Aero the Acro-Bat


Hoje trago-vos algo muito especial da minha infância: Aero the Acro-Bat! Este foi, sem qualquer sombra de dúvida, um dos jogos de plataformas que mais me marcou, que mais vezes joguei na Mega Drive do início ao fim que, à semelhança de muitos outros jogos da altura, não haviam save points nem combinações-chave para poder continuar o jogo mais tarde. Era tudo feito de uma assentada, ocupando-me assim os fins de semana colados à TV.


Ao mesmo tempo que falávamos de grandes jogos do género como Mario ou Sonic, foi em várias visitas ao videoclube perto de casa onde via Aero a ser jogado numa consola de exposição. Captou-me rapidamente à atenção, havia ali alguma coisa de diferente que me puxava, que nem era o tema do circo e acrobatas porque isso dizia-me mesmo nada. Era um jogo de plataformas, com uma personagem que me marcou e uma jogabilidade diferente, onde não bastava saltar em cima dos adversários para os derrotar. Receberia o jogo pouco tempo depois e aí começou a minha história com o jogo.

Tudo nele, para mim, era incrível! Os níveis, a banda sonora, os inimigos e bosses que tinha de enfrentar, as animações de Aero fossem durante o jogo ou a simples dança que fazia no fim de cada nível. Não que seja dos melhores jogos de sempre, de todo, mas tudo me cativava ali. Quando anunciado recentemente o seu relançamento para as consolas atuais, um simples port com algumas adições, parte de mim estava reticente em pegar de novo no jogo, mas cá estamos.

Este é Aero the Acro-Bat, a aposta da Sunsoft em entrar na competição de mascotes cool ou icónicas, num mercado saturado das mesmas. É também o primeiro de uma série que conta com uma sequela, um relançamento do primeiro título para a Game Boy Advance e ainda um spin-off com o rival Zero, o esquilo kamikaze. Os quatro títulos estão assim de regresso este ano, cada um com lançamentos individuais e não logo tudo num único conjunto, o que me deixou algo confuso… mas aceito. O que nos traz hoje é o lançamento do primeiro jogo.


Está tal e qual como me lembro… ou quase. Parte da minha hesitação a este anúncio veio-se comprovar, infelizmente, pelas decisões tomadas. Esta é a versão Super Nintendo do jogo, que atenção, é melhor que a versão Mega Drive. No entanto, muita da nostalgia desvanece a partir do momento que não ouço a mesma banda sonora (em que a versão Super Nintendo não tem uma das minhas músicas favoritas) que conheço de uma ponta à outra, ou dos níveis especiais que são também diferentes. Num jogo que inclui o lançamento ocidental e japonês, sendo que se tratar de um port de um único jogo e não uma série, é pena que não tenham incluído a versão que eu conheci na minha infância, onde simplesmente poder a banda sonora já seria o suficiente.

Fora este pequeno problema (para mim, gigantesco) é um jogo divertidíssimo como sempre o conheci. Cada nível tem um objetivo, que percorremos como um tradicional jogo de plataformas com alguma exploração à mistura, pois podemos andar livremente pelo cenário, algo que acontece com mais frequência do que previsto, pois são algumas vezes que nos escapa algo. Há muitos itens (comida) para apanhar, estrelas, pontos de vida, power-ups, vidas extra e imensos inimigos para derrotar, onde tudo contribui para a nossa pontuação. Há vários segredos, níveis especiais escondidos ao bom estilo dos jogos de plataformas dos anos 90.


Temos quatro diferentes áreas pela frente, um circo, o parque de diversões, a floresta e um museu macabro, cada um deles com 5 níveis e um boss. Todos os níveis são diferentes, mesmo que hajam semelhanças entre eles ou mecânicas que surgem várias vezes no decorrer do jogo, não há nenhum nível que seja igual, indo muito além de simplesmente mudar o cenário e a música que o acompanha. O jogo é rápido, a nossa principal arma é a habilidade de rodar com Aero contra os inimigos para os derrotar, onde são vários os inimigos que se sabem defender desta nossa investida. Para nos ajudar temos estrelas que podemos disparar, um recurso finito bastante útil que apanhamos nos níveis, mas não quer dizer que sejam devastadores, até porque muitas vezes precisamos mais que uma estrela para derrotar os inimigos. Não é um jogo difícil, há vidas de sobra e mesmo se fizermos asneiras podemos agora rebobinar o jogo uns segundos atrás para voltar a repetir (e não fazer asneiras).

Algo que também regressa dos anos 90 são os cheat codes, agora disponíveis através de um prático menu onde podemos ativar estrelas e vidas infinitas, invencibilidade entre outras ajudas. Coisas que nas versões originais fazíamos através de combinações de botões, mas agora que podemos ativar e inativar a qualquer momento. Juntamente com a possibilidade de rebobinar o jogo (e fazer fast-forward) há todo um conjunto de filtros visuais para mudar o aspeto do jogo, ou até mesmo simular o efeito das TVs antigas CRT.


Se procuram um bom jogo de plataformas dos anos 90, que possivelmente nunca jogaram, podem dar uma oportunidade a Aero the Acro-Bat. O jogo é relativamente curto, mas bastante divertido, embora não seja revolucionário mesmo na época em que foi originalmente lançado. Só é pena que não tenhamos já uma coleção e possa partir já para os jogos seguintes, mas, assim que forem lançados, cá estou para os receber!


Nota: Análise efectuada com base em código final do jogo para a PlayStation 5, gentilmente cedido pela Ratalaika Games.

Latest in Sports