AO Tennis 2


O mundo do ténis nos videojogos é já algo que conta com uma boa variedade, desde os jogos mais casuais e divertidos até aos mais sérios dos simuladores. AO Tennis 2 é, destes últimos, o mais recente a chegar ao mercado, sucessor de AO International Tennis lançado em 2018.

Antes de mais, admito que não seja o maior fã de Tennis, no entanto comecei a seguir algumas partidas desde que o vimaranense João Sousa se tornou no melhor tenista Nacional. Eu como fã do tenista da minha terra, claro que a primeira coisa que fiz foi procurar João Sousa para jogar e quando dei por mim na busca ele não estava presente. É verdade, muitos jogadores incluídos são apenas criações aleatórias e isso é extremamente desapontante. Excluíndo grandes estrelas como Rafael Nadal e pouco mais, a maioria são personagens criadas com o propósito de ocupar espaço, contando com jogadores lusos não existentes e de nomes duvidosos.

De qualquer das formas, após superar uma desilusão grande, estava na hora de escolher um jogador aleatório que fosse luso, nesse caso, Enzo Aurélio, nome esquisito para um português, mas que serviu para ser utilizado numa partida com um Tutorial.


Este jogo não dispensa de um bom tutorial para que o jogador esteja pronto para os desafios, é deveras importante praticar muito bem as tacadas ou o jogador terá mesmo dificuldades em vencer sets.

A jogabilidade está boa, é mais realista e não como no clássico Virtua Tennis, por isso o jogador terá de ter uma mente focada e pensar numa estretégia que derrube o adversário. Cada oponente tem as suas estatísticas e podemos garantir que fazem diferença. O óbvio é jogar com Nadal e ver que mal se precisa de saber de jogar pois praticamente qualquer oponente não tem hipótese mínima de o superar, o que é até um exagero. Mesmo com Nadal lesionado, os oponentes têm de se esforçar para derrubar o número 1 do mundo. Por isso o verdadeiro desafio é jogar com um jogador aleatório ou criar um. Principalmente os torneios, qualquer jogador pode acabar por ficar lesionado e cada serviço ou corrida para atingir a bola será um sacrifício enorme, o que torna a experiência mais credível.

Existem vários modos, o que é muito agradável. O menu inicial apresenta o Australian Open, modo Carreira, o Jogar Agora (Quick Play), Academia, Online, Tutoriais e Competição.

O Australian Open é o evento mais famoso de todos no Tennis. Aqui, podem logo encontrar diversos modos, o Masculino Individual, Feminino Individual, ambos duplos ou até um misto de duplos, e se estiverem indecisos podem gerenciar um dos modos de forma aleatória.

O Jogar Agora é demasiado óbvio por isso passemos ao modo Carreira onde o jogador pode uma vez mais gerenciar ou então escolher entre homem ou mulher. Após a escolha de género, segue-se um menu enorme de configurações que o próprio jogador ficará na dúvida sobre o que escolher verdadeiramente para a sua carreira. A dificuldade, a duração do Tie Break, o Sistema de Pontos, Sets por partidas e até a própria moeda, isto sim é uma quantidade de opções nunca antes vista. Depois de todas as escolhas efetuadas, podem então criar um novo jogador ou simplesmente jogarem com um Craque. Escolhendo um novo jogador, têm a oportunidade de alterar a identidade, aparência, roupa e estilo de jogo. Após todo este tempo, o jogador terá acesso aos mais variados eventos, um modo decididamente comprido e que fará o jogador perder horas a fio.


A Academia é um modo onde se criam os jogadores (masculino ou feminino) e muito mais. É aqui que a imaginação ganha asas e até as arenas podem criar tal como Logos e tudo ser partilhado online, um modo interessante para partilhar com todos as nossas criações.

O modo competição é igualmente um modo torneio com o qual se começa com troféus pequenos para serem conquistados até atingir etapas de maior dificuldade e troféus de grande porte. Já o modo Online, como algumas vezes sucede conosco, não foi possível analisar pois este ainda não se encontrava disponível, mas há também a opção de se jogar a dois localmente.

O grafismo dos jogadores deixa a desejar no que diz respeito aos seus cabelos, o resto também não está nada de especial e convém dizer que se podia fazer bem melhor, mas não é algo que vá afetar a experiência em si. A banda sonora é típica de um jogo de desporto e assim sendo, a música só está disponível entre os menus e nunca durante as partidas para não quebrar o ritmo de concentração. Durante as partidas podem até demonstrar uma atitude positiva ou negativa, embora as animações, sejam positivas ou não, andem sempre à volta do mesmo. O público também não está mal visto ao longe, com um zoom nota-se que não houve um empenho para fazer algo melhor mas, a verdade é que não desempenha um papel fundamental. O juíz de partida está interessante até ao ponto de mandar calar o público pelo ruído, já os auxiliares das bolas, não têm reações quando atingidos com as bolas, o que é uma pena, estando estagnados e como se fossem uns fantasmas.


AO Tennis 2 é realmente estranho, tanto tem coisas que o tornam o melhor simulador do desporto como outros pontos fraquíssimos como a ausência de jogadores famosos no ranking mundial. No caso da Nintendo Switch, é facilmente a melhor escolha dentro do género, mesmo que de longe a longe apresente alguns framedrops consideráveis. Além disso, a menos que se opte pela estrela Rafael Nadal, conta com um bom grau de dificuldade que lhe dará boa longevidade.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Upload Distribution.

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