Arcade Archives Metamorphic Force

Um beat'em up lançado em 1993 para as arcades, Metamorphic Force foi um dos últimos títulos do género a ser desenvolvido pela Konami. Nele podíamos controlar uma de entre quatro personagens. Guerreiros escolhidos a dedo pela deusa Athenas para lutar contra um ressuscitado imperador do mal, que visava governar uma vez mais o mundo com um punho de ferro.

Os guerreiros em questão têm a particularidade de terem associados a si um espírito animal, que por sua vez os irá permitir assumir uma segunda forma mais animalesca e poderosa. Algo que bem necessitam de forma a poderem enfrentar o vasto arraial de inimigos que lhes irá surgir pela frente. As quatro personagens à nossa disposição são as seguintes: primeiro temos Ban, um praticante de artes marciais capazes de se transformar num minotauro, em segundo temos Claude, um espadachim que assume a forma de um lobisomem, em terceiro segue-se Max, boxista cuja transformação permite-lhe assumir a forma humanoide de uma pantera e em quarto e último, Ivan, um wrestler que assume a poderosa forma de um urso.

Claude e Ivan têm a particularidade de lutarem com recurso a armas (um sabre e um tronco de madeira respectivamente), ao passo que Ban e Max fazem-no de punhos vazios. Ao nível de jogabilidade, os quatro são distintos no que a rapidez, distância e força de ataque diz respeito. Ivan é o mais forte, mas também o mais lento, ao passo que Claude é aquele cujos ataques são mais rápidos e têm maior alcance, mas que, em contrapartida são também menos potentes.

Seja qual for a personagem escolhida (algo que vai depender muito do estilo do jogador em questão), todos eles têm o mesmo género de ataques básicos, que passam pelos tradicionais socos, pontapés e projeções. Para além disso, todos eles conseguem atacar o adversário quando este está caído (algo que era comum nos beat'em ups da Konami desta altura) para provocar extra dano. Esses ataques são amplificados quando eles estiverem na sua forma animal. Essa transformação ocorre sempre que as personagens apanhem uma estátua dourada de Athena. Esta pode ser encontrada em baús, destruindo estátuas clássicas ou derrubando pequenos roedores antropomórficos que correm pelos níveis e em cujos sacos transportam também outros itens, que por sua vez podem ser usados para restaurar a nossa barra de energia ou a nossa barra de poder (ao estilo de uns determinados duendes na série Golden Axe).

Se conseguirmos obter uma segunda estátua, a nossa personagem irá efectuar um ataque ultra rápido que permitirá derrubar todos os adversários no ecrã e provocará um dano considerável nos bosses. De salientar que a nossa transformação inicial provoca um ataque que tem esse mesmo efeito. Contudo, o nosso modo animal não é infinito. Ele é medido com uma barra que uma vez exaurida irá fazer com que regressemos à nossa forma original.

Quanto aos inimigos que iremos encontrar estes também irão seguir, salvo raras excepções, a mesma temática animalesca. Temos versões humanoides de lagartos, elefantes, aranhas, ouriços (com ataque rodopiantes que nos fazem lembrar um velho conhecido ouriço da Sega), porcos e sapos. Para além disso, temos ainda árvores animadas, ogres, demónios e múltiplas armadilhas, desde pedras gigantes, até laseres provenientes dos olhos de estátuas. Para além dos inimigos normais, cada nível conta com um boss para finalizar. Esses são consideravelmente mais resistentes e fortes, sendo que um deles tem mais que uma forma. De salientar ainda a existência de dois sub-bosses nas etapas mais avançadas do jogo.

O jogo não tem muitos níveis, são seis no total, com a particularidade de serem pequenos e bastante action packed. Temos uma ilha tropical, o interior de um vulcão, uma caverna gelada, uma floresta, um anfiteatro e por fim o castelo do vilão principal do jogo. Pelo meio existem ainda duas áreas de bónus nas quais podemos arrecadar mais pontos para o nosso score final.

Graficamente falando, o jogo conta com uns sprites lindíssimos e muito bem animados, não apenas para os protagonistas, mas também para os seus antagonistas. Os cenários são repletos de cor e de detalhe, com destaque para a chuva no primeiro nível, as chamas no segundo ou o vitral no último. Visualmente (e mesmo no gameplay), Metamorphic Force traz-nos à memória jogos anteriores da companhia, mais propriamente X-Men Arcade e Mystic Warriors, ambos de 1992.

Para dar ainda mais um feel de desenho animado de sábado e domingo de manhã, temos uma música que certamente estará entre as melhores que a Konami já teve a oportunidade de nos dar e que nos coloca mesmo na mood combativa que este jogo nos exige.

Metamorphic force não é um jogo de todo longo, podendo ser facilmente concluído em menos de meia-hora. Ao contrário de outros jogos arcade, também não é difícil. Tirando os bosses do quinto e sexto nível, os outros são relativamente fáceis de derrotar. Na verdade, e para aqueles que queiram ter um desafio extra podem sempre optar por jogar a versão americana do jogo, que é consideravelmente mais difícil que a japonesa (ambas podem ser seleccionadas no menu inicial) ou então tentar jogar com Ivan, que é de longe o personagem com menor alcance e rapidez, e com o qual conseguir combos se tornará um verdadeiro desafio.