Mullet MadJack


Ao biqueiro e ao tiro a robots para ganhar likes e salvar uma princesa, Mullet MadJack é parvo, frenético e espalhafatoso.

Em toda a arte, principalmente multimédia há inovadores e clássicos. E depois há todos aqueles que de algum modo tentam imitar ou tornar-se um destes. E depois há preciosidades como Mullet MadJack que não quer saber. Se não conhecem Kung Fury (e deviam) ambos bebem do mesmo café com cheirinho em copo americano, cheio de coisas que parecem não fazer sentido e funcionam: temos néons, robots assassinos e isto tudo numa competição de likes para nos mantermos vivos para salvar uma princesa. Parece insano? Não parece, é mesmo. E mais do que isso é divertido, simples e puxa pela destreza.


Ora bem, vamos tentar focar. Biqueiro num robot. Tiro na bocheca. E o resto é fazer isto com estilo. O gameplay é basicamente isto, um botão para nos lançarmos para a direção que estamos que inclui um biqueiro bem aviado a tudo que apanhar na frente, um botão para disparar o dispensador de chumbo que temos na mão e de resto apontar e sobreviver. No mundo de Mullet (e sim isto é o primeiro nome do nosso herói) sobrevivemos à base de likes. Começamos com 10 de stock e sempre que levamos uma chumbada ou semelhante perdemos uns quantos. Como ganhamos mais? Obviamente a matar, e com estilo, os maníacos robôs que raptaram a princesa (e que curiosamente têm toda uma campanha contra mega empresas, onde é que já se viu tamanha megalomania e maldade).


Tem muitos modos de dificuldade e quanto mais alto, mais estilo precisam, ou o público deixa-vos falecer. No final de cada nível escolhem um novo upgrade, de armas diferentes a passivas e no final de uma corrida conseguem adquirir melhorias permanentes. O jogo é rápido e incentiva a velocidade, não há tempo para hesitação. Há medida que vamos avançando os mapas e os inimigos vão modificando, adicionando camadas à ação que permitem a manutenção da tensão e do dedo no gatilho. Podem pontapear ou disparar para os diferentes inimigos sendo que ambos levam a interações e mortes estilosas diferentes. Já disse ser mega divertido chutar um robô contra uma ventoinha enquanto disparamos para uma botija de gás?


A estética é fenomenal: Neon Punk com uma grande mullet, robôs humanoides e drones, tudo num comic style dos anos 80. Os efeitos são explosivos e elétricos tornado o jogo ainda mais brilhante e espetacular. A música e os efeitos estão enquadrados na perfeição, o voice acting juntamente com os diálogos está digno de um filme tão mau que é bom. Há poucos jogos assim, fiéis à sua insanidade e que conseguem manter o seu estilo do início ao fim. É o que é, e que fixe que é.


Mullet MadJack é um excelente exemplo de quando se quer fazer algo alucinado e simplesmente porque é fixe o mundo arranja maneira de nos dar robots para pontapear.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series, gentilmente cedido pela Jesus Fabre.

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