Fire Emblem Engage
Fire Emblem é aquela série que parece que jogo desde sempre, mas, na realidade, só me dediquei depois de descobrir aquelas personagens anime em Super Smash Bros. Melee, Roy e Marth. Desde então, sempre que um jogo novo é anunciado, aguardo pelo seu lançamento e poder dedicar-lhe o máximo de horas possíveis. Estreou-se na Nintendo Switch com Three Houses e trouxe consigo imensas novidades que inicialmente me deixaram reticente, mas tudo no jogo me surpreendeu de tal modo que se tornou num dos meus favoritos! Tudo estava bem planeado para que o jogo seguinte me deixar impaciente para o que viria a seguir e, finalmente, chegou a hora de Engage!
Three Houses elevou-me bastante a fasquia da série, trazendo consigo mecânicas sociais que desenvolveram as personagens, histórias diferentes para seguir e um estilo de jogo mais sério, que tento sempre voltar para jogar só mais um bocado, ainda hoje. Inconscientemente criei um certo desafio ingrato para Engage, de ser o seu sucessor, tarefa que ignoro em grande parte até porque, se há algo que a Intelligent Systems tem feito na série e bem, é experimentar coisas novas e não tentar copiar à regra o jogo anterior. Engage traz de volta mecânicas recentes na série, modernas, enquanto se agarra a fundo nas raízes mais tradicionais de Fire Emblem, como a sua narrativa linear, acompanhada por combates viciantes. Podem esquecer andar a emparelhar personagens para criar casais, ou até mesmo estudar as respostas perfeitas entre diálogos, pois este jogo ignora isso tudo. Nem tudo é abandonado, regressam algumas atividades paralelas como pescar ou ter refeições com personagens que servem para melhorar o nosso desempenho no combate que temos a seguir.
O tema desta vez tal como a principal mecânica são os Emblems. Avatars de protagonistas dos jogos da série que surgem sob a forma de um espectro invocados através de anéis e, quando equipados, dão aos seus portadores imenso poder e permitem que usem habilidades únicas! O que podia ser um simples summon acaba por ser uma peça vital, melhorando a prestação em combate das personagens que os usam e, ainda, desbloqueando novas habilidades que vão desde poderes especiais a requisitos para mudar para determinadas classes. Com tantos truques na manga senti mesmo que o jogo se tornou fácil demais, sem ter perdido um único combate o jogo todo e sendo raras as vezes que as minhas personagens eram derrotadas. Mas isto foi a jogar em Normal… após terminar, comecei de novo em Hard onde senti uma boa subida na dificuldade, obrigando-me a pensar duas vezes nas estratégias a tomar, mesmo já estando mais que acostumado! Para os que procuram ainda mais desafio há também o modo Maddening que, tal como jogar em Classic onde as nossas personagens morrem de vez, oferece um jogo que nos leva a recomeçar os combates do início por não estar a correr bem.
Facilmente torna-se um jogo onde o grinding é algo que podemos esperar, optando por estas dificuldades mais avançadas, enquanto quem preferir uma aventura mais tranquila com o foco na história pode-o fazer também. Sendo que os Emblems ensinam todo um conjunto de habilidades que podemos equipar, customizando assim as nossas unidades e criando sinergia entre todos para que o exército cubra todas as suas lacunas, para os que procuram um RPG de estratégia onde é possível dedicar imensas dezenas de horas, se não centenas, têm-no aqui! Em Hard (ou ainda mais em Maddening) todo o cuidado é pouco e, à disposição, temos combates adicionais e cenários secundários que servem para ganhar experiência, ou até mesmo em casos muito específicos, desbloquear personagens ou mecânicas. Além da experiência temos ainda dos recursos mais preciosos que vi no jogo, o dinheiro, que juntamente com materiais para melhorar o nosso armamento dei por mim a esgotar constantemente os cofres.
À semelhança de outros jogos na série, Engage não conta com a durabilidade nas armas, deixando os bolsos das personagens mais folgados, o que não torna o jogo necessariamente mais fácil, apenas não temos de andar com armas extras para todo o lado. Já as magias e outros consumíveis têm um determinado número de usos, o que juntamente com o triângulo da vantagem das armas sobre outras é um Fire Emblem como os bem conhecendo e, mesmo em caso de dúvidas de como vai correr o ataque, temos sempre um pequeno preview da estimativa de dano que irá acontecer. Em cima disto tudo temos ainda mecânicas como Break que previnem contra-ataques ou Smash, que obrigam as unidades atingida a recuar. Durante todo o jogo tinha uma enorme quantidade de estratégias que pude tomar, fazendo-me pensar duas vezes com as classes que ia dar a várias personagens, juntando algumas lado a lado para se ajudarem também. Mas esta é uma estratégia que dá vontade de explorar enquanto jogo em Hard, sendo que em Normal não senti muita necessidade disso.
