Mini Metro


Mini Metro, grande vício. Um trocadilho barato que facilmente resume a experiência de jogo com este título, originalmente lançado para PC e depois para dispositivos móveis, tendo agora chegado à Nintendo Switch.

Este é um jogo de puzzles onde o jogador terá de criar e gerir uma rede de metro / ferrovia em grandes cidades, criando-a a partir do zero. É o sonho de qualquer planejador: aqui não há orçamentos nem demoras na construção, basta unir os pontos e ver as carruagens a circular pelas linhas enquanto transportam os passageiros. O sistema é bastante simples, também. Tudo começa com apenas 3 pontos, cada um com um ícone diferente, representando as estações. Ao lado de cada um, vão surgindo ícones pequenos das outras estações, representando passageiros que pretendem lá chegar. Conforme o tempo passa, novas estações vão surgindo e cada vez mais passageiros querem ir para os mais variados locais. O objetivo é, então, com o número de linhas e carruagens disponíveis, criar a rede mais eficiente possível que dê resposta às suas necessidades.


Normalmente, as primeiras estações que vão surgindo repetem os ícones de outras já existentes, como se fossem localidades genéricas. Um passageiro numa estação triângulo quer ir até uma estação círculo e tentará fazer a viagem mais curta até alguma que cumpra esse requisito. No entanto, com o crescimento da rede, também aumenta a exigência. Algumas estações começam a mudar de ícone para um completamente único em toda a rede e os pedidos de passageiros para esse destino podem vir de qualquer parte. E agora, que tal está essa otimização? Felizmente, é possível parar o tempo e fazer alguns ajustes mais profundos ou até redesenhar por completo toda a rede se tal for necessário.

A cada semana passada em tempo de jogo, são atribuídas duas recompensas para ajudar na expansão da rede, que podem ser novas linhas, túneis ou carruagens para transportar mais passageiros. Tudo em nome da eficiência, pois o que não se pode é deixar uma estação transbordar de passageiros à espera por demasiado tempo (a não ser que se escolha o modo de jogo "endless"). Demasiado fácil? Então que tal experimentar o modo "extreme", onde não é possível alterar o trajeto de uma linha já construída? Assim se percebe o problema de muitas cidades com o transporte público...


Se o conceito em si é interessante, a apresentação torna-o irresistível, com uma iconografia similar aos mapas de várias redes de metro espalhadas por todo o mundo. Não é por acaso que Londres é a primeira cidade onde se pode jogar, com o seu famoso mapa do metro a inspirar claramente este título. Outro pormenor notável é a sonoplastia, perfeitamente adequada ao jogo, comunicando com o jogador e chamando à atenção, através do som, para pontos de tensão na rede do metro. Excelente!

Não há bela sem senão e, num jogo claramente desenvolvido para ser jogado com rato (no PC) ou ecrã tátil, era de se esperar que não funcionasse muito bem ao transitar para botões, mas da forma que foi implementado é simplesmente confuso de controlar. Em alternativa, é possível usar o joy-con como apontador, simulando assim uma espécie de rato, mas não se equipara a jogar diretamente no ecrã. É, por isso, um jogo ideal para jogar na Nintendo Switch em modo portátil, mas relativamente fraco quando jogado na TV. Também faz um péssimo trabalho de ensinar os controlos, seja em modo tátil ou com botões, pelo que seja como for irá ter uma grande curva de aprendizagem. O modo "pointer" por exemplo, foi descoberto acidentalmente com um clique no analógico. Um "how to play" teria ajudado imenso.


Embora tenha uma componente multijogador, permitindo até 4 jogadores colaborar (ou discutir) na construção da rede metropolitana, este é um título muito melhor apreciado quando se joga sozinho. De preferência em modo portátil para maximizar o vício por ele oferecido. Com um excelente design gráfico e conceito de jogabilidade, só não leva uma recomendação mais forte por se ter desleixado bastante na acessibilidade e alguns dos métodos de controlo. Fora isso, grande vício!

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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