Labyrinth of Refrain: Coven of Dusk


Este Labyrinth of Refrain: Coven of Dusk é outro joguito japonês que atirou palavras ao ar para formar um título. É um jogo onde o pessoal se sentou e disse: bora fazer um Disgaea, mas num labirinto. É tão fácil perdermo-nos a dizer o título como no jogo e garanto-vos, vai acontecer!

De facto, estou perdido neste momento! É tramado quando jogamos antes de meio mundo quando não existem guias. E sim, o jogo está noutras plataformas, mas nada! Lá encontrei um YouTuber que está a lançar vídeos, mas ainda não chegou à minha parte e quando lá chegar, logo decido se o acabo de vez. E digo isto com muita pena.


Este Labyrinth é um poço de tempo e a história está relacionada com um. Esta acontece em Refrain, uma cidadezita com um poço que leva a um labirinto onde nenhum ser vivo consegue sobreviver. Isto devido a um miasma venenoso. Então, a bruxa Dronia e a assistente Luka são chamadas para investigar e como também não podem explorar o labirinto, usam um livro escrito pela única pessoa que sobreviveu lá dentro. O livro chama-se Tractatus de Monstrum ou Tractie para os amigos. Contem com um twist já de caras, mas tirando isso o enredo não é nada de especial. Aliás, terão sorte se virem mais de cinco minutos de história por cada três horas de jogo. Vão estoirar tanto tempo a explorar ou frustrados porque se perderam que não vão avançar nada. As personagens também são caricaturas de animes baratos portanto este é um daqueles RPG de baixo custo que vai rapidamente desaparecer numa biblioteca de mais e melhores jogos. Se tenho pena? Não muita. Não sou particularmente fã de jogos que não respeitam o meu tempo. Certo, entendo a definição de dungeon crawlers e toda a mecânica de exploração à lá Diablo, mas tem de haver algo que prenda o jogador. Para mim, que sou movido a boas histórias, não havia muita coisa.

Se estiverem à procura de algo mais linear e acessível, procurem noutro lado. Se vêm da escola de dungeon crawlers nipónicos ou gostarem de Etrian Odyssey, terão algo para coçar essa comichão até sair um novo jogo. Também admito que sofri um pouco de choque de culturas porque foi o meu primeiro dungeon crawler japonês e na primeira pessoa. Estranhei tanto, mas lá entranhei quando dei por mim a cobrir todas as áreas do mapa para ter o mapa completo. O género empresta-se à obsessão porque há imenso para explorar e obter nos corredores e salas secretas.


E se o jogo parece infinito em áreas para explorar, o combate não fica atrás. Convém, desde já, avisar que é por turnos, mas aqui vai o resto: Não temos personagens fixas, mas sim cinco covens e cada coven começa com uma personagem que criamos e personalizamos a nosso bel-prazer. À medida que a história avança e vamos desbloqueando mais covens, mais personagens podemos ter até cinco por cada coven e depois é só fazerem as contas. A criação de personagens começa por ser dantesca com a escolha de nome, género, voz, disposição, “signo”, personalidade, etc, mas a coisa vai lá; depois inserem as personagens nos grupos adequados para explorarem as suas capacidades de Tank, Healer, etc. O céu é o limite, portanto brinquem até terem uma equipa confortável para limparem os corredores dos labirintos. As lutas são pseudo aleatórias: vemos os inimigos no mapa, mas se formos vistos é quase certo que nos vão atacar, mesmo se nos escondermos. As batalhas são demoradas e aborrecidas porque as animações são demoradas e agora imaginem se tiverem uma party enorme. Por sorte, os jogadores da Switch já têm a opção de acelerarem as batalhas se não morriam no jogo e na vida real. A repetição dos inimigos também é de revirar os olhos e só variam quando acedemos a áreas mais avançadas do labirinto.

Chato, enfadonho, aborrecido, mas viciante. É assim que classifico a minha experiência com este Labyrinth of Refrain. Quando penso que tenho de sair desta relação abusiva, há algo dentro de mim que diz para lhe dar uma chance. Não é assim tão mau, pois não? Não, não é das piores coisas que por aí anda, mas acho que podemos arranjar melhor. Algo com mais personalidade e que nos trate melhor; que respeite o nosso tempo. Este jogo foi feito para os fãs do género ou para os seguidores da Nippon Ichi que querem consumir Disgaea até sair o remake do 1. Os visuais estão lá e a banda sonora que não me disse nada também. O jogo parece é ter uma alergia a bons controlos porque o analógico de movimento foi ignorado para os botões direcionais, o que torna a navegação tosca.


Com o remake do Disgaea 1 quase aí ou com mais ofertas no mercado, será que vale a pena? Não acho. No entanto, se acham que a verdadeira diversão dos Disgaea começa quando o jogo acaba, então vão gostar deste. Tal como na série de RPG tácticos, também aqui dá para quebrar o jogo e explorarem até mais não. Há um bocadinho para cada jogador, mas com tantos bocadinhos dispersos sinto que a identidade deste jogo ficou perdida num corredor qualquer do labirinto. Pena.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela NIS America.

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