Monster Hunter Stories (PlayStation 4)

Lançado no passado em exclusivo na Nintendo 3DS, Monster Hunter Stories chega agora com a cara lavada à PlayStation 4 a correr a 60 fps e ao contrário do que possam estar a espera, este Monster Hunter não é um género de jogo igual aos tantos títulos lançados no passado. É algo ligeiramente diferente.


Embora não deixe de ter a essência de um Monster Hunter, aqui a jogabilidade é relativamente diferente e o próprio charme tal como o design gráfico, acabam por ser uma lufada de ar fresco que pode muito bem convidar novos jogadores numa franquia que nasceu na era dos 128 bits. Se já conhecem Monster Hunter, vão sentir-se em casa com vários aspetos, até os sons de utilização de itens ou a busca de recursos como também os menus e certos personagens. Por outro lado, aqueles que nunca tiveram um contacto direto com a série vão conhecer um jogo interessante e talvez seja o empurrão necessário para entrar no Universo Monster Hunter.

O lore de Monster Hunter é algo que fascina muita gente, a mim e a tantos outros jogos, a música, os monstros, os recursos, é algo que a Capcom criou e tem identidade própria e eu adoro isso. A diferença aqui é que estamos a falar dum spin-off, Stories  já foi um exclusivo 3DS durante anos e agora pode ser jogado na PS4 e PC, sendo a nossa review da versão PlayStation.

O grafismo cel shading foi uma das apostas da equipa para Stories, coisa que ainda não tinha sido experimentado antes em nenhum jogo da franquia e que assenta que nem uma luva enquanto disfarça muito bem a idade que tem. Acho que é um dos fatores-chave para um jogo antigo continuar a brilhar após décadas, vemos isso acontecer com tantos outros jogos e o melhor exemplo disso é o Wind Waker que, em HD, parece um jogo da nova geração e já tem muitos anos. Aqui podemos aplicar o mesmo, embora com alguns anos nas costas, ao jogarem Monster Hunter Stories a única coisa que pode parecer um tanto datado é a jogabilidade no mapa-mundo. Mesmo assim não é nada que incomode o jogador, falo por mim que tive a oportunidade jogar ambas as versões e creio que o port está mesmo muito bom.

  
Aqui, ao contrário de um Monster Hunter, jogamos como um Monster Rider, embora sejam referidos os Monster Hunters ao longo da jornada, nós cavalgamos o mapa e utilizamos os monstros para todo o tipo de coisas para progredir no jogo, algo que não era comum na série. Como este jogo foi criado com o conceito de história e não focado em multiplayer como acontece com todos os outros, Stories indica isso mesmo: há uma narrativa, por muito básica que seja, há uma linha, várias cut-scenes, personagens a interagir. No fundo é um jogo com uma campanha, algo que na minha opinião, prefiro e dou mais valor mesmo já tendo jogado vários jogos da série.

Agora para referir a parte que realmente faz toda a diferença, para além do foco na narrativa, que é a jogabilidade, não é ação em tempo real, mas sim uma espécie de pedra papel tesoura e que funciona melhor que o esperado. Os combates são como um RPG à moda antiga por turnos, selecionamos uma das três opções disponíveis: um ataque de poder, ataque técnico ou ataque em velocidade, que dependendo do monstro que encontrarem, vão ter de escolher o ataque apropriado para criar danos ao oponente. Mas há também outros tipos de ataque tais como as habilidades especiais, até mesmo cavalgar o monstro e realizarem um ataque poderoso com ele. Existe também a possibilidade de trocarem de monstro durante os combates para terem o monstro apropriado para cada luta, como sempre, uns vão causar mais danos com ataques técnicos, já outros com ataques de velocidade. Por fim, ainda no que diz respeito aos combates, podem escolher o mesmo tipo de ataque para a vossa personagem, juntamente com o monstro, têm um ataque conjunto que provoca ainda mais dano!

Conforme vão progredindo, tanto o vosso personagem como os vossos monstros vão subindo de nível, ficando mais fortes. Através do mapa-mundo vão poder explorar áreas com monstros para derrotar, recolher recursos para evoluir as armas e armadura ou até roubar os ovos de certos monstros para obterem novos monstros! Todos estes upgrades podem ser realizados na vossa aldeia, desde o chocar dos ovos que apanharem durante a jornada para juntar à coleção os monstros, como também a aprimorar a armadura com os recursos recolhidos. Muitas personagens secundárias vão pedir-vos para realizar missões secundárias que, após completarem, serão recompensados com vários materiais mais raros que podem depois ser utilizados para todo o tipo de upgrades.

As missões principais requerem um pouco mais do mesmo, onde chegamos a um certo sítio, derrotar alguns monstros, recolher recursos, enfrentar um boss, realizar outros pedidos, e assim sucessivamente. Por isso pode até acabar por ser um tanto repetitivo, mas se for jogado de forma tranquila, Monster Hunter Stories não deixa de ser um jogo divertido e interessante! Isto especialmente para quem está habituado a outros jogos da série e querem algo com uma narrativa dentro deste famoso universo.

Um dos pormenores que gostei imenso de ver nesta versão foi o facto de termos as vozes originais da língua usada no mundo de Monster Hunter e foi precisamente com essas vozes que joguei. Um outro pormenor é o facto de existir um modo multiplayer para jogar com outras pessoas online, combatendo com os vossos monstros e claro, competir para ver quem é o mais forte.

Este é praticamente o mesmo jogo que jogaram na 3DS, no entanto, agora podem jogar com a melhor qualidade possível e isso é bastante positivo. Nota-se apenas em alguns detalhes que é efetivamente um jogo portátil mais básico na jogabilidade e nos controlos, algo muito simplista, mas que não deixa de ser uma boa experiência especialmente para quem nunca jogou Monster Hunter Stories antes.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Ecoplay.

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