Dead Rising Deluxe Remastered
Foram anos sem ter jogado o Dead Rising, desde o primeiro título que quis jogar um. Aliás, eu ia para a casa dum amigo e via-o a jogar o Dead Rising original na Xbox 360 e até que gostava daquilo que via, ainda por cima um jogo da Capcom, uma empresa que gosto muito dos jogos que traz ao mercado independentemente das suas políticas no que diz respeito a DLCs. Eis que tive finalmente a oportunidade de jogar a versão mais recente de um clássico intemporal, Dead Rising Deluxe Remastered e assim sendo, vão conhecer a opinião de alguém que jogou pela primeira vez este jogo.
Não é por acaso que decidiram lançar uma versão remasterizada deste jogo, foi impactante no seu lançamento e ainda deu origem a várias sequelas, embora essas mesmas não tenham tido o mesmo sucesso e podemos relembrar que Dead Rising foi até lançado na Nintendo Wii mesmo com as suas limitações de hardware, um jogo que ganhou bastante espaço nessa era. A versão remasterizada traz um grafismo limado e com as configurações adaptadas aos dias de hoje, com uma performance no ponto e visualmente bom, aquilo que esperávamos duma remasterização a sério e não de um remake como aconteceu com outras franquias da Capcom, sendo Resident Evil exemplo disso.
Comecemos já com o protagonista que é bastante acarinhado pelos fãs e até tem participações especiais em outros jogos: Frank West, uma personagem carismática e de bom humor que protagoniza o primeiro jogo da série. Frank é um fotojornalista freelancer que vai em busca duma notícia bombástica como a profissão assim o exige e daí a visita a Willamette.
A entrada nesta cidade é realizada de helicóptero e, assim que sobrevoa o centro da Willamette, Frank depara-se com toda a sua destruição, drama e brutalidade, isto porque começamos de imediato a usar o item mais precioso do jogo, a máquina fotográfica. Não é usada como arma, nada disso, mas serve para registar todos estes momentos importantes para a tal notícia que irá revelar ao mundo inteiro esta ocorrência, especialmente a origem de todo este caos. Há assim um objetivo em mente, mas ficam desde já a saber que não é obrigatório obter essa informação para finalizar o jogo, na verdade, é manterem-se vivos durante 72 horas.
O helicóptero deixa-nos em cima de um shopping, a partir daqui estamos por nossa conta para trabalhar e desvendar a origem do drama, para tal temos 72 horas para obter a informação necessária e fugir de Willamette. O jogador terá um relógio o qual indica as horas e com isso guiar-se-á entre estes 3 dias para tentar saber o porquê de todo este caos É um conceito verdadeiramente interessante, que impacta a forma como agimos onde, o melhor, é saber que cada ação tomada terá consequências depois. Não só isso como, ao carregar a gravação anterior mantém-se tudo o que conseguimos então, levando-nos a alternar rotas e a própria maneira de jogar, levando a experiências diferentes neste shopping.
Após algumas horas de jogo, vão poder fazer o relógio avançar até ao próximo objetivo, pois cada um dos objetivos terá hora marcada, mas este jogo “empurra” o jogador para o shopping com os mais variados objetivos secundários e é aí que vão encontrar a diversão! Não somos os únicos no shopping, existem várias pessoas que estarão espalhadas e precisam de ajuda urgentemente, algumas delas estão feridas e como tal vão precisar de ser carregadas nos ombros, resgatando-as para um porto seguro. Não é fácil fintar todos os zombies e carregar uma pessoa, mas as armas estão ao vosso dispor, e nisso, o jogo está repleto, tal como está repleto de humor.
Ao contrário de um jogo de zombies mais sóbrio como Resident Evil, em Dead Rising vão encontrar bastante humor, desde as armas em si que vão usar como as personagens. É tudo hilariante, no entanto, também acaba por ter alguns momentos mais sérios. Falando nas armas e até no vestuário em si, isto porque se estamos num shopping e no meio de tanto zombie, é importantíssimo ter algo para combater as hordas de zombies e estar preparado para tal. Há várias armas onde cada uma tem a sua vantagem: se por um lado podem usar carrinhos de compras e abalroar os zombies, por outro podem acabar com um zombie usando um manequim duma loja de roupa, onde temos ainda acesso a uma loja com armas de fogo, nesta cidade fictícia norte-americana.
As armas de fogo são claramente as mais eficazes, mas todas estas armas têm um limite tal como acontece com as armas nos jogos mais recentes de The Legend Zelda como o Breath of the Wild, por exemplo. É preciso estar sempre a acumular armas e especialmente comida ou bebida, que vão ser utilizados para restabelecer a saúde, portanto quando estiverem mal, o lugar adequado é mesmo a parte da restauração.
É claro que com tudo isto há personagens chave e até bosses para enfrentar, vão existir momentos difíceis como o gangue de prisioneiros que anda à solta no parque exterior do shopping. Enquanto as cancelas estiverem encerradas para atravessar o shopping no seu interior, não haverá outra solução senão atravessar este parque em que a maior ameaça não são os mortos vivos, mas sim os próprios seres humanos.
É verdadeiramente uma surpresa e um jogo original com imenso conteúdo e um replay value fantástico! Cada playthrough há de ser diferente e vão haver momentos em que não conseguimos salvar certos civis, como vamos talvez deixar passar alguma informação relevante de personagens que vão surgir no nosso caminho. Creio que Dead Rising Deluxe Remastered é realmente um jogo a ter em conta especialmente para aqueles que não o jogaram na data do seu lançamento em 2006 ou a versão HD em 2016, sendo esta a versão a jogar.