Parkitect: Deluxe Edition
Mas isso não significa, necessariamente, que não estejamos perante um jogo competente ou até notável em alguns aspetos. Como disse, esta infelicidade deve-se, na maioria das vezes, mais à minha incompetência do que propriamente à qualidade dos management sims que passaram pelas minhas consolas ao longo dos anos.
Parkitect distingue-se dos seus iguais na quantidade e variedade de opções de customização que oferece – é possível brincar com a cor de praticamente tudo, desde as diversões até ao uniforme dos trabalhadores e há uma imensidão de elementos decorativos –, bem como na sua atenção ao detalhe – por exemplo, algumas diversões serão mais populares nos dias mais calorentos, enquanto que aquelas que são cobertas terão mais participantes nos dias chuvosos. A edição deluxe, que finalmente traz Parkitect para as consolas, inclui 2 packs de DLC, Taste of Adventure e Booms and Blooms, que trazem novos níveis, temas, diversões, lojas e decorações, acrescentando àquilo que já é um jogo bastante completo.
Mas aquilo que é verdadeiramente único em Parkitect é a introdução de caminhos exclusivos para funcionários, que estes utilizam para reabastecer lojas, reparar diversões, etc. O que torna este sistema interessante é o facto de que, caso os visitantes consigam ver estes caminhos ou, na verdade, qualquer amostra dos bastidores do parque, verão a sua imersão e aproveitamento do mesmo diminuído, proporcionando ao jogador o desafio de estabelecer estas funcionalidades de forma a que elas estejam escondidas dos visitantes, um desafio interessante, mas que, por vezes, acaba por causar mais dores de cabeça do que tentar construir um setup onde não seja visível um único cabo.
O tutorial introduz-nos às principais mecânicas de Parkitect e desempenha o seu trabalho de forma bastante satisfatória, dando uma boa explicação da maioria dos conceitos. A colocação de lojas, diversões e decorações é bastante simples, enquanto que o planeamento dos caminhos para funcionários e a gestão dos bastidores é relativamente desafiadora. A ferramenta de construção de montanhas russas, por contraste, deixa muito a desejar. Este é o ponto mais fraco do tutorial, que deixa repentinamente de segurar a mão do jogador, dá-lhe duas ou três instruções muito pouco claras quando comparadas com aquilo a que nos habituou e, antes que a construção esteja concluída, anuncia o seu fim como que um supervisor mal remunerado que vê o fim do seu turno aproximar-se.
Diria, no entanto, que a dificuldade que tive com a construção de montanhas russas deve-se em igual medida às deficiências que a própria ferramenta apresenta e à paupérrima otimização do jogo para os comandos de consola. Os menus são difíceis de percorrer, os controlos, ainda que não sejam muito avançados, não são propriamente fáceis de dominar, e qualquer tentativa de fazer seja o que for é constantemente sabotada pelo misterioso cursor que teima em desaparecer, e nem sempre se mostra ansioso por regressar. Com total honestidade, foi a sensação de que estava a jogar um jogo antigo, destinado a qualquer plataforma menos àquela em que o joguei, que me fez desistir tão facilmente de um jogo ao qual reconheço, com todo o gosto, um conjunto de vitórias em vários campos. Infelizmente, estes não foram os únicos problemas que encontrei em Parkitect, já que tive o infortúnio de, em pelo menos uma ocasião, abrir o jogo e não encontrar o meu progresso que tinha gravado no final da sessão anterior.
Parkitect tem os seus méritos, não há dúvida. É visualmente simples, mas agradável, escolhendo focar o seu esforço naquilo que realmente importa: uma panóplia de opções de customização e de elementos decorativos, atenção ao detalhe e o interessante desafio da gestão dos bastidores. Infelizmente, os seus pontos positivos não são suficientes para que se destaque como algo especial num largo universo de management sims. Além disso, Parkitect é arrastado para baixo por um par de problemas que impactaram seriamente o meu aproveitamento do meu tempo com o jogo.