Yakuza Kiwami (Nintendo Switch)
Como um certificado fã da série Yakuza/Like a Dragon, tendo jogado todos os títulos mainline da série e alguns dos spin-offs, devo dizer que Yakuza Kiwami não é um dos meus favoritos. Apesar de ser um remake do primeiro título da série, a minha introdução foi Yakuza 0, uma prequela lançada em 2015, quando a série já ia no seu 5.º lançamento principal. E, controversamente, acredito que este é, de longe, o melhor ponto de entrada na série, imprimindo na história de Yakuza Kiwami um peso emocional que o próprio jogo não é capaz de reunir. Ainda assim, esta é obviamente a segunda melhor opção para aqueles interessados em dar uma oportunidade a esta série e é a experiência que os criadores originalmente conceberam como a introdução à mesma.
Enquanto que, desde a minha primeira visita a Kamurocho, as suas ruas estreitas e populosas se tornaram uma segunda casa, devo admitir que a Nintendo Switch não é, de todo, um ambiente onde me sinta à vontade. A verdade é que sou um jogador de PlayStation da cabeça aos pés, mas, sendo o residente fã de Yakuza no Meus Jogos, e aproveitando descaradamente qualquer desculpa para vaguear de novo as ruas de Kamurocho, fiquei surpreso com o comportamento impressionante da Switch, não tendo sido capaz de encontrar grandes diferenças entre esta experiência e a minha primeira, na PS4.
Para lá de umas cores menos vivas ou algum desfoque em cenas com movimentos rápidos, ou uma grande quantidade de inimigos (nada incomum na série), a qualidade gráfica e o detalhe de Kiwami na Switch estão ao nível daquilo que a versão da PS4 é capaz de apresentar. E mesmo os momentos onde a performance pode ser questionada nunca são negativos o suficiente para estragar a experiência; seria necessário estar à procura deles para os encontrar. As tão familiares ruas de Kamurocho, com as suas luzes néon e atmosfera vibrante continuam tão apelativas como sempre.
Kiwami é um remake do Yakuza original de 2006, trazendo consigo novos estilos de luta, uma novidade apresentada em Yakuza 0, novos minijogos e sub-histórias, bem como conteúdo totalmente novo na narrativa principal e o óbvio update gráfico, entre outras adições. Ainda assim, Kiwami já tem quase uma década e, apesar de ainda se aguentar bastante bem todos estes anos depois, não está, claramente, ao nível das entradas mais recentes na série, como Infinite Wealth ou The Man Who Erased His Name. Kiwami foi o último título da série a não contar com o Dragon Engine, o motor de jogo usado em todos os jogos da série desde Yakuza 6, que trouxe novidades como a destrutividade do ambiente, físicas de ragdoll, a remoção de ecrãs de carregamento ao entrar em edifícios, etc.
Tendo jogado cada título da série apenas uma vez, e estando recentemente habituado à suavidade de Infinite Wealth, foi certamente um choque voltar a Kiwami, que parece mais desajeitado que os jogos modernos. No entanto, isto não deve ser razão para afastar ninguém desta narrativa épica responsável por construir as bases daquela que se tornaria uma das mais marcantes e duradouras franquias de videojogos.
Como fã de longa data desta série e de todos os seus títulos, mesmo aqueles que não são os meus favoritos, é bom vê-la agora nas mãos de todo um novo grupo de jogadores. Coincidindo com o lançamento da série Like a Dragon: Yakuza na Prime Video e com os olhos postos no anúncio de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii para 2025, talvez nunca tenha havido uma altura mais propícia para saltar a bordo desta série. Se a primeira aventura de Yakuza na Switch for bem-sucedida, não tenho dúvidas que não teremos de esperar muito para ver o resto da série chegar à Nintendo, talvez mesmo a tempo do lançamento da sucessora da Nintendo Switch.
Se este vai ser o vosso primeiro Yakuza, então sejam bem-vindos, apertem os cintos e preparem-se para encontrar a vossa nova paixão. Se, por outro lado, já conhecem Kamurocho melhor que a vossa própria cidade, então aconselho-vos a fazer como eu e aproveitar esta oportunidade para regressar a uma altura em que era tudo mais fácil na vida de Kiryu. Bem, tão fácil quanto possível quando se carrega uma franquia às costas durante quase duas décadas.