Quanto à história, bem, fiquei dividido. Por um lado, e juntamente com um sistema de combate ainda muito tradicional, é bom voltar a ter um Fire Emblem bem mais contido, “à antiga”, sem enredos complexos onde o foco é avançar capítulo a capítulo numa história linear. Mas no geral a narrativa de Engage é menos interessante quando olho para os jogos mais recentes da série, principalmente quando Three Houses ainda está bem presente na memória. Seguimos a história de Alear, Divine Dragon de serviço que acorda de um sono de mil anos, cujo poder de invocar Emblems é a peça-chave para prevenir que o mundo caia nas garras da ameaça que é o regresso do Fell Dragon, salvando o continente de Elyos e os seus reinos. E tudo aqui é demasiado previsível, sem grandes surpresas ou momentos marcantes, onde os vilões não são propriamente memoráveis e mesmo vária personagens inicialmente importantes tornam-se completamente irrelevantes poucos capítulos depois. Ainda assim algo que o jogo faz muito bem é o modo como apresenta e conta esta história, muito através de animação seja ela mais detalhada como temos na abertura do jogo, como usando um estilo mais próximo dos visuais ditos normais do jogo, onde só reparamos que é um vídeo devido à compressão de imagem.
Entre combates e sequências da história surgem pequenos momentos de exploração para apanhar itens e meter conversa com as personagens, ouvir os dramas dos habitantes da região e adotar bichos para levar para casa. Esta casa é o “hub” principal Somniel, um castelo flutuante que vai crescendo à medida que progredimos, desbloqueando novas funcionalidades como lojas, pesca, um curioso animal de estimação, minijogos entre outras distrações! Há também uma Arena onde podemos treinar as nossas unidades e a Ring Chamber onde podemos melhorar a ligação entras as personagens e os Emblems, esta que trouxe duas coisas… peculiares. A primeira foi um sistema de gacha onde adquiriremos anéis aleatórios de personagens secundárias da série, que servem apenas para melhorar estatísticas de quem os equipa sem grandes aparatos, quando comparados com os Emblem principais. A outra é a possibilidade de cuidar dos anéis de Ike, Corrin, Lucina e restantes, melhorando o seu estado de espírito enquanto os vemos (e ouvimos) a reagir de formas questionáveis ao modo como polimos determinadas zonas dos seus anéis. Algo que não tive oportunidade de explorar, devido à vertente online, é a ligação com outros jogadores onde um dos pontos é a possibilidade de criar e partilhar mapas online, criando assim desafios!
São vários os elementos que foram adicionados recentemente à série e, ainda assim, este é o Fire Emblem mais tradicional que temos desde os tempos da Game Boy Advance, o que fará feliz os fãs que tinham saudades de um jogo cujo foco é o combate e simples sequências de história. Mas ao mesmo tempo é um jogo de contraste como podemos ver logo no desenho de Alear e conjugação de cores azul e vermelho, um toque bastante moderno que não é único em Engage. Ao fundirem-se com os Emblem, além de todos os bónus garantidos as personagens mudam de aspecto, uma fusão com um aspecto bastante futurista, repleta de neons, asas mecânicas ou até mesmo headsets VR. Contrasta imenso com a série no geral, embora funcione, mas leva-me a pensar no que seria um jogo nos tempos atuais, ou até mesmo num ambiente futurista, e se tal não tinha sido inicialmente pensado para o jogo, onde apenas estes desenhos futuristas foram aproveitados.
Visualmente é o jogo mais detalhado da série, seja em modo docked como portátil ele corre lindamente com tudo perfeitamente animado, desde personagens bastante vivas aos cenários ricos em detalhe, que só lamento não poder explorar mais. É uma evolução positiva quando comparado com Three Houses, trocando a amplitude do cenário do mosteiro desse jogo por áreas contidas, mas mais detalhadas. Explorar Somniel e ver as personagens todas a viver o seu quotidiano, a transição quase que perfeita entre a câmara geral do mapa para o momento do combate, sente-se que estão acostumados à consola e conseguem tirar o melhor partido dela. Sim, o design de algumas personagens é estranho, por muito que o jogo o tente normalizar, por vezes parecem mesmo desligados do jogo como todos os neons nas fusões com o Emblems, mas é tudo elementos que encaixam no título e, agora, não o imagino de modo diferente.
Este começou por ser um jogo que fiquei de pé atrás, admito, muito pelo desenho dos protagonistas e muito pelas escolhas de estilo usadas, ou até por uma história bem mais básica. Mas rapidamente tornou-se num jogo que quero explorar novamente, experimentar classes diferentes entre personagens e desbloquear o máximo de habilidades possíveis para elas, criando um exército incrível. Como fã da série e tendo Three Houses como um dos favoritos, Engage fica um pouco atrás, mas por si é um jogo que me agarrou por completo com imensas horas de jogo.
