Dark Devotion


Desenvolvido pela Arcade Crew e publicado pela Hibernian Workshop, Dark Devotion é um jogo 2D que combina elementos de exploração ao bom e velho estilo Metroidvania, com características de jogos de natureza rogue like.

Em Dark Devotion, o jogador assume o controlo de uma jovem templária que procura reencontrar a sua fé. É com esse objectivo em mente, que a protagonista sem nome e sem voz, decide tentar a sua sorte num sinistro templo, polvilhado por monstros inumanos, aventureiros quebrados e templários desonrados.


Como em Metroid, também aqui a nossa heroína, que começa com algum equipamento base, vê-se despojada deste, no final de um pequeno tutorial através do qual é dado a conhecer o gameplay básico ao jogador. Concluído o referido tutorial, o jogador é transportado por uma área que certamente irá ver muito durante o jogo, a Filfhblood Shelter. É aqui que o jogador irá encontrar um dos seus maiores aliados, ainda que passivamente, do jogo. O ferreiro. Este está encarregue de criar novas armas e armaduras que irão permitir ao jogador tornar-se mais forte de forma a conseguir ter éxito nas dungeons bastante exigentes do jogo.

É também no Shelter que encontraremos alguns dos primeiros Npcs do jogo, e através dos quais obteremos mais info acerca deste mundo e do seu passado (ainda que tal informação seja concedida de forma criptíca muitas das vezes).

Saíndo do Shelter, entraremos na primeira dungeon, munidos de uma pequena espada e de um escudo, assim com de alguma da armadura mais básica que o jogo tem para oferecer. Progredindo no jogo conseguiremos ter acesso a equipamento que nos irá tornar mais forte, mais resistentes e mesmo capazes de atacar a longas distâncias. Isso será feito via os inimigos derrotados, baús abertos, estátuas quebradas e, claro, através do trabalho árduo do ferreiro.

A nossa templária tem uma barra de energia diminuta, representada pelos corações e pela armadura, que não irá durar muito perante os contantes perigos representados pelos adversários e pelas armadilhas existentes na dungeon. Para evitarmos uma morte rápida (que irá de certo acontecer muitas vezes), convém dominarmos a arte da esquiva. Esta alterna conforme a arma que estejamos a empunhar, mas permite-nos sempre evitar ataques que de outra forma seriam bem sucedidos. Para além disto, o jogador pode ainda usar o seu escudo para bloquer ataques, se bem que tal não será o suficiente perante mais que um inimigo ou tendo uma pitfall mortífera atrás de nós (uma vez que o impacto da defesa projecta-nos para trás).


Outro ponto muito relevante para o gameplay passa pela gestão da barra de stamina. O mero acto de brandir a espada ou cair consome-nos essa barra e a total consumpção da mesma irá deixar-nos totalmente expostos ao perigo.

Igualmente importantes são os pontos de fé. Estes, assim como os pontos de experiência, usados para fazer crescer a nossa árvore de habilidades, podem ser obtidos através da destruição dos inimigos. No caso da fé, ela pode ser usada para aceder a novas áreas, abrir baús ou curar a nossa personagem de alguns venenos e doenças às quais pode ser exposta durante a exploração da dungeon. 

Dark Devotion coloca-nos a explorar um mapa bastante mais linear do que aqueles vistos em Castlevania ou Metroid e sem a possibilidade de voltar atrás (a menos que comecemos a dungeon novamente). É uma dungeon onde todos os caminhos vão dar a um boss bastante criativo, artísticamente falando, e muito desafiante, uma vez que os seus padrões de ataque são difíceis de decifar. Repletas de plataformas, armadilhas mortíferas e inimigos variados e com IA bastante desenvolvida, Dark Devotion apresenta-nos mais uma dificuldade, na forma da incapacidade de saltar. Um dado adquirido em muitos jogos de aventura como este, mas que nos é negado aqui, limitando o nosso estilo de luta.

Convém salientar que sempre que a nossa personagem seja batida, ela perde o seu equipamento e itens que tenha encontrado pelo caminho, mas mantém a sua experiência. A sua aventura terá de começar do início da masmorra, a menos que o jogador tenha encontrado uma estátua de teleportação, que funcionam efectivamente como checkpoints. 

Do ponto de vista gráfico e artístico, Dark Devotion tem um design 2D, bastante retro, com cenários e personagens lúgubres e sombrias, mas visualmente apelativas e bem desenvolvidas. A música adequa-se ao estilo de apresentação, amplificando o clima opressivo e de desespero que o jogo, através do seu cenário e gameplay, pretende transmitir.


Em suma, Dark Devotion conta com os seus magníficos bosses e apresentação geral, como os seus maiores pontos positivos, pecando todavia pelas suas masmorras lineares, incapacidade de salto por parte da protagonista e história quase que inexistente. Um jogo mediano, num género saturado.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Cosmocover.

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