Para uma vantagem da subscrição, este serviço NES não faz muito pela experiência do Nintendo Switch Online.
Comparando com o serviço de Virtual Console nas consolas anteriores da Nintendo, em geral, o serviço NES oferece uma experiência muito superior, tanto a nível de emulação como experiência de jogo, com um catálogo interessante e tudo organizado dentro de uma só aplicação. Há, de facto, algumas limitações a melhorar, como a possibilidade de jogar com desconhecidos ou de convidar amigos para jogar. Melhor do que ser uma compilação a custar uns 30 ou 40€, o facto de pertencer a uma subscrição e a garantia de serem regularmente adicionados novos jogos fazer deste um serviço bastante atrativo para os fãs de retrogaming.
Finalmente, este serviço abre o apetite a mais serviços deste género. Catálogos de jogos SNES, Nintendo 64 ou Gameboy Advance, por exemplo, poderiam trazer uma oferta incrível para a Nintendo Switch, especialmente para tirar partido da portabilidade da consola. Mas qual o modelo de negócio a seguir? Certamente que ter acesso a um vasto catálogo de múltiplas consolas retro da Nintendo por apenas 20€ por ano seria demasiado bom para ser verdade, mas também seria demasiado pedir 20€ por ano por cada uma das consolas virtuais disponíveis. Não havendo, então, maneira de prever o futuro, resta dizer que por 20€ anuais, o serviço NES do Nintendo Switch Online não está nada mau, mas ainda tem por onde melhorar.
Nota: esta análise foi efetuada com base em material comprado pelo autor do artigo.