The Knight Witch


Desenvolvido pelo Super Awesome Hyper Dimensional Mega Team, com o aval do estúdio Team 17, The Knight Witch é um jogo já disponível para todas as plataformas, que combina elementos de dois géneros distintos. Por um lado temos uma forte ênfase na vertente shoot'em up (com laivos de bullet hell em certas situações), por outro temos os igualmente presentes elementos de aventura (com o  backtracking que muitos associam aos metroidvanias). 

A história de Knight Witch mostra-nos um mundo cujos recursos naturais foram totalmente exauridos pelos seus governantes, a casa Daigadai. Estes, cujas intenções iniciais até podiam ter sido benevolentes, uma vez que eles uniram um sociedade fraccionada, depressa se viram corrompidos pelo poder e levaram à triste situação referida acima. A sua necessidade de manter esse poder e autoridade, levou à criação de War Golems, terríveis armas de destruição. A única oposição aos Daigadai surgiu na forma as chamadas Knight Witches, raparigas com habilidades mágicas que contavam com o apoio do povo. Contudo, elas chegaram tarde demais. Embora consigam derrotar o líder da casa Daigadai e por consequência os seus Golems, (algo que pode ser experienciado no primeiro nível/tutorial do jogo), o dano causado ao planeta já não podia ser reparado. A vida na superfície tornou-se impossível.


Contudo e é aqui que vai arrancar, de facto, a nossa aventura, os sobreviventes desta catástrofe refugiaram-se nos subterrâneos e deram início a uma nova sociedade. Nesta nova sociedade vive a nossa Knight Witch, a jovem Rayne. Infelizmente, a paz não está para durar e com o regresso dos War Golems, Rayne surge como a única linha de defesa.

Como já referi acima, Knight Witch junta elementos de dois géneros distintos. Na qualidade de shoot'em up, o jogo coloca-nos nas mãos a jovem Rayne, que é capaz de aniquilar os mais variados adversários com o recurso a um tiro mágico básico. Rayne pode movimentar-se livremente pelo cenário, sendo capaz de fazer auto-aim, se assim o desejarmos, e contando com um conjunto de trunfos muito relevantes no seu arsenal.

Para além do seu disparo básico, a pequena bruxa possui um conjunto de cartas mágicas que pode usar em batalha, para diferentes efeitos. Temos cartas que permitem disparos mágicos mais fortes e concentrados e outros com que cobrem mais área do ecrã ou fazem bumerangue nos adversários. Por outro lado, temos cartas com funções mais defensivas, como é o caso de um escudo que bloqueia os ataques dos inimigos de forma muito eficaz. Num total de 40 cartas à nossa disposição, estas estão divididas em grupos de quatro, conforme a sua utilização. De salientar que cada carta tem um custo de mana associado, e embora esta possa ser obtida de inimigos caídos ou danos causados a um boss, deve-se ter isso em atenção aquando da criação de um baralho para se levar para os níveis. Este nível de estratégia, permite manter o jogo fresco, ao permitir diferentes estilos de abordagem para cada nível e bosse. Para além desta mecânica chave, Rayne conta ainda com um movimento de dash, muito útil para a nossa heroína se escapulir de certas situações mais problemáticas. E teremos muitas dessas...ou não fosse este um bullet hell.


A componente de aventura do jogo estará na interação de Rayne com outras personagens presentes nas zonas hub do jogo. A exploração do mundo subterrâneo terá que ser feita de forma gradual e depois de algum  backtracking a níveis anteriormente explorados, uma vez que só com determinadas capacidades é que conseguiremos aceder a novas áreas do mapa. Muitas vezes iremos deparar-nos com áreas nas quais temos que resolver certos puzzles de navegação e agir de forma mais cautelosa. Pelo meio teremos missões opcionais, que trazem ainda mais suco a esta aventura.

Os inimigos em Knight Witch variam entre os moveis e os imoveis, com destaque a recair sobre os perigosos War Golems. Os bosses são gigantescos (como não poderia deixar de ser) e têm um arraial de habilidades que promete tornar bastante dolorosa a nossa experiência de os combater.

Os cenários alternam entre o bastante colorido e o mais sombrio, mediante as diferentes áreas que iremos explorar. Temos florestas, grutas, palácios, entre muitas, muitas outras localizações. De ter em atenção que em certas zonas a combinação entre as nossas magic bullets, o brilho do background e os disparos dos adversários podem criar um certa confusão sensorial que leva a que percamos vista de que disparos pertencem aos inimigos, sendo assim atingidos sem necessidade. É certo que a penalização por perder não é elevada, uma vez que contamos com inúmeros checkpoints, assim com com certas cheats que podem ajudar a tornar este jogo mais fácil.

A música não é a parte mais inspirado do jogo, pelo menos nos níveis propriamente ditos. Algo com um pouco mais de ritmo daria ainda mais emoção à acção.


Em suma, The Knight Witch é um bom jogo, com um sistema de cartas interessante, história e protagonistas bem definidos, e um sistema de checkpoint e cheats que auxiliam os menos experientes no género. Por outro lado, peca pela banda sonora um pouco desinspirada, repetição desnecessária de certas zonas (sem um recompensa adequada), a ausência de portais para acelerar a deslocação no mapa e certa confusão de balas em determinados cenários.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Team 17.

Latest in Sports