The Star Named EOS


À primeira vista, The Star Named EOS aparenta ser mais um jogo visualmente agradável, com uma história bela e sentimental que pode ser completado num par de horas sem uma grande quantidade de ginástica mental. Mas as aparências enganam, e The Star Named EOS luta constantemente contra si mesmo para saber se é o jogo que aparenta ser ou um imperdoável conjunto de puzzles que se recusam a segurar-te a mão.

As primeiras horas de The Star Named EOS são passadas a reconstruir a viagem da mãe da personagem principal, Dei, através de cartas e fotografias que ela vai deixando para o seu filho. A câmara fotográfica é o elemento chave de The Star Named EOS, sendo através dela que recriamos as fotografias da mãe e completamos cada capítulo do jogo.


Para construir estas fotografias, cada capítulo conta com um conjunto de puzzles que rapidamente se tornam menos agradáveis que a atmosfera serena construída pelo Silver Lining Studio. The Star Named EOS lembrou-me, no design dos seus capítulos, de Unpacking, onde a história está lá para ser desvendada lentamente, sem grandes cerimónias. No entanto, ao invés do gentil passo de Unpacking, os puzzles de The Star Named EOS exigem um alto nível de ginástica mental e pensamento crítico do início ao fim, não sendo também ajudados pelas suas mecânicas de point-and-click e pela ausência de dicas, o que significa que, na eventualidade de não conseguires chegar à solução de um puzzle (o que é provável que aconteça pelo menos uma ou duas vezes), há duas opções: chegar a solução à força ou recorrer à boa velha internet.


Para lá dos seus puzzles desafiadores, The Star Named EOS esconde uma história verdadeiramente emocional e, ainda que, por vezes, os mais céticos de entre nós possam tomar a sentimentalidade dos momentos iniciais por pura lamechice, The Star Named EOS dá à sua história a profundidade necessária para que esta não se torne trivial e vazia. The Star Named EOS faz uso de temas sérios, que contrasta com um estilo artístico leve e belo, para construir um jogo que, apesar das suas falhas, é gratificante, comovente e especial.


The Star Named EOS não será, certamente, um jogo para todos e deixará muitos à espera de mais, mas não desiludirá quem vier à procura daquilo que ele é: um conjunto de puzzles desafiantes e uma história agridoce lindamente embrulhados com o papel mais bonito possível. E tudo em menos de quatro horas.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR


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