Isto é que foi um lançamento peculiar! Indivisible foi um Kickstarter de sucesso, iniciado pela Lab Zero Games há longos anos onde uma das metas seria o seu lançamento para a Wii U, descartado depois em prol da Switch. Mas enquanto que o jogo já se encontrava nos restantes formatos sobrava uma dúvida, "para quando a versão Switch"? Foram meses de silêncio enquanto as outras versões recebiam updates, tempos interrompidos por uma fotografia do jogo a correr na consola da Nintendo, seguidos depois de silêncio novamente. Até que, por surpresa de tudo e todos, até mesmo da própria Lab Zero Games, que o jogo surge na eShop, assim do nada.
Chegando agora (finalmente!) também às lojas o jogo é palpável, podendo levar o estilo artístico que nos trouxe Skullgirls para todo o lado, acompanhando um RPG onde seguimos a jovem Ajna numa aventura de vingança pois as tropas de Ravannavar mataram o seu pai e destruíram por completo a aldeia onde viviam. É uma história muito inspirada no Hinduísmo, não só a nível estético como também por todo um setting criado, onde Ajna vai conhecendo todo um leque de personagens bastante únicas que... vai colecionando dentro da sua mente. Sim, dentro da cabeça de Ajna reside o Inner Realm onde pode "entrar" livremente e interagir com os restantes membros da equipa.
Foi um jogo que aguardei desde o primeiro momento que foi anunciado, um casamento perfeito entre a arte de Skullgirls e um RPG fortemente inspirado no clássico Valkyrie Profile, onde exploramos o mundo como se fosse um Metroidvania, mas o sistema de combate recorda-nos na perfeição das lutas travadas por Lenneth e os seus Einherjar (guerreiros). O leque de personagens é também ele vasto, sendo que o mais difícil é escolher as 4 personagens que vão compor a nossa equipa, pois todas elas contam com habilidades bastante únicas e são, na sua maioria, todas elas bastante interessantes.
O sistema de combos é frenético, criando todo um conjunto de situações onde os inimigos nem sequer têm tempo para respirar enquanto a nossa equipa se encarrega de os eliminar, muitas vezes terminando as combinações com um ataque especial devastador. É a mesma jogabilidade que me agarrou em Valkyrie Profile e Indivisible encarrega-se de manter essa chama viva, deixando-me com vontade de ter uma sequela.
Nesta análise vou-me focar principalmente no desempenho da versão para a Nintendo Switch e podem ver a nossa análise para a PS4 neste
link. Ver o nome 505 Games associado a este jogo traz alguns receios, principalmente no modo como trataram a versão Switch de Bloodstained. Felizmente Indivisible parece ter tido uma direção bastante diferente e, o resultado, é extremamente positivo! O jogo corre sempre fluído e apenas senti uma ou outra quebra em partes muito específicas em alguns cenários. Dá um gozo tremendo poder jogar em modo portátil sem sacrifícios, até porque a direção artística do jogo é um dos pontos fortes e ela mantém-se igual às restantes versões.
Mesmo a nível de loadings o jogo está bem otimizado, de tal modo que mal o iniciamos somos logo atirados para o ponto onde o deixamos, sem quaisquer menus para começar a jogar. Os próprios loadings dentro do jogo são rápidos e entrar em combate é algo que acontece quase que instantaneamente, mesmo em áreas bastante grandes. Nota-se que, mesmo tendo havido coisas peculiares a acontecerem no seu lançamento surpresa, o jogo foi tratado com bastante cuidado.
Há, no entanto, alguns pontos negativos, como a falta de conteúdos adicionais. Enquanto que as restantes versões contam com New Game + e jogar cooperativamente, o mesmo (ainda) não se encontra presente aqui, o que é infeliz já que a Switch é a consola ideal para pelo menos 2 pessoas jogarem cooperativamente. A situação piora quando estes extras já se encontravam disponíveis, fazendo com que a versão Switch tenha sido lançada incompleta. É algo que será corrigido com o tempo, no entanto, mas foi um ponto extra no lançamento bizarro que o jogo teve na Switch.
Houve no entanto um update que não só permite escolher entre correr o jogo com maior frame-rate ou ficar fixo nos 30 frames, para quem preferir, juntamente com o lançamento de Roti, o animal de estimação de Ajna que depois dessa atualização pode segui-la na sua aventura. Não há muito para explorar a nível de configurações, mas felizmente o jogo encontra-se traduzido para português (do Brasil) que facilita imenso aos que procuram ver o idioma nos jogos.
E que tal este trailer que anunciava o lançamento para o outono de... 2018?
Um título quase obrigatório para os fãs do clássico da SquareEnix ou até mesmo para os fãs do género, mas de tal modo acessível que mesmo os que nunca se aventuraram muito no género têm aqui uma boa oportunidade para explorar, agora disponível também na Switch. Uma versão bastante cuidada a nível de performance e com boas horas de jogo pela frente, onde avançamos rapidamente pela história e sem momentos mortos.
Nota: Esta análise foi efetuada com base numa cópia final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela 505 Games.