One Punch Man: A Hero Nobody Knows


Baseado numa das melhores séries de sempre na animação japonesa, One Punch Man: A Hero Nobody Knows caiu de surpresa no mundo dos videojogos. Confesso que foi uma surpresa boa mas, será que chegou levar um soco para definir o veredito final?

Para aqueles que me conhecem, sou um verdadeiro fã da série e a primeira temporada foi algo de tão marcante que, quando anunciaram a segunda temporada, eu estava em pulgas para assistir. Visto que o estúdio mudou, o anime desta vez produzido pela JC Staff não teve o mesmo tratamento e isso foi notável. Eis que mais tarde fora anunciado o jogo que inclui personagens das duas temporadas do anime. Será que foi notável a qualidade ou falta dela?

Recordo-me de experimentar pela primeira vez no evento Madrid Games Week e ter tido sentimentos misturados, ora até gostava ora o jogo apresentava-se fraco. Nestes casos, eu dou o benefício da dúvida, ainda assim algo me dizia que o produto final iria ser incompleto. Recebemos One Punch Man: A Hero Nobody Knows para análise e foi altura de tirar estas dúvidas, que nos atingiram com os “socos normais consecutivos” que nos deixaram no chão.


Pode-se dizer que apesar de ser duma série tão especial, o jogo veio manchar um pouco o nome de Saitama e de toda a associação de heróis presentes, até porque todo o elenco das duas temporadas está perfeitamente representado com as vozes originais japonesas de cada um dos protagonistas e vilões que tornaram One Punch Man tão famoso mundialmente. No que diz respeito ao fan service, este jogo está realmente uma bomba, porque para além de todas as personagens, é necessário referir o esforço e dedicação da equipa de produção pelos detalhes que serão referidos em seguida.

Personagens aliadas como Mumen Rider, Genos, Speed-o Sonic, Silverfang e Metal Bat e do outro lado vilões como Vaccine, Deep Sea King, Crablante e Boros, dos rankings mais fracos aos mais altos, praticamente todos os heróis marcam presença neste jogo que tem um fan service muito bom e realmente bem conseguido. Isto, porque tanto mistura a série (ambas as temporadas existentes até à data) como inclui uma criação de um herói com o qual o jogador fará parte da narrativa principal do anime/manga. De forma precisa, muito bem incluída, o jogo apresenta a capital com o edifício da Associação de Super Heróis e várias localidades da cidade que podem ser visitadas tal como o próprio apartamento do herói.

Opções e distrações não faltam em A Hero Nobody Knows, o apartamento pode ser remodelado, comprar mobília e outros objetos para decorar a residência do nosso herói. Além disso, podem alterar a sua aparência, cabelo, roupa e claro, o nome pelo qual a Associação de Super Heróis vos irá tratar.


No centro da cidade é onde tudo se passa, desde lojas de roupa/acessórios, missões secundárias e que acaba por ser no final, a sala principal onde todos os jogadores que se encontram online estão visíveis. É claro que há várias lojas e zonas a explorar mas, estas estarão disponíveis apenas durante a progressão do modo campanha. O maior problema é o facto de existirem várias quebras de fluidez presentes nesta “enorme” sala que recebe a comunidade e pode ser o caso destas quebras.

O menu conta com uma variedade grande de informações que pode confundir um pouco o jogador inicialmente mas que com o tempo, tudo fará sentido e acaba por ser simplista. Existem 4 abas disponíveis, a do Herói apresenta o que seria de esperar, as estatísticas do vosso herói. Conforme as missões que efetuarem, seja através de missões principais ou secundárias com personagens encontradas na cidade realizando tarefas simples, ganham pontos para serem atribuídos ao herói e aumentar o seu HP, Ataque, Técnica e muito mais.

Existe a oportunidade de escolha do tipo de batalha, inicialmente padrão ou mais focado em poder o que no fundo não fará muita diferença nas batalhas a sério. Existem 3 Killer moves que podem ser associados a cada personagem mais o quarto que é um Super Killer move, basicamente os ataques especiais com o ataque mais poderoso o qual necessita de ser desbloqueado conforme progridem e depois sim, adoptarem estes movimentos. As habilidades também devem ser selecionadas de forma estratégica de modo a que seja mais vantajoso ao vosso ritmo de jogo.


O Hero Registry é onde estão os registos dos personagens da série e para os mais distraídos conhecerem as personagens e o seu background. Além de que é aqui que podem ver o estado da relação que têm com os Super Heróis que criarem laços de amizade e que podem surgir numa eventual luta em que se encontrem em apuros. E o “other”, é a aba que apresenta os itens encontrados pela cidade, verificar o e-mail que recebem através do smartphone, ver tutoriais e galeria como as opções do jogo. De referir que a banda sonora não é do anime mas é extremamente parecida e a música da Intro do jogo é sim da JAM Project, os responsáveis pela Opening de ambas as temporadas de One Punch Man.

Falando no ponto fulcral, as lutas. É incrível que estamos numa geração com jogos de luta bastante competentes, sejam estes em 2D ou 3D, é necessário começar a ser exigente após tanto bom jogo, se não é possível fazer melhor, tenta-se fazer algo semelhante. O grafismo está bom, nada que seja excecional mas cumpre com os requisitos mínimos para os padrões desta geração. As lutas têm uma simplicidade e uma falta de carinho e atitude que magoa os fãs. Isto seria bom na geração PS2/Xbox/Gamecube pois nos dias de hoje é meio desastroso quando não existe fluidez, não existe profundidade, lento e aborrecido.

O jogo peca na parte fundamental que são as lutas. Seria necessário mais dedicação, embora seja um estilo de luta como foi apresentado em Naruto: Ultimate Ninja Storm, em comparação este entristece e tem pouco ou nada daquilo que a CyberConnect 2 fez com a série do famoso Ninja.


Embora eu seja um grande fã da série, isto apenas serve para puro entretenimento devido ao seu fan service. Sendo um jogo de luta, com tanta oferta no mercado, One Punch Man: A Hero Nobody Knows não tem muito por onde se destacar sem ser pela narrativa e as suas personagens.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Bandai Namco Entertainment.

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