Langrisser I & II


A minha primeira, e única, experiência com esta série ocorreu algures em 1998/1999 (não sei precisar o ano), quando tive acesso à versão americana do primeiro Langrisser, chamado de Warsong naquelas paragens. Uma breve experiência, que não seria acompanhada, infelizmente, por mais nenhuma outra. Durante muitos e muitos anos, apenas teria acesso à fantástica artwork (de Satoshi Urushihara) e alguns pequenos screenshots dos jogos.

Isto até este ano, com a saída deste remaster que junta os dois primeiros jogos da série.

O primeiro título desta colectânea explora as aventuras do príncipe Ledin, que procura não apenas libertar o seu reino, Baldea, do jugo do império Dalsis, como também tenta recuperar uma relíquia sagrada de enorme poder, a espada Langrisser.

O segundo jogo explora as aventuras de um dos descendentes do protagonista original. Elwin abdicou da coroa de Baldea para levar uma vida mais livre, contudo vê-se arrastado para conflitos alheios ao impedir o rapto da jovem Liana às mãos dos Blue Dragon Knights, provenientes do vasto império de Rayguard.


Tanto numa, como noutra aventura, Ledin e Elwin não estão sozinhos. Ao seu lado encontram-se muitas outras personagens, as quais se irão juntando ao grupo como o progredir da história.

Um RPG estratégico, Langrisser bebe muita inspiração de séries como Advance Wars ou Fire Emblem. Também aqui controlamos um conjunto de personagens. Cada uma delas, apelidadas de comandantes, tem ao seu encargo um grupo inicial de quatro mercenários (que são recrutados com recursos monetários). Existem diversos tipos de unidades que podem ir de sacerdotes (capazes de ataques à distância), cavaleiros, soldados, entre muitas outras. Ao contrário daquilo que acontece como os comandantes, estas unidades são mais básicas, sendo incapazes de usar feitiços, equipamento ou skills. Qualquer incremento de status para estas personagens está dependente de feitiços feitos pelos comandantes. De igual maneira, se estes mercenários sofrerem dano, este pode ser gradualmente recuparável pela mera presença junto do seu comandante de eleição. A destruição destas unidades não tem impacto na história e não resultam em qualquer tipo de Game Over (ao contrário do que acontece com os comandantes e sobretudo os protagonistas). Pode parecer que são apenas carne para canhão, contudo os mercenários representam uma parte muito im portante do gameplay da série, uma vez que a sua presença permite estabelecer algum equilíbrio num campo de batalha polvilhado por inimigos.


Como referido acima, os comandantes fazem level up. Este é feito de diversas maneiras, passando da mera acumulação de pontos de experiência e da compra de melhor equipamento na loja do jogo, até ao uso sensato dos character points para desbloquear novas classes.

Estas permitem às personagens aprender novas skills e magia, assim como ter acesso a novos tipos de mercenários. Se as skills permitem melhorar ainda mais os status das nossas personagens, as magias podem causar muito dano nos nossos adversários e conceder aos nossas aliados múltiplas vantagens no campo de batalha.

Para além destas duas categorias de personagens, Langrisser apresenta-nos ainda as criaturas míticas que podem ser invocadas. Ao contrário das unidades mercenárias, os invocados não custam dinheiro, mas pontos de magia, para serem chamados. São também donos de algumas habilidades que podem ser úteis, sobretudo no embate com os generais adversários.

De salientar, que quando um comandante, adversário ou não, for abatido, todas as suas unidades mercenárias que restarem, desaparecem com ele, pelo que a nossa prioridade deve passar pela protecção dos nossos e pela derrota dos adversários.


Convém ainda referir que certas unidades são mais fortes ou fracas contra outras, pelo que esse é outro ponto importante aquando da nossa escolha de mercenários para usar no campo de batalha.
Sem tempo limite, as batalhas, que representam cada uma delas um capítulo, terminam com a vitória sobre o general adversário. Algumas, todavia, tentam variar um pouco o molde, ao estabelecerem como vitória, o aguentar um determinado número de rondas ou proteger um conjunto de civis.
Muito importante nestes jogos é a gestão sábia do dinheiro. Nem sempre é possível termos os melhores mercenários, sob pena de nos ver-mos desprovidos de fundos mais para a frente.

Em relação à minha experiência com Warsong, devo dizer que a história manteve-se mais ou menos intacta neste remaster, com algumas alterações a serem feitas a nível do tipo de inimigos que surgem primeiro e alguns objectivos dos capítulos. Estas mudanças visam diminuir a dificuldade dos jogos originais, que era bastante elevada, para níveis mais simpáticos. A morte permamente foi outra das coisas que tiraram deste resmaster, para além de adicionarem um modo mais fácil (com mais dinheiro e mais character points disponíveis no início). A introdução da character tree (com as diferentes classes para as quais os nossos protagonistas podem evoluir), assim como a introdução de duas novas slots para equipamento dão ao jogo mais elementos clássicos de RPG, que por sua vez, vêem diminuir a dificuldade. A isso junta-se ainda a possibilidade de voltar atrás e repetir capítulos para aumentar a experiência.

Visualmente, as mudanças foram muitas, com o novos menus a serem introduzidos, mais detalhes e uma nova artwork, no estilo manga actual. Ainda é possível ter as nossas personagens, e alguns adversários, a surgirem no estilo original dos titulos de 1991 e 1994, para quem estiver a sentir-se mais saudoso. De igual modo, também nos é concedida a opção de ter a música e os mapas originais ou os remasterizados.


Uma dupla de jogos bastante nostálgica, que finalmente alcança o continente europeu, com multíplos finais que lhe concedem um grande grau de replay value. Essencial para fãs de jogos de estratégia militar que apreciem um bom desafio.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela NIS America.

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