The Stretchers


Artigo por Bruno Santos

Um indie super divertido com selo de aprovação da Nintendo, que se torna mais divertido com um segundo jogador com quem partilhar.

Os indies, cada vez mais, exploram caminhos menos comuns e focam-se em serem si mesmos, em vez de cópias do que já houve ou versões low budget de bons títulos mainstream. Neste momento, acaba por ser nos indies que encontramos conceitos verdadeiramente diferentes e que se exploram novas experiências, com mais ou menos sucesso.

The Stretchers é um caso de sucesso com um conceito bastante simples: controlamos dois médicos/socorristas, bastante relaxados, cujo serviço se torna mais atribulado devido a um excolega raivoso que decide vingar-se com uma máquina que põe as vítimas tontas. É ridículo, é, mas a piada neste jogo é mesmo essa: não se leva a si mesmo a sério e faz muito bem. A história é literalmente isso e honestamente não precisa de mais, compensa nas piadas parvas que faz de 5 em 5 segundos nos diálogos e até nos próprios nomes dos personagens.


O jogo em si acaba por ser um jogo de puzzles baseado em física, cuja grande diferença de outros tantos é controlarmos os dois socorristas ao mesmo tempo quando muitas das ações exigem coordenação. Nada mais divertido do que estar a correr por um jardim e esquecermo-nos de um dos socorristas a levar com um regador automático, com um peixe disparado de um canhão ou com uma bola de demolição. A ferramenta principal de trabalho é uma maca cuja capacidade de carga foge de qualquer regra da física sendo capaz de carregar tanto pessoas, como os objetos secretos que encontramos em cada nível. Ainda que o conceito seja sempre o mesmo, salvar os tontos o mais depressa possível, apresenta uma enorme variedade de desafios e ambientes e com puzzles que vão aumentando de dificuldade. A cidade onde trabalhamos oculta vários segredos e tem também missões secundárias que nos ensinam outras competências que ajudam no salvamento de tontos, como usar uma caixa de foguetes para explodir rochas no caminho ou cortar troncos para chegar a algum sítio, tudo a dois.

Jogar sozinho é divertido e muito desafiante, mas nada bate jogar com um amigo. A coordenação, ou a falta dela, leva a situações hilariantes e claro que, como bons amigos, tentar sabotar o outro o mais possível acresce ainda mais à diversão e ao número de desafios. Provocar porcos a carregarem de cabeça, levar o nosso companheiro para cima de uma casca de banana ou fugir quando os foguetes estão prestes a explodir são algumas das experiências de fraternidade que podemos experienciar. No entanto, a coordenação é necessária para realmente se resolverem os puzzles, é exigido controlo dos personagens alternada ou simultaneamente para os concluir atempadamente e com boa pontuação, tendo ainda objetivos secretos. A ambulância que nos transporta também tem o seu quê de especial, sendo indestrutível e capaz de abalroar paredes sólidas para criar atalhos, ganhando depois umas funções extra que são controladas pelo jogador que não conduz diretamente. (PS: como desafio extra colocar ambos os socorristas com a mesma cor de uniforme e ver o caos a desenrolar).


À medida que se explora a ilha e se ajuda nas outras tarefas menos tontas vamos desbloqueando opções de customização, chapéus cores de uniformes novos e mobília para a casa. A banda sonora é divertida e animada, perfeita para acompanhar um jogo leve e que se disfruta melhor com um amigo. Eventualmente, desbloqueia-se a opção de repetir as missões para cumprir os objetivos extra ou só para tentar um tempo melhor. Pode também ser uma boa maneira de criar competição entre amigos ver qual par é o mais coordenado e, mais divertido ainda, qual é o menos. O jogo tem alguns bugs e por vezes os personagens ficam um bocado tontos a tentar agarrar um ou outro objeto. Como é baseado em física, as colisões por vezes também são estranhas, mas nada que impacte o jogo de maneira negativa e às vezes acaba a criar situações ainda mais divertidas. Não é um jogo com violência e é simples o suficiente de comandos para oferecer uma experiência risonha com os mais novos (infelizmente, não tem tradução em português).


The Stretchers é um jogo indie muito divertido, ideal para jogar com um amigo (sendo a experiência a solo mais desafiante). É fácil de jogar e acessível a todos, sendo uma opção interessante para se ter na biblioteca quando queremos simplesmente soltar umas gargalhadas.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

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