Stellar Interface



Quer queiramos quer não, os roguelike estão aqui para ficar e já marcaram o seu espaço no Universo dos videojogos. Stellar Interface é mais um sinal disso mesmo e traz consigo a adrenalina de um shooter intergaláctico mas com um twist, oferecendo assim a oportunidade ao jogador de escolher a sua nave bem como as armas a utilizar.

Quero começar por referir que Stellar Interface trata-se nada mais nada menos que um jogo criado inteiramente por três produtores portugueses do estúdio indie Imagination Over Flow.

A história do jogo é praticamente inexistente e a jogabilidade está ao estilo shoot ’em up, no qual teremos de usar as nossas armas para destruir os inimigos na tentativa, claro está, de chegar ao fim de cada nível. Isto tudo se passa num plano 2D com o espaço/universo em background, por isso atenção também aos meteoritos! Existem também alguns elementos de bullet hell lá pelo meio, portanto rapidamente ficamos a perceber que nenhum canto do ecrã será consistentemente seguro e esperem um ecrã repleto de fogo inimigo, que pede reacções rápidas e onde a utilização inteligente da habilidade de esquivar da nave é essencial! Ou então... "bye bye" nave, teremos de começar tudo da estaca zero.

O jogador inicia a sua demanda para salvar o Universo com apenas com duas opções de naves e diversas possibilidades em relação ao armamento disponível. Todas as naves permitem escolher duas armas principais (uma do lado direito e outra do lado esquerdo da mesma), o que abre bastante o leque de opções de customização, uma vez que que cada arma tem um efeito diferente, como por exemplo uma machine gun, uma shotgun, raios laser e torpedos. Este leque de opções ajuda bastante o jogo a nível de profundidade, no entanto não ajuda a tirar a ideia de ser um pouco repetitivo passado algum tempo. Não importa que tipo de armas temos, a nave que temos ou o tipo de nível, o objectivo principal será sempre o mesmo.

  
O objectivo principal em cada “run” é o de chegar à zona de Overload, que terminará sempre com uma luta contra o boss final. Acabará por ser bastante desafiante, ou não fizesse jus ao próprio género roguelike, a não ser que o jogador tenha um pouco de sorte ou uma combinação de armamento e power ups na sua nave bastante boa.

À medida que o jogador acaba cada nível, é garantida a possibilidade de escolha de apenas um power up/upgrade de software dos três disponíveis. Os nomes são hilariantes e tendem a dar uma pista do que esperar, mas a forma como eles funcionam, especialmente os drones, podem ser surpreendentes. 
Porventura pessoas com algum défice a nível de análise de cores podem sentir alguma dificuldade a distinguir se os ataques provêm de inimigos ou de drones aliados. Isto, claro está, se optarem por uma build criada à volta de drones. Sinceramente nos níveis mais avançados pode tornar-se um pouco complicado conseguir distingui-los.

Uma característica peculiar e que me agradou bastante no jogo é a integração de conquistas e objectivos. O jogo faz bastante para se diferenciar, por um lado é um roguelike onde a destruição da nave enviará o jogador directamente para o começo, por outro, se o jogador completou certos obejctivos na run anterior, terá a possibilidade de começar a nova run com um aumento de “stats” a nível de ataque, defesa (etc…), dependendo do tipo de cartucho que desbloqueou. Outros elementos roguelike também presentes incluem o facto do universo onde se disputa a batalha ser sempre diferente, o mapa apresentar sempre fundos diferentes e cada nível ter inimigos, recompensas e níveis de risco diferentes – estes últimos são apresentados como percentagens no mapa de selecção de níveis.

DLC


Temos ainda a opção de adquirir o DLC e prolongar a nossa experiência no universo de Stellar Interface. É-nos assim apresentado o modo Gold, que pemite mudar o aspecto das nossas naves para ouro, bem como seis novas naves. Todas estas naves têm diferentes stats e possibilidades divergentes a nível de armamento, com a novidade de podermos instalar em certos casos até três tipos de armas diferentes ou por outro lado apenas um.


Stelar Interface é uma experiência roguelike sólida. Os elementos visuais são bastante bons e áudio/música assentam que nem uma luva. Considerando o facto que iremos passar grande parte do tempo a disparar a mesma arma, é muito bom o facto desse som não se tornar irritante. Mesmo sem o DLC é possível ter horas de diversão com as diferentes possibilidades de armas que temos ao nosso dispor.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Imagination Over Flow.

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