Clair Obscur: Expedition 33 — Primeiras Impressões


Parece que foi ontem que apresentaram um curioso RPG ocidental, francês, que mais parece um JRPG. Sem sombras de dúvidas que Clair Obscur: Expedition 33 é dos jogos que mais anseio por jogar este ano, que conto os dias para me dedicar a ele no fim de semana prolongado que vamos ter a partir de 25 de abril, que coincide com o lançamento do jogo na sua véspera. Desde o primeiro momento que o apresentaram, este é um RPG por turnos ao bom velho estilo japonês, mas com todo o glamour e visuais característicos dos jogos ocidentais que mais depressa vejo num estúdio como a Bioware do que uma Square Enix.

Este meu entusiasmo foi agora bem nutrido com a oportunidade de experimentar uma demo especial, talhada do jogo principal de modo a apresentar-nos um pouco sobre ele sem mostrar demasiado, ou além do que já conhecemos seja por vídeos de jogabilidade ou trailers. O foco é mesmo ficar conhecer um pouco da sua história enquanto combatemos contra diferentes criaturas, algumas bem desafiantes que me levam a não querer largar já a demo.


O meu tempo passado com o jogo foi… incrível! Depois de uma breve introdução onde o caos reina e o desespero é a ordem do dia, é-nos introduzido o tema do jogo: a Paintress (pintora) define a ordem das coisas escrevendo um colossal número visível no horizonte, indicando a idade máxima de vida de todos e transformando em cinzas aqueles que a ultrapassarem. Em breves minutos um dramático cenário é nos apresentando, sendo a motivação que leva uma expedição de pessoas a explorar o The Continent e enfrentar a Paintress para pôr um fim a esta sina. Algo que, digamos, não corre como esperado, ou exatamente como esperava, até porque o início é muito semelhante a muitos outros jogos do género que adoro.

Nas horas que explorei o misterioso continente, controlei Gustave, o protagonista desta aventura, acompanhado de Luna e Maelle, membros da Expedition 33 que dão nome ao jogo. Logo nos primeiros minutos nesta demonstração fui atirado aos lobos, enfrentando inimigos e testando todas as minhas capacidades como fã de RPG, principalmente dos japoneses. A música é épica, a interface inspirada em Persona 5 ou Metaphor: ReFantazio e os planos de câmara dinâmicos tornam tudo incrível, colando-me ao ecrã em todos os momentos da batalha.


Há uma fusão curiosa entre este jogo com Persona 5 com Super Mario RPG (ou Paper Mario, ou Legend of Dragoon), até porque temos uma ação que é disparar contra os inimigos como se fosse a ação "Gun" do RPG da Atlus. Senti na pele o grande foco em reagir ao timing certo tanto para os ataques dos inimigos como quando usava ataques especiais, tal e qual como nos RPGs de Mario. Uma mecânica chave, pois são estas reações que tanto ativam o potencial dos ataques especiais, como nos dão pontos de habilidade quando nos defendemos, pontos estes para usar nas diferentes skills. Quero deixar bem claro que isto é um role-playing game por turnos, onde a velocidade das personagens serve para lhes dar mais chances de atacar e, cada subida de nível, atribuímos os pontos entre diferentes atributos do ataque à vida.

Uma coisa que me deixou mesmo entusiasmado pelo jogo completo é a configuração das personagens, que nesta demonstração só tive um cheirinho do potencial da sinergia entre os membros da equipa, dos ataques às habilidades secundárias. Os ataques especiais não são só para atingir as fraquezas dos adversários e siga, num simples exemplo, um ataque de Gustave aplica uma marca no inimigo que depois Maelle pode tirar partido dela para dar ainda mais dano. Há ataques que aproveitam que os inimigos estão sob o estado Burn (que faz exatamente o que imaginam) para provocar ainda mais dano, há ataques que aplicam Freeze e atrasam os turnos dos adversários. São combinações que quero mesmo, mesmo explorar, até porque nesta demo encontrei inimigos opcionais que me obrigam a tirar partido de tudo, tudo o que o sistema de combate nos dá, com um grau de estratégia que me deixa feliz!


Mesmo no modo de dificuldade normal o jogo foi desafiante, no modo de dificuldade superior apresentou-me um jogo em que um simples erro ditou a minha morte, enquanto outro mais acessível foi feito a pensar naqueles que não querem tanto foco nos combates. Nesta demo apercebi-me que este poderá ser um jogo tanto para veteranos do género como para quem raramente os joga, ou até mesmo nunca jogou. Até os quick time events onde reagimos ao premir um botão no momento certo podem ser feitos automaticamente, para quem não é fã destas interações. Também tive várias oportunidades para fazer grind e subir de nível, em algo muito à Souls ao descansar nos save points os inimigos fazem respawn, algo que me deixou na dúvida se é mecânica do jogo final, que imagino ser, pois não temos random battles.

Num ponto de vista técnico, apesar de eu ter uma NVIDIA RTX 2060 Super que sinto já ter dado tudo o que tinha a dar face a lançamentos de agora, o jogo encontra-se muito bem otimizado, deixando-me jogar com um frame-rate fluído e sem grandes quebras, onde apenas os sacrifícios do jogo caem mais nos detalhes, mas, ainda assim, apresentando-me um jogo visualmente incrível! Podia até sacrificar os visuais um pouco mais em prol de estar ainda mais fluído, só que queria que as sequências de história estivessem bem detalhadas.


Posso dizer que investi mais horas nesta demo do que pensava, ou estava-me indicado como o tempo expectável para ela. É que tive mesmo muito para explorar e, honestamente, só espero que esta demonstração esteja disponível para todos o mais brevemente possível! Temos aqui um bocado do mapa do mundo para nos aventurarmos, algo que os fãs de RPGs mais tradicionais vão adorar e, cada zona do jogo tem bastante para explorar, tesouros escondidos e inimigos desafiantes. Tudo isto em cenários oníricos, que parecem retirados da arte surrealista que, constantemente, deixou-me com vontade de saber o que acontece depois, sem querer descrever o que vi, pois quero que seja mesmo uma surpresa.


Para uma simples versão de demonstração há tanto que quis contar (e desculpem se a escrita foi longa, o entusiasmo é mesmo gritante), entre outras coisas que guardo como surpresa que convido a descobrirem ao explorar o jogo. Apesar das horas que já dediquei a esta versão não a vou largar, até porque o lançamento a 24 de abril é uma longa espera de quase dois meses para abraçar por completo esta aventura!

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