Spiritfarer: Farewell Edition


Uma aventura sobre a morte, aceitação, amor e empatia, desenhada à mão e que pode ser desfrutado inteiramente em co-op!

Caronte, o temido barqueiro dos mortos carrega-nos a nós e ao nosso gato numa última viagem. Não a nossa; mas sim a dele, que prontamente nos passa o seu cargo juntamente com os seus poderes. E sim, isto inclui não só Stella, a nossa destemida heroína como o seu gato Daffodil que decide vasculhar os robes e recebe o mesmo dom. Ele faz a sua última viagem, e cabe-nos a nós explorar todo aquele mundo entre mundos, onde os espíritos com assuntos por resolver necessitam da nossa ajuda.

O primeiro passo e que nos leva ao 1º espírito, é encontrarmos um barco nosso, para podermos ajudar nas travessias. No entanto, ao invés de espíritos aleatórios todos têm uma ligação presente a Stella, que vai sendo descortinada com o tempo (e mais ainda nos conteúdos adicionais que foram adicionados após a saída do jogo base). O nosso propósito no entanto é dar-lhes um fim, ajudá-los a encarar e a aceitar as suas maiores falhas e remorsos para finalmente fazerem a viagem para o outro lado.



Passamos a grande maioria do jogo no barco, que começa apenas com umas humildes habitações para os passageiros, até se tornar numa autêntica cidade para garantir a bela estadia nos seus últimos momentos. Aqui, temos liberdade de construção dos vários edifícios, cada um com as suas próprias mecânicas cujo desempenho adequado nos recompensa com mais comida ou objectos que podemos utilizar em subsequentes melhorias. Os próprios passageiros, dependendo do seu estado de espírito, vão também ajudando com essas tarefas, e dando novas tanto no barco como em pontos específicos do mundo.

O mundo é muito variado e composto de ilhas que se dividem em temáticas conforme a zona, tendo cada uma os seus habitantes e recursos que necessitamos de obter para usar a favor dos nossos estimados defuntos. À medida que vamos melhorando o barco, vamos acedendo mais (e mais rápido) ao mundo, dando as nossas viagens o tempo para tratarmos da nossa horta, cozinhar o prato preferido de alguém ou simplesmente pescar. À medida que recolhemos espíritos e encontramos novas cidades vamos também desbloqueando novas possibilidades de movimento, sendo que as plataformas (ainda que não particularmente exigentes) sejam uma grande parte da nossa deslocação, exploração e parte de muitos eventos fora e dentro de água.



As animações e a banda sonora são soberbas. Desde o som suave do sino com que acordamos os passageiros, ao toque do forno com a comida acabadas de fazer. As partes tensas são-no com uma grande ajuda da música e do ambiente, sendo que as felizes em nada ficam atrás. Todos os personagens, incluindo o gato, têm imensas animações até quando estão apenas por perto: desde tocarem músicas próprias a interagirem com recursos específicos o mundo parece vivo, uma verdadeira banda desenhada em movimento livre. De notar também que o co-op está incrível: o gato quando controlado por outro jogador tem todas as habilidades da Stella, permitindo a duas pessoas experienciarem em pleno toda esta viagem.

Um jogo que se propõe a enfrentar e a superar os remorsos existenciais e que o faz de uma maneira inteligente, bela e emocionalmente desafiante.

Nota: Análise efetuada com base numa cópia adquirida pelo autor do artigo.

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