Rain City


Desenvolvido pela Cotton Games, Rain City é uma aventura gráfica de estilo point and click, na qual assumimos o controlo de um jovem felino cinzento, auxiliando-o na sua busca pela sua respectiva irnã, Leah.

Leah é uma jornalista que vive sozinha na cidade que dá o nome ao jogo. O nosso pequeno gato sem nome deixou de ter notícias da irmã aquando de uma reportagem que ela estava a fazer acerca de uma fábrica. Guiado pela preocupação, o gato chega a Rain City e inicia a sua busca.


Contudo, tal não será fácil, pois ele terá que ser um verdadeiro detective. Falar com os muitos habitantes da cidade, resolver os puzzles que possam surgir no seu caminho e tentar encontrar uma forma de conseguir entrar na malograda fábrica, são apenas algumas das coisas que ele terá que fazer.
Como o point and click que é, Rain City fará o jogador puxar pela cabeça, ao mesmo tempo que o fará estar de olho aberto na procura de itens que o façam progredir com a história.

Para além do uso de itens (encontrados nos mais variados lugares, após a inspecção pormenorizada dos locais que formos visitando), o jogador deve ter em atenção as possíveis dicas que poderão ser dadas pelos inúmeros npcs presentes no jogo. Muitas vezes estes indicam o caminho seguinte a seguir ou alguma pista importante para resolver este ou aquele puzzle.

E haverão muitos puzzles para resolver de facto. Bastante variados, os puzzles em questão variam entre a mera procura de itens perdidos (que muitas vezes devem ser usados numa determinada sequência de forma a conseguir resolver um puzzle maior), resolver enigmas ou desafios físicos. Ora isto não poderia ser uma aventura point and click se não tivesse alguns puzzles cuja resolução é tudo menos intuitiva ou fácil. Na verdade, e apesar da originalidade de alguns dos puzzles apresentados, deparei-me com outros que não estavam de todo bem conseguidos, na medida em que me pareceram apelar mais ao lado aleatório, em vez de seguirem uma sequência lógica.


No entanto, e uma vez que é aqui que reside a totalidade do gameplay, não irei revelar nada acerca dos puzzles em questão, não desejando estragar a experiência de futuros jogadores.

Num jogo sem bosses ou inimigos per se, Rain City destaca-se ainda pela sua música melancólica e pelo seu estilo visual bastante distinto. A música peca por ficar muda se estivermos muito tempo num determindado local, mas os cenários não nos falham de todo, logrando em representar uma cidade cinzenta, chuvosa e de todo deprimente. Um estilo artístico que me lembra desenhos animados europeus como Babar e filmes expressionistas alemães do início do século passado.

Visualmente muito atraente, Rain City peca por ser bastante curto (é possível terminar o jogo em 3 horas) e pela aleatoriedade já referida dos seus puzzles, assim como pelas ocasionais falhas gramaticais nos diálogos e na banda sonora.


Um jogo carregado de uma atmosfera depressiva, mas que fala acerca de temas que afectam a sociedade actual, Rain City poderia ser melhor, uma vez que compete com um género no qual existem melhores opcções. Ainda assim, é algo a ter em conta, pelo preço e sobretudo pela direcção visual tomada.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Orenda Inc.

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