Hot Wheels Let's Race: Ultimate Speed


Uma das mais famosas linhas de brinquedos da Mattel, Hot Wheels ganharia um novo público ao ver as suas mirabolantes pistas e espampanantes carros serem reproduzidos na pequena tela, nomeadamente na hoje em dia omnipresente Netflix, através da série de animação Hot Wheels Let's Race, em 2024. Ora não tardaria muito para que as personagens dessa adaptação fossem, também elas, adaptadas para outro meio de entretenimento, mais concretamente o dos jogos de vídeo. Pela mão da Bamtag Games, Hot Wheels Let's Race: Ultimate Speed faria a sua estreia este ano para todas as plataformas. Contudo, a versão da qual vos venho falar é a referente à Nintendo Switch.




Um jogo de corridas, com um misto de customização das pistas, Hot Wheels, sendo mais direcionado para uma camada mais jovem da comunidade gamer, começa com um tutorial que explica as bases do mesmo. Depois desse breve tutorial teremos uma área hub, representada por uma espécie de sala de convívio, na qual a nossa personagem escolhida, uma de entre seis, na qual podemos selecionar o modo de jogo que pretendemos experimentar. A história é simples e vê todos estes jovens competirem entre si pelo título de campeão do Ultimate Garage Camp, o qual pode ser conseguido de diferentes formas e explorando os variados modos de jogo disponíveis.

No entanto, convém não esquecer a presença de um vilão, na figura do excêntrico Professor Rearview, que devido à sua má experiência com a Ultimate Garage Camp, tem agora um ódio irracional não apenas pela instituição em si, mas por qualquer coisa que esteja relacionada com automobilismo. O Professor, ou antes, uma criatura dantesca (mas relativamente adorável), irá funcionar como boss, numa etapa especial antes da corrida final. A luta com o boss surge-nos como uma experiência alternativa ao resto do jogo, uma vez que aqui devemos acumular objetos, os quais serviram de munição, para depois usarmos contra o dito cujo. Isto enquanto ele nos ataca ferozmente, seja com tentáculos, garras, cauda ou fogo, dependendo do boss animalesco que o Professor Rearview traga consigo.


Mas atentemos primeiramente aos nossos seis pilotos, salientando que cada um deles possui características próprias que devemos ter em conta aquando da sua seleção. Primeiro temos Coop, o protagonista da série animada e o típico bom da fita. Segue-se Brights, a rapariga de cabelo rosa e braço biónico. Em terceiro, temos outra rapariga, chamada Spark, dona de um nível de inteligência soberba. Em quarto, surge-nos Axle, um jovem com pedigree familiar na competição e com a ideia de que é o melhor de todos os pilotos presentes no Garage Camp. Em quinto lugar, temos o rei das acrobacias, Mac. Por último, surge a própria filha do famigerado Professor Rearview, a principal rival do antagonista e a diabrura em pessoa, Cruise. Como já referi, a diferença entre eles vai residir não apenas nas suas personalidades e histórias individuais, mas sobretudo nos seus atributos, isto no que ao gameplay diz respeito.

Existem três atributos a ter em conta: a velocidade, a capacidade de segurar o carro e o talento para as acrobacias. Mediante as nossas próprias características como jogador, teremos que optar por aquela personagem que disponha de competências mais próximas das nossas. Por exemplo, os mais habilidosos na habilidade de segurar o veículo nas curvas e com isso evitar choques desnecessários e consequente perda de velocidade durante as corridas são Brights e Spark. Por outro lado, os naturalmente mais velozes na condução são Cruise e Coop, ao passo que o mais acrobata não podia ser outro que não o Mac. Uma vez escolhida a nossa personagem, a próxima coisa a ter em atenção é a escolha do veículo, uma vez que não há carros fixos para as personagens. Como com eles, também aqui temos que ter em atenção às características dos automóveis propriamente ditos, de forma a escolhermos aquele que nos dará maior garantias de sucesso.


De início, teremos apenas um punhado de carros à disposição, mas mais irão sendo desbloqueados à medida que formos vencendo corridas e taças. Após essa escolha devemos ainda selecionar um decal (autocolante) a aplicar na nossa viatura. Esse decal funciona como uma espécie de power-up de efeitos variadíssimos que podem ir de boost de velocidade maiores e mais longos, a maior resistência nos embates. Segue-se uma customização da pista, com a introdução troços de estrada alternativos (cujas alternativas começam por ser poucas, mas que serão desbloqueadas com o alongar do jogo), assim com a escolha dos hazards e dos bónus a serem encontrados nas ditas pistas. Estes últimos podem incluir passadeiras que visam aumentar a velocidade, barris de óleo que deixam uma mancha atrás de si e tornam a estrada instável para quem vem atrás, botas e caroços gigantes que nos bloqueiam o caminho (algo que me reavivou a memória das horas passadas a jogar Micro Machines para a velhinha Mega Drive) ou bolas que se movem na nossa direção, só para nomear alguns deles. Quando tudo isto estiver escolhido, podemos começar a corrida propriamente dita.

Ora, mas que género de corrida será? Em Ultimate Speed temos inúmeros modos de jogo que podem responder de forma diferente a essa questão. Temos a Cup, na qual competimos em quatro corridas, mais uma batalha com um boss, para ver quem fica com mais pontos no final e leva a referida taça para casa. Para além da Cup, existem corridas singulares, que podem ser disputadas nas pistas existentes ou nas criadas por nós via customização. Aqui podemos escolher o número de voltas, as quais podem ir de três a sete, a dificuldade do Cpu, a velocidade à qual os carros se deslocam e a existência, ou não, de uma batalha com um boss. Por último, temos os Speed Trials que são, como o próprio nome indica, contra-relógios onde temos que fazer o melhor tempo. Aqui temos a possibilidade de optar por estabelecer um novo recorde ou bater um já estabelecido pelo jogo.


Todas estas alternativas inserem-se no modo conhecido como Games Mode. Outra alternativa a este modo mais casual de experimentar Ultimate Speed passa por escolher o Racing Camp. Aqui reside o grosso da experiência do jogo, com o jogador a competir com as restantes personagens numa liga com doze corridas, em vez das quatro presentes na Cup. Será aqui que iremos conquistar os nossos flame badges, usados para adquirir itens na Ultimate Garage (uma espécie de loja, para todos os efeitos), e que seremos expostos a uma maior dose de história. Por último, temos a Track Builder, que nos permite usar peças obtidas durante as corridas e construir as nossas próprias pistas.

Ultimate Speed é um jogo com bastante conteúdo desbloqueável, claramente direcionado para um estrato mais jovem do espectro gamer, não apenas pelo seu baixo nível de dificuldade, mas também pela sua própria apresentação, sendo este um jogo que prima pelas cores garridas e personagens fofinhas (até o mau nos surge como muito pouco ameaçador). A possibilidade de poder serem jogador por quatro pessoas em simultâneo também ajuda. Contudo, e apesar de haver muito para desbloquear e fazer, este é um jogo que depressa nos dará a sensação de ser demasiado repetitivo, com as pistas a terem quase todas o mesmo feel. Um feel que nem mesmo a luta com o boss consegue dissipar. Alguns sobressaltos, nomeadamente o crash do jogo no início de algumas corridas (algo que, todavia apenas ocorreria em duas situações separadas) não ajudou.

Este não é um título que recomende a fãs de corridas, uma vez que existem melhores opções para a consola. Ainda assim, um bom ponto de partida para jogadores de faixa etária menor.

 

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Switch, gentilmente cedido pela Renaissance PR, via PressEngine.

 

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