Finalizando, Fire Emblem Engage é um grande RPG de estratégia à moda antiga da série, mas bastante atual com muitos elementos modernos que nos cativam, e um desafio acrescido para quem o procura. Se são fãs da série têm aqui mais um grande título a explorar, servindo também como um bom pondo de partida para quem quiser conhecer a série pela primeira vez. Mesmo que o aspecto de VTuber de Alear vos deixe de pé atrás, avancem sem receio!
O tema desta vez tal como a principal mecânica são os Emblems. Avatars de protagonistas dos jogos da série que surgem sob a forma de um espectro invocados através de anéis e, quando equipados, dão aos seus portadores imenso poder e permitem que usem habilidades únicas! O que podia ser um simples summon acaba por ser uma peça vital, melhorando a prestação em combate das personagens que os usam e, ainda, desbloqueando novas habilidades que vão desde poderes especiais a requisitos para mudar para determinadas classes. Com tantos truques na manga senti mesmo que o jogo se tornou fácil demais, sem ter perdido um único combate o jogo todo e sendo raras as vezes que as minhas personagens eram derrotadas. Mas isto foi a jogar em Normal… após terminar, comecei de novo em Hard onde senti uma boa subida na dificuldade, obrigando-me a pensar duas vezes nas estratégias a tomar, mesmo já estando mais que acostumado! Para os que procuram ainda mais desafio há também o modo Maddening que, tal como jogar em Classic onde as nossas personagens morrem de vez, oferece um jogo que nos leva a recomeçar os combates do início por não estar a correr bem.
À semelhança de outros jogos na série, Engage não conta com a durabilidade nas armas, deixando os bolsos das personagens mais folgados, o que não torna o jogo necessariamente mais fácil, apenas não temos de andar com armas extras para todo o lado. Já as magias e outros consumíveis têm um determinado número de usos, o que juntamente com o triângulo da vantagem das armas sobre outras é um Fire Emblem como os bem conhecendo e, mesmo em caso de dúvidas de como vai correr o ataque, temos sempre um pequeno preview da estimativa de dano que irá acontecer. Em cima disto tudo temos ainda mecânicas como Break que previnem contra-ataques ou Smash, que obrigam as unidades atingida a recuar. Durante todo o jogo tinha uma enorme quantidade de estratégias que pude tomar, fazendo-me pensar duas vezes com as classes que ia dar a várias personagens, juntando algumas lado a lado para se ajudarem também. Mas esta é uma estratégia que dá vontade de explorar enquanto jogo em Hard, sendo que em Normal não senti muita necessidade disso.
Entre combates e sequências da história surgem pequenos momentos de exploração para apanhar itens e meter conversa com as personagens, ouvir os dramas dos habitantes da região e adotar bichos para levar para casa. Esta casa é o “hub” principal Somniel, um castelo flutuante que vai crescendo à medida que progredimos, desbloqueando novas funcionalidades como lojas, pesca, um curioso animal de estimação, minijogos entre outras distrações! Há também uma Arena onde podemos treinar as nossas unidades e a Ring Chamber onde podemos melhorar a ligação entras as personagens e os Emblems, esta que trouxe duas coisas… peculiares. A primeira foi um sistema de gacha onde adquiriremos anéis aleatórios de personagens secundárias da série, que servem apenas para melhorar estatísticas de quem os equipa sem grandes aparatos, quando comparados com os Emblem principais. A outra é a possibilidade de cuidar dos anéis de Ike, Corrin, Lucina e restantes, melhorando o seu estado de espírito enquanto os vemos (e ouvimos) a reagir de formas questionáveis ao modo como polimos determinadas zonas dos seus anéis. Algo que não tive oportunidade de explorar, devido à vertente online, é a ligação com outros jogadores onde um dos pontos é a possibilidade de criar e partilhar mapas online, criando assim desafios!
Visualmente é o jogo mais detalhado da série, seja em modo docked como portátil ele corre lindamente com tudo perfeitamente animado, desde personagens bastante vivas aos cenários ricos em detalhe, que só lamento não poder explorar mais. É uma evolução positiva quando comparado com Three Houses, trocando a amplitude do cenário do mosteiro desse jogo por áreas contidas, mas mais detalhadas. Explorar Somniel e ver as personagens todas a viver o seu quotidiano, a transição quase que perfeita entre a câmara geral do mapa para o momento do combate, sente-se que estão acostumados à consola e conseguem tirar o melhor partido dela. Sim, o design de algumas personagens é estranho, por muito que o jogo o tente normalizar, por vezes parecem mesmo desligados do jogo como todos os neons nas fusões com o Emblems, mas é tudo elementos que encaixam no título e, agora, não o imagino de modo diferente.
Finalizando, Fire Emblem Engage é um grande RPG de estratégia à moda antiga da série, mas bastante atual com muitos elementos modernos que nos cativam, e um desafio acrescido para quem o procura. Se são fãs da série têm aqui mais um grande título a explorar, servindo também como um bom pondo de partida para quem quiser conhecer a série pela primeira vez. Mesmo que o aspecto de VTuber de Alear vos deixe de pé atrás, avancem sem receio!
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.