Lisboa Games Week 2025
Este ano tivemos direito a um pavilhão, muito longe do que o evento já fora outrora, que enchia bem dois pavilhões (e a comida lá no meio). O evento prometia, mas, até encher dois pavilhões fico com dúvidas… apesar disso, mesmo que tenha sido apenas uma área, esta estava preenchida por várias marcas do gaming à cultura pop, entre os promotores do costume.
Logo à entrada e em grande destaque surge a Nintendo, a única das três grandes que marcou presença, sendo que a PlayStation esteve lá através da Rádio Popular. O espaço da Nintendo era enorme, com imensas consolas com um leque extremamente variado de títulos, desde os vários jogos de Mario a muitos third parties, até mesmo com Kirby Air Riders que havia sido lançado nos dias do evento. A grande surpresa (e novidade) foi Metroid Prime 4: Beyond a marcar presença, uma demo curta, mas que vinha responder à velha crítica do costume que "nunca temos novidades ou jogos por sair", este que não era a única surpresa do género.
Tivemos vários títulos como Cyberpunk 2077 ou o mais recente EA Sports FC nas suas versões Nintendo Switch 2, mostrando um leque bastante variados de títulos para a consola. Contudo, uma boa surpresa foi a presença de Elden Ring e Final Fantasy VII Remake Integrade, dois jogos que só sairão no próximo ano, que estavam ali disponíveis para qualquer pessoa experimentar! Falando em ambos os jogos, a reação aos mesmo até foi bem positiva, portando-se bem na consola híbrida. O espaço da Nintendo tinha ainda um palco dedicado para imensas atividades, atraindo assim o público logo à entrada, ou até mesmo apanhando todos desprevenidos, para mais uma partida de Mario Kart World.
Mesmo ali ao lado havia o espaço dedicado aos indies portugueses, um espaço pequeno que agora deixa as saudades do que tínhamos em edições anteriores, com imensas bancas cheias de jogos feitos cá. É pena, o próprio LGW devia promover o que bom se faz cá, usando a sua notoriedade para chamar mais à atenção de todos. Ao seu lado tínhamos outro grande espaço, este dedicado ao Museu LOAD ZX com todo o seu histórico de Spectrum, juntamente com várias atividades, algumas palestras e ainda oportunidades por puxar pelo conhecido de quem por lá passava.
Como disse, a PlayStation esteve presente de modo bem discreto, com várias consolas no espaço da Radio Popular, com vários títulos como Astro Bot ou Ghost of Yōtei, que tal como no caso da Nintendo, podia ser ali o momento perfeito para muitos pensarem na sua prenda de Natal. Ainda no gaming, tivemos as arcades que já parecem ser tradição, nestes eventos, com várias máquinas clássicas do OutRun a Tekken mais recentes, com ainda muitos shooters e várias máquinas de pinball. Outra coisa que encheu bastante o espaço foram as várias máquinas dedicadas aos simuladores de corrida, onde só com um volante, pedais e um ecrã, eram mais que o suficiente para atrair muitos!
E… essencialmente gaming era isto? Bem, sim. Tudo bem que a Xbox é marca que desapareceu há muito dos eventos, e mesmo a PlayStation parece estar mais recatada, só que ficamos assim com um Lisboa Games Week que de "Games" parece ter cada vez menos, apelando mais ao entretenimento. Não fosse o stand da Nintendo, não veríamos praticamente gaming algum, embora esse fosse estando presente em todos os cantos do evento, só que parecia mais uma consequência do que propriamente o grande destaque. Havia ainda uma grande área dedicada aos boardgames, repleta de diferentes jogos pra qualquer um experimentar, que mesmo não sendo gaming acaba por ser algo associado.
Tivemos grandes espaços para hardware como foi o caso da Lenovo, que exibia bem o seu Lenovo Legion Go para qualquer pessoa poder experimentar, encontrávamos PCs em todo o lado e equipas dedicadas aos esports. No enorme palco que ocupava uma grande parte do evento tínhamos torneios, atividades e ainda concurso de cosplay, que teve direito a um momento musical de KPop Demon Hunters, para abrir o momento. Mas tudo isto fez-me pensar "onde há mais gaming?", deixando muitas saudades dos tempos em que grandes áreas do evento eram preenchidas por jogos, com uma oferta e variedade enorme, fazendo com que não quiséssemos sair do espaço.
Falando do espaço em si, comparando com o que aconteceu ano passado (que até foi no mesmo pavilhão), este ano esteve muito mais composto. Não só pelas pessoas, que mesmo no domingo, aquele considerado como dia morto, estava bem cheio, o modo como "construíram" o espaço e distribuíram as diferentes áreas foi bastante melhor conseguido, eliminando por completo os corredores onde todos se atropelavam. Tinha um ar mais de feira internacional, menos claustrofóbica e bastante melhor para circular. Nisso há muito que não andava tão bem no pavilhão, sem ser enviado para filas e corredores apertados, e espero que seja algo a manter.
Até porque, entretanto, já tivemos a confirmação que o Lisboa Games Week regressa para a sua 11.ª edição de 19 a 22 de novembro de 2026, olhando para o sucesso da edição deste ano, prometendo mais novidades para o próximo, expandindo a oferta educativa e formativa, maior internacionalização e inovação tecnológica, apresentando-se ainda como a referência nacional para todas as comunidades e marcas que apostam no evento.
Mesmo que tenha faltado o gaming no evento, ou pelo menos não ser aquilo que outrora já foi, foi um bom evento, tranquilo e cheio de gente, deixando-me feliz ver tanta gente agarrada aos comandos da Nintendo Switch 2 e da PlayStation 5, ou aos volantes nos vários postos de simuladores e, ainda, entre as várias arcades. Ou até ao espaço de boardgames completamente lotado, tendo muita gente a experimentar novos jogos.
Fica agora a promessa do próximo ano, que espero poder manter a tradição e ir novamente, mesmo que seja pelos mesmos motivos que me levam a ir todos os anos: ver rostos conhecidos, aproveitando sempre estes eventos como desculpa. E, sim, espero ver mais gaming, espero ver o regresso da PlayStation como deve ser e, também, curioso com o que a Nintendo irá ter presente no espaço daqui por um ano, caso a marca regresse também! Prometo também, à semelhança deste ano, que levo novamente a minha Nintendo 3DS para mais StreetPass, pois há hábitos que não vou deixar morrer.
E, se vos dissesse que o meu pequeno gesto de levar a Nintendo 3DS para o StreetPass surpreendeu até mesmo os promotores da Nintendo da Europa? Ah pois! Por isso, sempre que tivermos estes eventos, tragam as vossas (antigas) portáteis e façam ligar a led verde.
Há tradições que não morrem!










