River Tails: Stronger Together
São poucos os jogos que exigem, de forma estrita, que sejam jogados com um parceiro. Um bom exemplo é o trabalho desenvolvido pela Hazelight Studios, que tem apostado fortemente nesta abordagem, transportando-nos para os tempos de infância, quando muitas das tardes eram passadas a jogar em frente à televisão com amigos e familiares. River Tails: Stronger Together pode ser jogado a solo, mas sejamos sinceros: jogar um platformer pensado para duas personagens, onde é necessário superar puzzles e desafios de plataformas que exigem a interação de ambas, com apenas um comando, é uma tarefa hercúlea. Vá, menos músculo e mais destreza.
A aventura começa quando Furple, um curioso gatinho roxo, se afasta da sua família e acaba por cair por uma montanha coberta de neve. O seu principal objetivo passa por encontrar o caminho de regresso a casa, mas sozinho a tarefa revela-se bastante complicada. É então que cruza o caminho de Finn, um peixe independente e de espírito jovial, que carrega na boca uma palha muito especial, em género de token que foi roubado pelos habitantes da região. Furple decide ajudar Finn a recuperar o seu precioso objeto enquanto sobe a montanha, tentando reencontrar a família.
Sendo um jogo concebido para o modo cooperativo, River Tails: Stronger Together exige que dois jogadores unam esforços para controlar as personagens, cada uma com habilidades específicas para o seu ambiente. Furple move-se com agilidade em terra firme, enquanto Finn nada com destreza pelos cenários aquáticos. Apesar da sua mecânica simples, onde ambos os protagonistas podem saltar e puxar alavancas, a jogabilidade baseia-se na cooperação entre os dois para resolver desafios e ultrapassar obstáculos.
No modo single-player, a ausência de inteligência artificial para auxiliar o jogador pode tornar a experiência frustrante, uma vez que o controlo das duas personagens é feito manualmente, mesmo em situações mais exigentes.
Outro aspeto menos positivo prende-se com os ângulos da câmara. Embora não comprometam totalmente a jogabilidade, podem dificultar a perceção das plataformas, tornando alguns saltos mais desafiantes do que deveriam ser. Num jogo onde precisão e plataformas são elementos centrais, esta limitação aumenta a dificuldade de forma algo artificial, levando a momentos em que o sucesso parece depender da sorte. Felizmente, a presença generosa de checkpoints funciona como um verdadeiro abraço reconfortante, reduzindo o impacto dos erros e suavizando a frustração.
Visualmente, o jogo cativa pela sua estética simples, com cores vibrantes e personagens carismáticas que tornam a experiência envolvente. Embora os cenários possam, por vezes, pecar pela falta de variedade, apresentam um aspeto agradável e bem trabalhado.
Cada nível introduz mecânicas novas que evitam a monotonia. Seja através de inimigos que exigem o uso estratégias diferentes, como o use de uma luz acoplada a um capacete para os afastar com um flash, ou do recurso a uma fisga para criar plataformas que permitam a Furple alcançar zonas mais elevadas, há sempre algo novo a descobrir. Estes elementos garantem que a jogabilidade se mantém fresca e estimulante ao longo da jornada.
River Tails: Stronger Together oferece uma experiência cooperativa visualmente apelativa e emocionante. Apesar dos desafios do modo single-player, aqueles que procuram uma aventura para partilhar certamente encontrarão aqui uma experiência gratificante.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela Gravity Game Arise.