We Love Katamari REROLL+ Royal Reverie


Ah… We Love Katamari! Jogo onde guardo uma memória bem viva de ir a correr comprá-lo à loja, para depois me colar em frente ao ecrã nas semanas que se seguiram. Para muitos jogadores europeus este foi o nosso primeiro contacto com Katamari Damacy, jogo que quando me viam a jogar perguntavam “o que é isso?” entre palavras que não vou apontar. Um jogo bizarro, cuja simplicidade de enrolar objetos, simplesmente porque sim, foi o suficiente para se tornar numa das minhas séries de eleição. We Love Katamari era o segundo jogo da série, mas o primeiro a ser lançado na Europa, que está agora de regresso numa versão melhorada para as consolas e PC, e que me tem agarrado de novo, mas agora na Nintendo Switch. No aspeto técnico do jogo, podem contar com um jogo fluído na Nintendo Switch a 30 frames por segundo, enquanto na PlayStation 5, Xbox Series e PC jogam a 60.


Tudo se resume a enrolar itens uns atrás de outros, fazendo crescer a nossa Katamari de modo a conseguir enrolar itens maiores, e por aí fora. Há todo um leque de inúmeros itens a colecionar para encher a nossa enciclopédia de objetos, prendas que podemos depois equipar e primos de Prince que, ao encontrar, podemos depois jogar com eles. Há dezenas de autocolantes escondidos, alusivos aos clássicos da Bandai Namco que apanhamos ao fotografá-los com a câmara do jogo, que agora podemos também usar para tirar selfies enquanto estamos a trabalhar arduamente. É um jogo perfeito para quem gosta de simplesmente colecionar, porque sim, enquanto podemos desligar o cérebro e jogar quase que em piloto automático após um longo dia. É quase que terapêutico, mesmo quando ouvimos os gritos de pânico e dor dos habitantes e criaturas que vamos enrolando.

“We Love Katamari REROLL+ Royal Reverie” é um nome… extenso. Que encaixa perfeitamente nesta onda de títulos que são versões melhoradas de clássicos, com subtítulos que se desviam a nomes como “remake” ou “remaster”. Já Katamari Damacy havia regressado com REROLL, sendo agora a vez de We Love Katamari regressar em alta definição e wide-screen, melhorias pouco notórias muito devido ao inconfundível estilo artístico de Keita Takahashi que ainda funciona na perfeição. São quase 20 anos desde que saiu na PlayStation 2, um regresso que conta com algumas novidades como missões onde controlamos The King of All Cosmos na sua perturbada infância, traumas que acompanhamos nas sequências animada do jogo. Não são muitas missões, mas é conteúdo novo bem-vindo que acompanha toda a notalgia do jogo.


E que viagem nostálgica tem sido, enrolar toda uma coleção de itens em níveis ainda bastante familiares, atingindo um determinado tamanho na nossa Katamari, fiel bola que enrola desde o mais pequeno alfinete a planetas inteiros, tudo isto enquanto vou ouvindo a memorável banda sonora cujo tema principal "Katamari on the Swing" ainda hoje me está engradado minha cabeça. Um regresso que me recorda o porquê de este ser o meu jogo da série favorito, não por ser o primeiro que joguei, mas pela diversidade de missões diferentes que temos pela frente. Além do básico “enrolar até aquele tamanho dentro destes minutos”, um time-trial onde enrolamos o mais depressa possível ou poder jogar sem limite de tempo, surgem missões que mudam ligeiramente a fórmula, mantendo bem viva a jogabilidade base do jogo.

Como uma espécie de limpa-palatos temos objetivos como enrolar uma Katamari em chamas e mantê-la acesa ao apanhar itens como madeira ou papel, enquanto fugimos de extintores e baldes de água, ou outro onde temos de enrolar uma bola de neve para criar um boneco de neve maior que uma casa. Podem-me apontar que estes são na mesma para enrolar desenfreadamente, que não é mentira, mas há outras missões mais táticas onde temos de nos desviar de tudo que e pareça com determinado objeto ou criatura para atingir um diâmetro respeitável na Katamari. Temos ainda missões que mudam ligeiramente o controlo do jogo, como enrolar um lutador de sumo que rebola meio que erraticamente no início, até atingir uma forma arredondada após ter comido o equivalente a 200 quilos de comida, tudo para enfrentar o seu rival. Há ainda um nível quase todo debaixo de água, para nos irritar como todos os níveis de água em tudo o que é jogo, e outro em piloto automático a grande velocidade onde enrolamos tudo o que nos aparece à frente. Existem outras mais que não vou descrever, mas foi esta diversidade que me fez continuar a gostar mais de We Love Katamari mesmo com título que saíram posteriormente.


Ainda com modos multijogador, quer cooperativo ou competitivo, todo o caos de enrolar uma ou mais Katamari pode ser partilhado, mas essencialmente é um jogo que me divirto mais a jogar sozinho. Posso ter passado semanas a jogar o original, e ia pegando nele de vez em quando sem qualquer objetivo, mas este é um jogo curto e mesmo os níveis novos não estendem o jogo consideravelmente. Ainda assim há imenso replay-value, quer para apanhar todos os primos, presentes e stickers, ou quase como um jogo arcade, voltamos apenas para obter uma melhor pontuação, depois de conhecermos os melhores trajetos de cada missão.


Anos atrás finalizava a minha análise de Katamari Damacy REROLL com um sentimento feliz do regresso da série, mesmo quando não era um título novo. O mesmo se mantém agora com We Love Katamari REROLL+ Royal Reverie que recomendo imenso a dar uma oportunidade, nem que seja pelo seu preço bastante convidativo. Resta saber se vamos continuar a receber estes títulos remasterizados da série, pois tanto “Me & My Katamari” como “Beautiful Katamari” mereciam um regresso também. Ou, quem sabe, um novo jogo da série! Mas, até lá, tenho um milhão de rosas para apanhar neste jogo...

Nota: Análise efetuada com base numa cópia para a Nintendo Switch, adquirida pelo autor do artigo.

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